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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A lista que a Fifa não fez (Post de Allan Caldas)


Todo ano, vocês sabem, a Fifa elege o melhor jogador do mundo na temporada. Uma premiação que começou em 1991, tendo como primeiro escolhido o alemão Lothar Matthaeus (se quiser relembrar os outros premiados da Fifa, é só clicar aqui). Mas você já parou para pensar em quantos craques da história do futebol deixaram de ser agraciados simplesmente porque brilharam em outra época? 

Pois é, mas para isso existe o Planeta que Rola. Para fazer o que a Fifa já deveria ter feito, ou seja, olhar para o passado e render homenagens justas a quem fez a alegria dos amantes do futebol nos quatro cantos do mundo. E do que estamos falando? Da lista dos melhores jogadores do mundo a cada ano, de 1950 até 1990. 

Isso mesmo, em 2009 o Planeta que Rola se debruçou sobre a história do futebol para relembrar os grandes craques mundiais. É claro que muitos deles nós, infelizmente, não vimos jogar. E para tentar não cometer (muitas) injustiças, nos baseamos nos desempenhos dos jogadores nos momentos decisivos de cada temporada (Copas do Mundo, por exemplo, e outros campeonatos importantes como a antiga Copa dos Campeões da Europa - hoje Liga dos Campeões -, a Libertadores da América e o Mundial Interclubes). Afinal de contas, não é assim também hoje em dia, na premiação oficial? Normalmente, ganha o prêmio aquele craque do time que conquista o principal título da temporada. E, normalmente, com justiça. Messi é até hoje o único que conseguiu furar essa regra não escrita: em 2010, ele se tornou o primeiro a ganhar o troféu num ano de Copa sem ter sido campeão mundial.

Como toda lista, ainda mais tão extensa, haverá quem discorde de um ou outro premiado (ou vários, vá lá). Para tentar diminuir possíveis polêmicas, este ano nós contamos com a valiosa consultoria do veterano jornalista João Máximo, com toda a experiência de quem esteve presente à inauguração do Maracanã, em 1950. Esse, sim, viu jogar muitos craques do futebol mundial. Para nosso orgulho, podemos considerar nossa lista original aprovada. João Máximo fez apenas uma ressalva, devidamente acatada pelo blog (não vamos revelar qual foi a mudança, quem conhece o post desde o início talvez perceba).
Essa é a nossa seleção. Se você acha que faltou alguém (ou que algum premiado não merece o título), é só clicar lá embaixo em 'comente' e deixar sua opinião. 

Juntando a lista do Planeta com os premiados da Fifa a partir de 1991, fizemos o ranking dos maiores premiados, que será atualizado aqui a cada ano. Na liderança, com quatro 'troféus' cada um, estão Pelé e Maradona, escolhidos por nós, e Messi, com suas quatro premiações da Fifa. Seis jogadores foram eleitos três vezes: Zidane e Ronaldo (ambos premiados pela Fifa), além de Beckenbauer, Cruijff, Di Stéfano e Puskas. Com dois prêmios vêm Ronaldinho Gaúcho, Platini, Bobby Charlton, Van Basten e Lothar Matthaeus - os dois últimos, vejam só, presentes nas duas relações, da Fifa e do Planeta que Rola

Vamos, então, ao que interessa. A lista dos melhores do mundo para o blog: 

1990, Lothar Matthaeus - Camisa 10 e capitão da Alemanha, liderou seu país na campanha do tricampeonato mundial na Copa da Itália 
1989, Diego Maradona - Levou o Napoli ao título da Copa da Uefa, única conquista internacional do time do Sul da Itália 
1988, Marco Van Basten - Destaque da Holanda na conquista da Eurocopa. Com direito a um golaço de voleio na final, contra a União Soviética (quem viu não esquece, é um dos mais belos gols da história do futebol). Van Basten recebeu naquele ano a Bola de Ouro, prêmio dado pela revista 'France Football' ao melhor jogador europeu da temporada 
1987, Diego Maradona - O gênio argentino arrebentou no Napoli: campeão italiano e da Copa da Itália 
1986, Diego Maradona - O nome da Copa do Mundo do México. Maradona praticamente ganhou o Mundial sozinho, e fez um golaço espetacular nas quartas-de-final contra a Inglaterra (sem falar no histórico gol de mão) 
1985, Michel Platini - Ganhou a antiga Copa dos Campeões da Europa (hoje Liga dos Campeões) e o Mundial de Clubes com o Juventus. E ainda levou para casa a Bola de Ouro da 'France Football' 
1984, Michel Platini - O camisa 10 brilhou na conquista da Eurocopa com a seleção francesa. E conquistou merecidamente a Bola de Ouro da 'France Football' 
1983, Paulo Roberto Falcão - O ídolo colorado ganhou o Campeonato Italiano com o Roma, encerrando um jejum de 41 anos do time da capital (ele não virou o 'Rei de Roma' por acaso) 
1982, Paolo Rossi - Infelizmente para nós, brasileiros. O Bambino d'Oro foi carrasco do Brasil e artilheiro da Copa do Mundo da Espanha na campanha do tricampeonato mundial da Itália. E ainda ganhou a Bola de Ouro da 'France Football' 

1981, Zico - O Galinho de Quintino brilhou na conquista da Libertadores pelo Flamengo, e deixou os ingleses do Liverpool completamente perdidos na final do Mundial Interclubes. Foi eleito o Jogador Sul-Americano do Ano pelo jornal venezuelano 'El Mundo' 
1980, Karl-Heinz Rummenigge - O craque alemão se destacou na conquista da Eurocopa, e também ganhou a Bola de Ouro da 'France Football' 
1979, Diego Maradona - Às vésperas de completar 19 anos, o  craque promissor deu uma prévia do seu talento ao conquistar com a Argentina o título mundial de juniores, sendo escolhido o melhor da competição. Foi eleito também o Jogador Sul-Americano do Ano pelo 'El Mundo' 
1978, Mario Kempes - O atacante argentino levou seu país à conquista da Copa do Mundo, diante dos seus torcedores. E foi escolhido o craque da América do Sul pelo 'El Mundo' 
1977, Kevin Keegan - O craque do Liverpool brilhou na conquista da antiga Copa dos Campeões da Europa 
1976, Franz Beckenbauer - Estava difícil segurar o Kaiser naquela época. O craque alemão foi campeão europeu pelo terceiro ano seguido com o Bayern de Munique. Não levou a Eurocopa (a antiga Tchecoslováquia ganhou da Alemanha na final), mas ganhou a Bola de Ouro da 'France Futebol' 
1975, Franz Beckenbauer - Pelo segundo ano consecutivo, conduziu o Bayern de Munique ao título da Copa dos Campeões 

974, Franz Beckenbauer - Essa foi uma escolha difícil. Afinal, o Carrossel Holandês de Cruijff encantou o mundo na Copa. Mas quem levantou a taça foi Beckenbauer. E de quebra ainda conquistou a Copa dos Campeões da Europa com o Bayern de Munique. Ganhou nos 'critérios de desempate' 
1973, Johan Cruijff - Não precisa explicar muito: o Ajax foi campeão europeu pelo terceiro ano consecutivo 
1972, Johan Cruijff - Tarefa dura: o Ajax conquistou a Copa dos Campeões da Europa, e a Alemanha levantou a Eurocopa. Cruijff ou Beckenbauer? Como o time holandês estava ganhando tudo, o troféu vai para o camisa 14 da Laranja Mecânica 
1971, Johan Cruijff - O gênio holandês levou o Ajax à conquista da Copa dos Campeões da Europa, iniciando a hegemonia da equipe, que iria vencer outras duas vezes em sequência 
1970, Pelé - O Rei do Futebol encantou o mundo na campanha do tricampeonato mundial do Brasil. Na sua despedida dos Mundiais, deu um show, liderando uma seleção de sonhos nos gramados mexicanos 
1969, Pelé - Um ano antes do tri no México, o eterno camisa 10 do Brasil chegou à marca histórica de mil gols, aos 29 anos 
1968, George Best - O craque norteirlandês foi o grande nome do Manchester United na conquista da Copa dos Campeões da Europa 
1967, Bobby Charlton - Com o título da Inglaterra em 66, todos os olhares se voltaram para a terra da Rainha, onde Bobby Charlton seguiu brilhando e foi um dos principais jogadores da conquista da Liga Inglesa pelo Manchester United 
1966, Bobby Charlton - O meia-atacante inglês liderou seu país na conquista da Copa do Mundo. E ganhou no fim do ano a Bola de Ouro da revista 'France Football' 
1965, Eusébio - Apesar de ter perdido a final da Copa dos Campeões com o Benfica, o craque português foi o craque da competição, com nove gols, e terminou o ano premiado com a Bola de Ouro da 'France Football', como melhor jogador europeu da temporada 
1964, Luis Suárez - O camisa 10 da Espanha conseguiu um feito raro: foi campeão da Euro com a Fúria, e ganhou a antiga Copa dos Campeões da Europa com o Inter de Milão 

1963, Pelé - Aos 23 anos, o Rei do Futebol foi bicampeão da Libertadores e bi Mundial com o Santos. Na final da Libertadores, fez o segundo gol do Peixe na vitória por 2 a 1 sobre o Boca Juniors em pleno estádio La Bombonera. 
1962, Garrincha - O Anjo das Pernas Tortas fez de tudo nos gramados chilenos: marcou de cabeça, de falta, de esquerda e, claro, de pé direito. Fora o baile. Foi o principal responsável pelo bicampeonato mundial do Brasil 
1961, Pelé - O Atleta do Século marcou nada menos do que 111 gols naquele ano, incluindo o famoso 'Gol de Placa' no Maracanã, quando driblou meio time do Fluminense antes de tocar na saída do goleiro Castilho. Só no Campeonato Paulista, foram 47 gols do Rei. Naquele ano, o Santos de Pelé levantou a primeira das cinco Taças Brasil que ganharia em sequência 
1960, Ferenc Puskas - O maior craque da história do futebol húngaro brilhou com três gols (junto com Alfredo Di Stéfano) na vitória do Real Madrid por 7 a 3 sobre o Eintracht Frankfurt, que valeu o pentacampeonato da Copa dos Campeões da Europa ao time espanhol 
1959, Di Stéfano - Não por acaso é considerado por muitos o maior jogador que a Europa já conheceu, e um dos poucos a rivalizar com Pelé em prestígio. Mais uma vez brilhou na conquista do quarto título europeu do Real Madrid. Di Stéfano também ganhou naquele ano sua segunda Bola de Ouro da 'France Football' 
1958, Didi - A Copa da Suécia revelou Pelé e Garrincha ao mundo, mas foi outro craque brasileiro quem recebeu da imprensa europeia o apelido de 'Mister Football': Didi, o maestro do meio-campo brasileiro na conquista do nosso primeiro título mundial 
1957, Di Stéfano - Símbolo maior do grande Real Madrid das décadas de 50 e 60, o craque argentino, depois naturalizado espanhol, recebeu pela primeira vez a Bola de Ouro da 'France Football', especialmente por suas atuações na campanha do bicampeonato merengue da antiga Copa dos Campeões da Europa 
1956, Lev Yashin - O mítico goleiro, apelidado de Aranha Negra por se vestir todo de preto, foi o destaque da campanha do ouro olímpico da União Soviética nos Jogos de Melbourne 
1955, Di Stéfano - Foi campeão espanhol pelo Real Madrid. No segundo semestre, o time merengue deu início à campanha que terminaria com o título da primeira edição da Copa dos Campeões, já em 1956 
1954, Fritz Walter - O primeiro Kaiser. O jogador do Kaiserslautern comandou a seleção da Alemanha na conquista do primeiro título mundial, na Copa da Suíça, desbancando a poderosa Hungria de Puskas na decisão 

1953, Ferenc Puskas - Naquele ano, a seleção húngara assombrou a Europa ao vencer a Inglaterra por 6 a 3 em Wembley. Foi a primeira derrota do English Team para uma seleção não britânica no histórico estádio londrino 
1952, Ferenc Puskas - O craque do Honved, lendário time húngaro da década de 50, liderou sua seleção na conquista da medalha de ouro nas Olimpíadas de Helsinque 
1951, Gunnar Nordahl - Ídolo do Milan, o atacante sueco foi o artilheiro do Campeonato Italiano na campanha do título que tirou o rubro-negro da fila após 44 anos. Num futebol famoso por ser extremamente defensivo, marcou nada menos do que 34 gols, a segunda melhor marca da história do Calcio (a primeira, vejam só, também é dele: 35 gols, no ano anterior) 
1950, Obdulio Varela - Capitão e grande líder da seleção do Uruguai na conquista do título mundial de 1950, no Brasil. Teve atuação de destaque no histórico Maracanazo, como ficou conhecida a vitória de virada da Celeste Olímpica sobre a seleção brasileira na final da Copa, no Maracanã

(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)