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quinta-feira, 11 de junho de 2009

A voltados Galácticos. Será que agora vai dar certo?


Bastou retornar ao comando do Real Madrid e Florentino Perez não perdeu tempo. Retomou o quanto antes o seu "Projeto Galácticos", baseado na compra de muitas estrelas a preços astronômicos e sem muito critério. Em uma semana, Perez já gastou 162 milhões de euros com as compras de Kaká e Cristiano Ronaldo, os melhores jogadores do mundo pela Fifa de 2007 e 2008, respectivamente. Negócios que caíram como uma bomba num mercado que parece alheio a essa tal de crise econômico.

E as contratações não param por aí. Perez já declarou que tem 300 milhões de euros para gastar com o time (agora restam "apenas" 138 milhões) e promete investir nos próximos dias nos atacantes Ribery, do Bayern de Munique, e David Villa, do Valencia, além de Raul Albiol, do Valencia, e Xabi Alonso, do Liverpool. 

Tudo para tentar bater a sensação da Europa, o Barcelona, do provável melhor do mundo deste ano, o argentino Lionel Messi. Na temporada que acabou, o Real foi ofuscado pelo seu maior rival, que conquistou a tríplice coroa: Liga espanhola, Copa do Rey e a joia máxima, a Liga dos Campeões da Europa. 

Vai dar certo dessa vez? É o que veremos na próxima temporada. Já tivemos a mostra que Perez não tem problemas em gastar dinheiro para montar uma equipe que dá o que falar na mídia, mais até do que conquista títulos. Não é a toa que das 25 maiores transações da história do futebol mundial, que mostramos na segunda-feira aqui no blog, o Real Madrid é dono de oito delas (já atualizada com o Cristiano Ronaldo), sendo que seis foram nas gestões de Florentino Perez. 

As quatro maiores negociações da história foram feitas pelo polêmico presidente do Real, que além de Cristiano Ronaldo (a maior) e Kaká (a terceira maior), trouxe para o clube merengue na sua primeira passagem pelo clube o francês Zinedine Zidane, da Juventus, por US$ 73,5 milhões, e o português Figo, do Barcelona, por US$ 60 milhões. 

Tanto investimento na primeira fase Galáctica deu certo? Bem, não se pode dizer que o Real não conquistou títulos, mas seu desempenho foi bem abaixo das cifras gastas com nomes que ainda incluíram como destaques Ronaldo, MIchael Owen e Beckham. Na primeira passagem de Perez (de julho de 2000 a fevereiro de 2006), a equipe madridista conquistou apenas dois campeonatos espanhóis (2000-01 e 2002-03), uma Liga dos Campeões (2001-02) e um Mundial Interclubes (2002).


Ou seja, apenas um título a mais do que o Barcelona nesta temporada e que tem uma filosofia de gestão diferente da do Real, mais focada na formação de valores em casa. Do time que entrou em campo na decisão contra o Manchester United, por exemplo, sete eram da base (Valdés, Puyol, Busquets, Piqué, Xavi, Iniesta e Messi). 

A questão é que nas contratações feitas até agora o Real Madrid monta um mosaico de estrelas que nem sempre formam times. Numa rápida análise no elenco merengue a pergunta que fica é: o técnico Manuel Pellegrino precisava mesmo de Kaká e Cristiano Ronaldo no seu time? 

Do meio-campo para a frente o Real tem jogadores como Raul, Sneijder, Van der Vaart, Van Nistelrooy, Huntelaar, Higuain, e Robben. É claro que a chegada das novas estrelas dará uma qualidade maior ao Real, mas elas não vão resolver o maior problema do time que ficou claramente evidenciada na goleada de 6 a 2 sofrida para o Barcelona: a defesa

Lá atrás, Casillas tem que se virar com um sistema defesivo que tem como opções Michel Salgado, Pepe, Sérgio Ramos, Diarra, Heinze e Metzelder. E na temporada passada mesmo Cannavaro, agora na Juventus, jogou muito abaixo do esperado. Não é a toa que o Real foi apenas a sexta melhor defesa da Liga espanhola com 52 gols sofridos, 17 a mais do que o Barcelona e abaixo de Sevilla (39), Deportivo (47), Racing (48) e Espanyol (49). Mas é aquela história, zagueiro não vende camisa. 

Por enquanto, o retorno de mídia para o Real é excelente e vem junto com a esperança do torcedor de dias melhores. As vendas de camisa vão turbinar o caixa do clube. Mas só o futuro dirá se o "Florenteam" vai trazer o mais importante: as taças.


(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Quem subiu e quem desceu no mercado europeu

Fim de temporada (pelo menos nos grandes campeonatos europeus) é um momento para fazer aquilo que jornalista mais gosta: listas. Planeta que Rola não vai fugir a regra e também resolveu fazer o seu balanço de quem se deu bem e quem terminou a temporada em baixa. Sem mais delongas, vamos ao sobe e desce do futebol europeu.
Quem desceu:
Futebol brasileiro - Pela primeira vez em muitos anos, o futebol brasileiro foi coadjuvante na Europa. Hoje, dos principais times europeus, apenas o Milan e a Inter de Milão tem um brasileiro como grande destaque: Kaká, que, aliás, estaria se transferindo para o Real Madrid, e Júlio César. E de Milão vem o símbolo do mau momento do nosso futebol hoje em dia. Ronaldinho Gaúcho encerrou a temporada no banco de reservas do Milan e fora da seleção brasileira. A entressafra, aliada a má fase de alguns nomes de peso, é tão grande que hoje não seria surpresa se na próxima premiação da Fifa de melhor do mundo não tenha um brasileiro entre os três melhores, o que só aconteceu quatro vezes desde que o prêmio foi criado: em 1991, 1992, 1995 e 2001.
Felipão - A passagem de Luís Felipe Scolari como técnico do Chelsea durou apenas sete meses. Felipão trocou a seleção de Portugal pelo clube inglês e chegou cercado de muita expectativa. Tudo bem que contou com a má vontade de alguns jogadores, mas é fato que ele não conseguiu fazer os Blues jogarem o que a torcida esperava. Termina a temporada desempregado e sem perspectiva de assumir um grande clube europeu.
Luís Aragonés - O veterano técnico espanhol começou a temporada com o pé direito. Levou a Espanha ao título europeu depois de 44 anos de jejum. Em seguida, fez o que todo treinador de seleção bem sucedido gosta de fazer: deixou o comando da equipe. Preferiu aceitar o desafio de treinar os turcos do Fenerbahçe. Acabou demitido ao final da temporada depois que o clube terminou na modesta quarta colocação do Campeonato Turco.
Juande Ramos - O treinador espanhol conseguiu a proeza de ter uma temporada digna de técnico brasileiro (ou melhor, das nossas tristes tradições). Foi demitido de dois clubes em um ano. Depois de um excelente período no comando do Sevilla, Juande assumiu o Tottenham, mas acabou demitido do clube inglês após um péssimo início de temporada quando os Hotspurs chegaram a brigar contra o rebaixamento. Foi para o Real Madrid em dezembro onde passou por duas situações constrangedoras: a derrota de 6 a 2 para o Barcelona e a chuva de dinheiro falso quando foi com o clube merengue ao estádio do Sevilla para disputar uma partida da Liga. Acabou substituído por Manuel Pellegrini. Que fase!
Manchester City - O Manchester City é o mico do ano. Comprado por 200 milhões de euros por um sheik dos Emirados Árabes que prometeu investir tudo no clube, descobriu que, acima de tudo, "dinheiro não compra história", como já dizia um cartaz da torcida do Liverpool. Foi rejeitado por Kaká, investiu em Robinho, que fez um campeonato ruim, e terminou o ano sem sequer uma vaga em uma copa europeia.
Quem subiu:
Barcelona - Na temporada passada, o Barcelona não ganhou nada. Neste ano ganhou tudo, bateu recordes e apresentou um futebol de encantar quem ama o esporte. O ataque de mais de 100 gols do Barça teve ainda um endiabrado Lionel Messi, favorito ao prêmio de melhor do mundo da Fifa. E no banco uma revelação, o técnico Pep Guardiola, que na temporada passada era apenas um treinador do Barcelona B e hoje comanda o melhor time da Europa.
Diego - O Werder Bremen fez uma temporada ruim, mas mesmo assim o apoiador conseguiu se sobressair e terminar a temporada com uma transferência para a Juventus.
Ibrahimovic - O sueco nunca teve muito cartaz na mídia, mas fez uma temporada irrepreensível. Foi artilheiro na Itália, um dos principais nomes do tetracampeonato italiano da Inter de Milão e já tem o nome citado como um dos postulantes ao título de melhor do mundo. Ao Ibra só faltou a Inter ter disputado o título europeu.
Grafite - Fala sério, você imaginava lá atrás em agosto que o Grafite seria um destaque do futebol europeu dez meses depois? Pois ele foi o maior nome do time que foi a grande surpresa da temporada, o Wolfsburg. Terminou como campeão alemão, artilheiro e autor do gol mais bonito da temporada, aquele toque de calcanhar na goleada de 5 a 1 sobre o Bayern de Munique.
Júlio César - O goleiro brasileiro é hoje um dos melhores do mundo na posição. A temporada 2008-09 foi a que colocou Júlio César como um jogador top de linha e respeitado mundialmente. Tudo graças às suas atuações na Inter e, principalmente, na seleção brasileira. Dunga deve muito ao goleirão.
Gostou das listas? Tem mais alguma sugestão? É só clicar aí embaixo e comentar. Nos nos limitamos a cinco nomes para cada uma, mas ela poderia ser ainda maior. Não faltam destaques positivos ou negativos na temporada.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)