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segunda-feira, 4 de abril de 2011

O jogador que largou o futebol pela carreira militar

O futebol tem várias histórias de jogadores que estiveram no exército em momentos de conflito na história como as duas guerras mundiais. Convocados pelo exército, eles defenderam as trincheiras dos seus países, mas sempre voltavam aos gramados para a vida esportiva. O caso de Lee Crooks, porém, é diferente. Ex-jogador do hoje bilionário time do Manchester City, que está perto de conseguir uma vaga na próxima Liga dos Campeões da Europa, o ex-zagueiro e meio-campo abandonou a carreira em 2008 aos 30 anos para se alistar nas Forças Armadas britânicas.
Hoje Crooks faz parte da RAF, a força aérea britânica, e se prepara para lutar no Afeganistão. no ano que vem Um duelo bem mais difícil mesmo quando comparado aos tempos de vacas magras quando defendeu times como Barnsley, Bradford, Notts County e Rochdale em 14 anos de carreira.
Aos 33 anos, Crooks está longe dos salários milionários do seu ex-colega de escola, Jamie Carragher, zagueiro do Liverpool. Ganha 17 mil libras por ano (R$ 44,1 mil) para arriscar a vida em nome da rainha Elizabeth e seus súditos na esquadra da RAF. Mas está satisfeito e não tem qualquer desejo de virar treinador, um caminho natural para todo ex-atleta.
- Poderia ganhar muito mais como treinador, mas não estou fazendo isso por dinheiro - disse Crooks ao jornal inglês "Daily Mail".
Nos tempos de City, Crooks ganhou 250 mil libras (R$ 649,8 mil) em uma temporada.
- Isso é pessoal. Não é sobre satisfação pessoal. Como jogador de futebol, eu estive envolto em uma bolha desde os 14 anos. Precisava de um bom início e precisava me esforçar. Você está sozinho e tem que dar tudo de si.
Como um dos poucos que teve experiência no glamouroso mundo do futebol, Crooks é visto como uma espécie de líder pelos jovens recrutas da RAF. Mas ele garante que no campo de batalha, todos são iguais.

- Esses caras serão meus amigos para sempre. Tomar ordens aqui é exatamente da mesma forma do que no campo de futebol. Nós temos um chefe e o que quer que ele diga você faz. Se você faz o que o chefe diz, estará bem. Do contrário, você terá dor de ouvido - brincou. - Todos estão no mesmo barco e tentando salvar uns aos outros, assim como num time de futebol - comparou.
Crooks contou ainda que alguns colegas conheciam seu passado nos gramados ingleses.
- O mais novo no meu voo tinha apenas 16 anos quando eu comecei, mas ele é um torcedor do City e sabia sobre mim. Outro guardava um ingresso de um jogo do Barnsley em que me viu jogar. Mas sou apenas mais um entre eles.

Crooks diz que não inveja os jogadores milionários de hoje e lembra com carinho do tempo em que defendia o City entre 1994 e 2001. O momento mais marcante foi a vitória sobre o Gillingham por 2 a 0 no playoff final em Wembley, em 1999, que garantiu o time a classificação para a segunda divisão inglesa.
- Quando marcamos nosso primeiro gol, os torcedores do City que deixavam o estádio correram de volta para Wembley.

Após passar por um intenso treinamento no País de Gales, Crooks vai para o Afeganistão no ano que vem. Ele não teme os riscos que correrá, muito maiores do que em uma partida de futebol. Um erro no campo de batalha sim será fatal. 

Você não pode ficara pensando nos riscos. Você fica muito concentrado no seu trabalho e em tudo o mais. Todos fomos muito bem treinados e confio nos meus companheiros assim como eles confiam em mim. Joguei para alguns bons técnicos como Alan Ball, Asa Hartford e Colin Todd e eles me passaram muita experiência. É o mesmo aqui. Nossos instrutores estiveram lá (no campo de batalha) e fizeram isso. E nós ouvimos para levar essa experiência a bordo - disse Crooks, que afirmou que o seu destino sempre foi o serviço militar. 

- Se eu não tivesse sido jogador de futebol, era isso que eu teria feito. Eu amei tudo isso e as mensagens dos torcedores me deixaram orgulhosos. Agora eu estou olhando para frente, para o Afeganistão - encerrou.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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