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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Presidente da Nigéria suspende a seleção por fracasso na Copa

O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, suspendeu a participação da seleção nacional do país em competições internacionais por dois anos por causa do fracasso na Copa do Mundo da África do Sul. Goodluck não gostou nada da participação dos Águias, que se despediram do Mundial com apenas um ponto e nenhuma vitória. A seleção foi lanterna do grupo B, que contava ainda com Argentina, Coreia do Sul e Grécia.
- O senhor presidente ordenou que a Nigéria se retire de todas as competições internacionais de futebol pelos próximos dois anos para permitir que a Nigéria reorganize o seu futebol. A decisão foi necessária por causa do pobre rendimento da Nigéria no Mundial da Fifa - disse nesta quarta-feira o assessor especial do presidente, Ima Niboro.
Se a suspensão for , a Nigéria prejudica a sua preparação para a Copa do Mundo de 2014 e sua seleção olímpica já está fora das Olimpíadas de 2012, em Londres. Além disso, a equipe não participará da Copa Africana de Nações que acontecerá em janeiro de 2012 no Gabão e na Guiné Equatorial, e pode não ter tempo de participar das eliminatórias para a edição seguinte do torneio, que acontecerá em janeiro de 2013 na Líbia.
A Fifa ainda não comentou a decisão do governo da Nigéria. As regras da Fifa não permitem que governos interfiram nas seleções nacionais e a julgar pelas declarações do presidente da entidade, Joseph Blatter, sobre a possível intervenção do governo da França na federação de futebol do país, os nigerianos também podem ser punidos pela decisão inusitada.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Redknapp diz que Inglaterra precisa de técnico inglês

A Inglaterra para os ingleses ou um belo exemplo de cavada? Bem intencionado ou não, o técnico do Tottenham, Harry Redknapp, disse nesta terça-feira que o próximo treinador do English Team precisa ser inglês. Redknapp é um dos favoritos a substituir Fábio Capello, caso o italiano que comandou a seleção inglesa na fracassada campanha da África do Sul deixe a equipe.
- Ele (Capello) tem um fantástico histórico em clubes, mas precisamos seguir em frente agora. E quando ele finalmente for embora, em quatro anos ou não, certamente teremos que ter um cara jovem ou alguém do nosso país. Certamente temos que encontrar um treinador da Inglaterra, um treinador inglês.
- Não estou falando de um técnico escocês ou irlandês. Estou falando de um técnico inglês porque é daqui que viemos. Esse é o nosso país.
Essa frase do Redknapp parece até discurso de filme de guerra com o herói tentando encorajar os guerreiros para a batalha final. Lembrou um pouco também o filme "300", com  Leônidas (Gerard Butler) discursando antes da batalha final no desfiladeiro de Termópilas.
Brincadeiras à parte, o último técnico inglês a comandar a seleção foi Steve MacLaren, que ficou no cargo entre 2006 e 2007. Um pequeno hiato entre o sueco Sven-Goran Eriksson (2001 a 2006) e Capello (desde 2008). O último técnico inglês que ficou mais de dois anos no comando do English Team foi Glen Hoddle, entre 1996 e 1999.
- Sou inglês. Quem não gostaria de dirigir a Inglaterra? Ninguém recusaria esse trabalho. Se você é inglês, não pode não querer dirigir o seu país - cavou no final o treinador.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Com Robben, Holanda abre o jogo, mas Van Persie segue isolado

Se ainda não deu espetáculo, a Holanda ganhou uma opção de ataque e afunilou menos o jogo com a entrada de Robben no time no lugar de Van der Vaart. Na vitória sobre a Eslováquia por 2 a 1 que garantiu a Laranja Mecânica nas quartas de final da Copa do Mundo, os holandeses jogaram mais uma vez com muita frieza, cuidados defensivos e preocupados em garantir a vitória e os 100% neste Mundial da África do Sul.
Com Robben o time ganhou uma válvula de escape pela direita que não teve nos três primeiros jogos, quando afunilava demais o jogo pelo meio, concentrado no meio-campo que tinha no setor de criação Sneijder e Rafael Van der Vaart.
Para encarar possivelmente a seleção do Brasil, porém, o técnico Bert van Marwijk precisará resolver dois problemas. Um é na defesa. Pela primeira vez nesta Copa, o miolo de zaga formado por Heitinga e Mathijsen deixou buracos que só não complicaram a classificação da Laranja porque Stoch e Vittek não tem nem de perto a qualidade para finalizar de Luís Fabiano, por exemplo.
O outro problema é no ataque. É evidente que Van Persie não vem fazendo uma boa Copa. E para piorar, ele não tem um reserva a altura. Huntelaar fez uma péssima temporada no Milan e não dá sinais de que vai melhorar o ataque holandês quando entra em campo.
Por outro lado, o atacante do Arsenal sofre também por estar muito isolado no ataque. A Holanda de Van Marwijk joga num 4-2-3-1 com De Jong e Van Bommel no papel de volantes e a linha logo a frente com Sneijder centralizado, Robben pela direita e Kuyt pela esquerda.
Como essa Holanda joga marcando mais atrás do que nos acostumamos a ver na sua história, esses três jogadores partem do meio para a frente tocando a bola ou carregando ela e deixam Van Persie brigando com os zagueiros adversários. Foi assim contra Dinamarca, Japão, Camarões e agora contra a Eslováquia. Uma solução seria colocar Kuyt ou Robben mais a frente, ao lado de Van Persie, mas nesse caso a Holanda perde em poder de marcação.
A entrada de Robben, aliás, fez Kuyt ser menos acionado na partida do que nos primeiros jogos. Ou seja, a Holanda pode até perder o equilíbrio no seu jogo se não souber dosar os ataques.
A Holanda não encantou ainda, mas segue vencendo. Brasil ou Chile será o seu adversário mais difícil nesta Copa. Se passar pelo vencedor desta partida, os holandeses podem até embalar até a sua terceira final de Copa.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Depois do erro do juiz, agora a imprensa pede a cabeça de Capello

Um dia depois das justas reclamações sobre o erro do árbitro Jorge Larrionda que não validou um gol legítimo de Frank Lampard e custou a eliminação da Inglaterra da Copa para a Alemanha, as baterias da imprensa inglesa se voltaram para o técnico Fábio Capello. Treinador mais bem pago da Copa com um salário de 10 milhões de euros, o italiano teve a sua demissão exigida pelos tabloides britânicos.
O "The Sun" expôs na sua capa em letras garrafais: "Vocês decepcionaram o país". No site, Capello foi chamado de piada e o jornal ainda disse que é hora de Capello ir embora e levar "esses perdedores" com ele, se referindo aos jogadores do English Team.
O tabloide não perdoou a equipe e disse que dos que entraram em campo na goleada de 4 a 1 para a Alemanha apenas Ashley Cole, Steven Gerrard e Wayne Rooney merecem voltar a vestir a camisa do English Team.
O "The Sun" ainda especula sobre o futuro treinador da equipe. O favorito seria o técnico do Tottenham, Harry Redknapp.
O "Daily Mirror" também exigiu a cabeça do italiano com um trocadilho: "FabiGO", exigindo que Capello vá embora.
O "Daily Mail" não apenas pediu a cabeça de Capello, como também exigiu a contratação de um treinador inglês para a equipe. O último técnico inglês a comandar a seleção foi Steve MacLaren, que ficou no cargo entre 2006 e 2007. Um pequeno hiato entre o sueco Sven-Goran Eriksson (2001 a 2006) e Capello (desde 2008). O último técnico inglês que ficou mais de dois anos no comando do English Team foi Glen Hoddle, entre 1996 e 1999.
Capello deve anunciar seu futuro hoje, mas a imprensa inglesa diz que ele só deve deixar o comando da seleção se a federação de futebol do país pedir. Do contrário, deve cumprir seu contrato que vai até 2012.
O "The Guardian" também lamentou a eliminação inglesa, mas preferiu olhar para o futuro e pensar o que será do futebol inglês na Copa de 2014. Sem a geração considerada de ouro (Terry, Gerrard, Lampard, entre outros), um novo time precisará ser formado com valores como Adam Johnson, atacante de 22 anos do Manchester City, e outros que participaram da derrocada inglesa nesta Copa como Glen Johnson e Wayne Rooney.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

domingo, 27 de junho de 2010

Destaque do dia: Thomas Müller

Tevez brilhou no jogo da Argentina com dois gols, mas o grande nome do dia na Copa do Mundo foi mesmo o meia-atacante Thomas Müller. O jogador do Bayern de Munique marcou dois gols que acabaram com qualquer possibilidade de reação da Inglaterra no jogo de mais cedo pelas oitavas de final da Copa e ainda deu o passe para o gol de Podolski na vitória de 4 a 1 sobre o English Team.
Müller tem três gols na Copa. É o vice-artilheiro da competição atrás apenas de Higuaín, que tem quatro. Mas soma ainda três passes para gol. Ou seja, é responsável por seis dos nove gols da Alemanha no torneio.
Será que ele conseguirá ajudar a Alemanha a faturar o tetracampeonato? No próximo sábado, o desafio será a Argentina.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Argentina x Alemanha de novo

México nas oitavas de final e agora Alemanha nas quartas de final. A Copa de 2010 na sua fase de mata-mata tem sido igual para a Argentina ao torneio da Alemanha de quatro anos atrás. Mas agora o time de Maradona quer construir uma história diferente.
Há quatro anos, as duas equipes entraram em campo no estádio Olímpico de Berlim também para disputar uma vaga nas semifinais da Copa. Após o empate em 1 a 1 no tempo normal (gols de Klose, para os alemães e Ayala para os argentinos), a Alemanha acabou levando a melhor ao vencer por 4 a 2 nos pênaltis. Ayala e Cambiasso perderam as cobranças dos argentinos.
Aquele foi o quinto jogo entre argentinos e alemães que agora vão fazer o sexto confronto em Copas do Mundo. Os dois duelos mais importantes da história foram na final de 1986, que a Argentina venceu por 3 a 2, e na decisão de 1990, quando a Alemanha conquistou o tri ao vencer por 1 a 0. 

O primeiro jogo aconteceu na Copa de 1958, vitória da Alemanha por 3 a 1. Em 1966, houve o único empate do duelo: 0 a 0.
Quem pode vencer agora? Pelo que jogaram neste domingo, a Alemanha parece levar uma certa vantagem. A Argentina tem o talento de Messi e Tevez, mas uma defesa que pode ser um prato cheio para o veloz ataque alemão.
Se Özil e Thomas Müller se deram bem ao jogar nas costas de Ashley Cole e Glen Johnson e no buraco deixado entre o meio-campo e a defesa de Terry e Upson contra a Inglaterra, imagine o que não podem fazer diante de Otamendi (ou Jonas Gutiérrez) e Heinze. Se tivesse um time melhor e o árbitro tivesse anulado o primeiro gol argentino de Tevez, que estava impedido, o México poderia ter complicado a vida dos argentinos neste domingo. 
Até por privilegiar o seu forte ataque, a Argentina também tem um meio-campo frágil na marcação. Mascherano é o cão de guarda na frente da zaga enquanto Maxi Rodriguez ou Verón ajudam na marcação, mas também atacam quando o time vai a frente.
A seleção de Joachim Löw, por outro lado, parece ter um meio-campo mais equilibrado com Khedira, Schweinsteiger, Özil e Müller, sendo este jogando mais perto do ataque. E tem um ataque (Klose e Podolski) que soma quatro gols na Copa e parece gostar desse torneio.
Se Di Maria jogar a bola que jogou no Benfica e não o que apresentou até agora no Mundial (é uma das decepções da Copa), os argentinos podem complicar as coisas na defesa alemã. Se depender apenas de Messi, Tevez e dos gols de Higuaín, agora artilheiro isolado da Copa com quatro gols, pode ser pouco para chegar nas semifinais.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Argentina completa dez jogos de invencibilidade em Copas

A Argentina avançou sem muitos sustos para as quartas de final da Copa do Mundo ao derrotar neste domingo o México por 3 a 1. Com a vitória que agora coloca os argentinos frente a frente com a Alemanha numa reedição das quartas de final de 2006, a seleção completou dez jogos de invencibilidade em Copas do Mundo.
A última vez que a Argentina perdeu em uma Copa foi no torneio do Japão e da Coreia do Sul, em 2002, quando foi derrotada por 1 a 0 pela Inglaterra ainda na primeira fase. Naquele mundial, os argentinos fizeram uma péssima campanha e foram embora ainda na primeira fase no grupo que ainda tinha Suécia e Nigéria.
Quatro anos depois, a Argentina deixou o mundial nas quartas de final e invicta, pois perdeu para a Alemanha nos pênaltis e agora acumula quatro partidas de invencibilidade.
Se chegar até a final e não perder, o time de Maradona poderá igualar o recorde do Brasil, que acumulou 13 partidas de invencibilidade entre a vitória sobre a Áustria por 3 a 0 em 1958 e a vitória sobre a Bulgária por 2 a 0 em 1966.
Veja abaixo a invencibilidade da Argentina:
Copa de 2002 

Argentina 1 x 1 Suécia 

Copa de 2006 

Argentina 2 x 1 Costa do Marfim 
Argentina 6 x 0 Sérvia e Montenegro 
Argentina 0 x 0 Holanda 
Argentina 2 x 1 México 
Argentina 1 x 1 Alemanha 

Copa de 2010 

Argentina 1 x 0 Nigéria 
Argentina 4 x 1 Coreia do Sul 
Argentina 2 x 0 Grécia 
Argentina 3 x 1 México
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Thomas Müller, o artilheiro que assinou o primeiro contrato em 2009

Aos 20 anos, Thomas Müller está vivendo o grande momento da sua curtíssima carreira. Com três gols e três assistências na Copa do Mundo, ele é um dos grandes destaques da jovem seleção alemã comandada por Joachim Löw. Junto com Özil, Schweinsteiger e Khedira, ele forma o meio-campo que vem se mostrando ser o melhor deste mundial até o momento.
E pensar que há apenas um ano e quatro meses, Müller era apenas um jogador das divisões de base do Bayern de Munique. Por sete anos, ele esteve na base do clube até em que em 2007 começou a jogar no Bayern de Munique II, time amador do clube que disputa a terceira divisão do país.
Mesmo no Bayern II, o jovem jogador fez sua estreia entre os profissionais em agosto de 2008, num jogo contra o Hamburgo pelo Campeonato Alemão. Mas o primeiro contrato com o time principal do clube bávaro foi assinado apenas em fevereiro de 2009.
Na última temporada, o meia-atacante foi um dos destaques do Bayern vice-campeão europeu e campeão da Bundesliga e da Copa da Alemanha. Marcou 13 gols na campanha do título alemão e com tantas boas atuações chamou a atenção do técnico Joachim Löw, que o convocou em outubro de 2009 para um amistoso contra a Costa do Marfim.
O jogo, porém, foi cancelado por causa da morte do goleiro da seleção Robert Enke. E a estreia teve que ser adiada ainda mais porque Rainer Adrion, técnico da seleção sub-21, pediu para Löw para aproveitá-lo no time nas eliminatória para o Campeonato Europeu da categoria que acontecerá em 2011.
Assim, somente em março deste ano Müller, que passou por todas as seleções de base do seu país, fez sua primeira partida pela equipe alemã contra a Argentina. Foi substituído aos 21 minutos do segundo tempo e apesar da derrota de 1 a 0 da Alemanha ganhou a confiança de Löw, que o colocou entre os 23 que viajariam para a África do Sul. E o técnico alemão não deve estar nada arrependido.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

O show alemão e o melancólico adeus de uma geração inglesa

No sábado comentávamos aqui no blog que o clássico entre Inglaterra e Alemanha era muito mais decisivo para uma geração de jogadores ingleses que por causa da idade dificilmente estarão no Brasil em 2014 para a disputa de mais uma Copa do Mundo.
E a despedida de Ashley Cole (29 anos), John Terry (29), Carragher (32), Gerrard (30), Lampard (32), Joe Cole (28) e Barry (29) não poderia ter sido mais melancólica com um verdadeiro massacre da Alemanha em Bloemfontein. A goleada de 4 a 1 é até agora o grande jogo da Copa do Mundo e expôs tanto as virtudes da Alemanha quanto os problemas da Inglaterra na competição.
O jovem time alemão mostrou que aquele show de bola na estreia contra a Austrália não foi um acidente contra um time aparentemente fraco, que depois acabou brigando para estar nas oitavas, e que a equipe de Joachim Löw foi para a África do Sul disposta a lutar pelo tetracampeonato.
E por uma dessas ironias e coincidências que só o futebol proporcionam, a história deste confronto ainda tratou de ser revisitada nesta partida. Quando a Alemanha vencia por 2 a 1, Lampard acertou um chute preciso que bateu no travessão e quicou duas vezes dentro do gol, mas o árbitro assistente Espinoza Rodriguez e o árbitro Jorge Larrionda não deram o gol que poderia ter mudado a história do jogo.
Imediatamente veio a lembrança da decisão de 1966, quando os ingleses marcaram um gol com Geoff Hurst na prorrogação numa jogada semelhante. Na ocasião, o árbitro suíço Gottfried Dienst validou o lance numa bola que não entrou (você pode ver o lance dois posts abaixo).
Como no duelo de 1970, o Alemanha conquistou a vitória com um gol de um Müller. Naquela Copa, o artilheiro Gerd Müller garantiu o triunfo alemão. Neste, coube a outro artilheiro do Bayern de Munique, Thomas Müller, o golpe, ou melhor, os dois golpes, de misericórdia nos ingleses. Com dois gols, o meia-atacante de 20 anos assumiu a artilharia da Copa com três gols ao lado de outros seis jogadores. Müller, que vem fazendo um grande Mundial, ainda deu três assistências para gol.
Independentemente do gol que os ingleses vão reclamar eternamente, a Alemanha foi muito melhor em campo. No início da partida, parecia que a Inglaterra estava tremendo enquanto o time de Löw fazia uma verdadeira blitz no campo de ataque.
O English Team de Fábio Capello mostrou muitos buracos no seu sistema defensivo e entre a defesa e o meio-campo vastamente explorados pela Alemanha. Com Khedira e Schweinsteiger engolindo o badalado meio-campo inglês formado por Barry, Lampard, Gerrard e Milner, os alemães impuseram a sua velocidade em campo com Özil pela esquerda e Müller pela direita, deixando os ingleses perdidos em campo.
Num lançamento do goleiro Neuer, Upson falhou e Klose abriu o placar na saída de James. Foi o 12º gol do artilheiro em Copas. Ele se igualou a Pelé e está a dois gols de Gerd Müller e a três de Ronaldo, o recordista de gols em Mundiais.
Aos 30, Khedira tocou para Müller que só teve o trabalho de tocara para Podolski concluir para fazer o segundo. Foi o segundo gol dele na Copa. Em quatro jogos deste Mundial, Podolski já fez o mesmo número de gols (dois) do que em toda o Campeonato Alemão jogando pelo Colônia.
Após o gol, a Inglaterra cresceu na partida e diminuiu com Upson. Aos 36, saiu o polêmico gol de Lampard não marcado.
Após o intervalo, a Inglaterra foi para cima e deu ainda mais espaço para o mortal contra-ataque alemão. Aos 28, Barry ficou olhando Özil passar por ele, invadir a área e tocar para Müller matar o jogo. Depois o próprio Müller só fechou o caixão inglês, que voltará para Londres humilhado.
Um lamentável fim para uma geração que ganhou muitos títulos pelos clubes ingleses, mas não vingou ainda como seleção. Mais uma vez, Gerrard e Lampard não conseguiram jogar bem juntos e a Inglaterra ainda sofreu na Copa com as lesões que Wayne Rooney teve no final da temporada. Longe da sua melhor forma, o Shrek se despede da Copa sem marcar um único gol.
Para os ingleses mais experientes, a Copa do Mundo já era. Resta apenas a Eurocopa da Polônia e da Ucrânia em 2012. Se a Inglaterra se classificar.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

sábado, 26 de junho de 2010

O quinto duelo entre alemães e ingleses numa Copa

Uma das maiores rivalidades do futebol mundial, que extrapola até os limites do gramado, Inglaterra e Alemanha se encontram neste domingo em Bloemfontein para a disputa da que promete ser a mais eletrizante partida de oitavas de final desta Copa do Mundo. As duas seleções entram em campo em busca de uma vaga nas quartas de final para continuar sonhando com um troféu que não levantam desde 1990, no caso dos alemães, ou desde 1966, no caso dos ingleses.
O jovem time alemão tentará mostrar que a boa impressão deixada contra a Austrália na estreia não foi apenas fogo de palha. Mas a equipe de Joachim Löw parece estar na descendente.
Já para os ingleses, que vêm crescendo na competição, o clássico é ainda mais decisivo para um grupo de jogadores que não terão nova chance em 2014 porque já serão veteranos. Nomes como Gerrard, Lampard e Terry, que tiveram carreiras brilhantes em seus clubes, podem ficar conhecidos como mais uma geração que não faturou uma Copa do Mundo como outras tantas depois da vitoriosa equipe de Bobby Charlton, Jack Charlton e Bobby Moore.
O jogo deste domingo será o quinto duelo entre alemães e ingleses em Copas. E o equilíbrio marca o confronto. A Inglaterra ganhou uma partida, justamente a decisão de 1966, e a Alemanha ganhou outra nas quartas de final de 1970. Houve ainda dois empates na segunda fase da Copa de 1982 e nas semifinais da Copa de 1990. Mas neste caso, os alemães levaram a melhor e venceram por 4 a 3 nos pênaltis, indo para a final em que conquistariam o tricampeonato.
Em 1966, a decisão foi para a prorrogação após empate normal em 2 a 2. Aos 11 minutos do tempo extra, Alan Ball tocou para Geoff Hurst, mandar um chute forte que acertou o travessão e caiu no gramado. O gol foi confirmado pelo árbitro suíço Gottfried Dienst, mas os alemães reclamaram muito e afirmaram que aquela bola não entrou (tire sua conclusão no vídeo abaixo). No final do segundo tempo da prorrogação, o mesmo Hurst faria mais um, o terceiro dele no jogo, fechando a decisão em 4 a 2. Peters fez o outro gol inglês enquanto Haller e Weber descontaram para os alemães.
A Inglaterra de Alf Ramsey entrou em campo com Gordon Banks, George Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore e Ray Wilson; Nobby Stiles, Alan Ball, Bobby Charlton e Martin Peters; Geoff Hurst e Roger Hunt. Os alemães comandados por Helmut Schön jogaram com Hans Tikowski, Horst-Dieter Höttges, Willie Schulz, Wolfgang Weber e Karl-Heinz Schnellinger; Beckenbauer e Overath; Haller, Uwe Seller Siegfried Held e Lothar Emmerich.
Quatro anos depois, novo empate em 2 a 2 levou o jogo mais um vez para a prorrogação. Dessa vez, porém, um gol de Gerd Müller colocou os alemães nas semifinais. Beckenbauer e Uwe Seller marcaram os outros gols da equipe ainda comandada por Helmut Schön. Mullery e Peters descontaram para o time de Alf Ramsey que entrou em campo com Bonetti, Keith Newton, Terry Cooper, Alan Mullery e Brian Labone; Bobby Moore, Francis Lee e Alan Ball; Bobby Charlton (Colin Bell), Geoff Hurst e Martin Peters (Norman Hunter). A Alemanha jogou com Sepp Maier, Horst-Dieter Höttges (Willie Schulz), Franz Beckenbauer, Karl-Heinz Schnellinger, Stan Libuda (Grabowski) e Hennes Loehr; Klaus Fichtel, Berti Vogts e Overath;Uwe Seller e Gerd Müller.
Em 1982, o duelo acabou em 0 a 0. O jogo no Santiago Bernabéu foi apitado pelo árbitro Arnaldo Cezar Coelho. Então dirigida por Jupp Derwall, a Alemanha jogou com Schumacher, Briegel, Breitner, Karl-Heinz Foerster e Dreammler; Bernd Foerster, Reinders (Littbarski), Stielike e Hansi Müller (Fischer); Rummenigge e Kaltz. Os ingleses de Ron Greenwood entraram em campo com Peter Shilton, Butcher, Coppel, Francis (Woodcock) e Mariner; Mills, Rix, Bryan Robson e Sanson; Thompson e Wilkins.

Oito anos depois, o último encontro pelas semifinais da Copa. Embora tenham feito sua melhor partida naquele Mundial da Itália, os ingleses acabaram sucumbindo nos pênaltis perdidos por Stuart Pearce e Chris Waddle que deu a vitória aos alemães. A Alemanha viria a ser campeã enquanto a Inglaterra terminaria em quarto lugar. No tempo normal, empate em 1 a 1 graças a uma falta cobrada da entrada da área por Brehme e o gol do artilheiro Gary Lineker.
Dirigida por Franz Beckenbauer, a Alemanha entrou em campo com Illgner, Brehme, Kohler, Augenthaler e Buchwald; Berthold, Olaf Thon, Thomas Hassler (Reuter) e Lotthar Matthaus; Rudi Voller (Riedle) e Jurgen Klinsmann. A Inglaterra de Bobby Robson jogou com Peter Shilton, Stuart Pearce, Des Walker, Terry Butcher (Trevor Steven) e Chris Waddle; Paul Parker, Mark Wright, David Platt e Paul Gascoigner; Peter Beardsley e Gary Lineker. Uwe Seller e Gerd Müller.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

A Celeste (re)vive!

Não sabemos até onde o Uruguai vai na Copa do Mundo, mas o torneio da África do Sul já representa um marco histórico para o futebol do país. Desde 1970 que a Celeste não brilhava num Mundial, quando foram eliminados pelo Brasil nas semifinais e acabaram na quarta colocação.
Neste sábado, o Uruguai resgatou aquela garra que sempre foi característica do seu futebol para conquistar contra a Coreia do Sul a vaga nas quartas de final. É verdade que foi o próprio time de Oscar Tabárez que se complicou ao recuar demais no segundo tempo, quando já vencia por 1 a 0. Cedeu campo para a Coreia do Sul, levou o empate e quase toma a virada não fosse a má pontaria do ataque sul-coreano.
Na parte final do jogo, Tabarez colocou Diego Forlán, um dos destaques dessa Copa, para armar o jogo e deixou o artilheiro Luís Suarez e Cavani mais a frente. Debaixo de muita chuva (sempre existe chuva nos momentos mais dramáticos), o Uruguai colocou o coração na ponta da chuteira, foi para cima e após uma disputa na entrada da área, a bola sobrou para Luís Suarez que driblou Kim Jung-woo e jogou com precisão e categoria no canto esquerdo do goleiro Sung-ryong.
Foi o segundo gol do artilheiro do Ajax, que se igualou a Higuaín (Argentina), Vittek (Eslováquia) e David Villa (Espanha) na artilharia da Copa do Mundo com três gols.
No final da partida, ainda coube a Lugano evitar o empate sul-coreano, garantindo a vitória por 2 a 1. A defesa formada por ele e Godín é uma das melhores da Copa e levou apenas um gol no Mundial.
O curioso nesta surpresa da seleção uruguaia em 2010 é que o reerguimento do futebol do país acontece justamente quatro anos antes da Copa do Brasil, onde a Celeste conquistou a sua maior glória, o bicampeonato mundial de 1950 contra o Brasil. Até parece que as lembranças do Maracanazo estão inspirando o país a lutar por uma nova geração que possa repetir os feitos de 60 anos atrás.
Mas enquanto 2014 não vem, o Uruguai sonha em ir mais longe nesta Copa. E para chegar ao tri, a Celeste ainda pode cruzar novamente com o Brasil em uma semifinal.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Itália fora da Copa: o vexame é azul

Parafraseando o cineasta polonês Krzysztof Kieślowski, diretor da Trilogia das Cores, o vexame é azul nesta Copa do Mundo da África do Sul. Depois da vergonhosa eliminação da França, nesta quinta-feira foi a vez da Itália, atual campeã do mundo e tetracampeã do torneio, ser despachada ainda na primeira fase do Mundial. E foi de uma forma absolutamente humilhante para os italianos.
O time de Marcello Lippi não conseguiu vencer um único jogo na primeira fase e terminou em último lugar no seu grupo que era um dos mais fracos da Copa. Ao ser derrotada pela Eslováquia, estreante em Copas, por 3 a 2, os italianos conseguiram ficar atrás da Nova Zelândia, cuja história no torneio é infinitamente inferior à da atual campeã.
Para piorar, a Itália, que sempre ficou conhecida por ter uma excelente defesa, perdeu nesta Copa para a Suíça o recorde de minutos sem tomar gol e se despediu do torneio sofrendo cinco gols, média de 1,66 por partida. E em pelo menos três deles, o capitão Cannavaro falhou.
O vexame italiano se cruza com o do francês e inscreve nesta Copa um dado histórico: pela primeira vez o campeão e o vice de um Mundial chegam para disputar o torneio seguinte e são eliminados na primeira fase.
Foi ainda a quarta vez que um campeão foi eliminado na primeira fase da Copa seguinte. Antes, apenas a própria Itália (1950), o Brasil (1966) e a França (2002) tinham conseguido tal feito. E esta foi a sexta vez que os italianos caíram na primeira fase. Mas isso não acontecia desde 1974, na Alemanha.
São muitos números negativos para Lippi carregar nas costas. Campeão em 2006, o técnico deixara a Itália após o título, mas o fracasso de Roberto Donadoni fez a Federação Italiana chamá-lo de volta há dois anos. A Itália se classificou para a Copa num grupo fácil em que tinha Chipre, Montenegro, Bulgária, Georgia e Irlanda. Mesmo assim, sofreu a ponto de trocar de técnico. (Leia mais: A crônica da ópera desafinada)
Mas na hora da convocação final, Lippi foi até mais polêmico do que Dunga. Se a maioria dos torcedores brasileiros lamentou as ausências de Ronaldinho Gaúcho, Ganso e Neymar, o italiano praticamente se descabelou ao ver que Cassano, Totti e Del Piero, por exemplo, estavam fora. E na hora de diminuir a lista de 30 para 23 jogadores, o técnico ainda cortou Grosso, autor do gol de pênalti que deu o título de 2006.
Sem contar Luca Toni, que parece ter feito mais falta do que se pensava. Sem o centroavante, a Itália teve uma dificuldade enorme para fazer gols. E o melhor deles, Di Natale, da Udinese, passou muito mais tempo no banco do que em campo. Só foi titular no terceiro jogo, quando era preciso de qualquer jeito a vitória.
Lippi justificou sua convocação dizendo que não tinha um fenômeno. Do contrário convocaria. Mas jogadores melhores ele tinha.
Sem poder de fogo no ataque, com uma defesa frágil que ainda perdeu o goleiro Buffon, um dos melhores do mundo, por causa de uma hérnia de disco, convocações equivocadas e uma equipe envelhecida, a Itália de Lippi naufragou muito antes da hora.
Assim como Raymond Domenech na França, Lippi chegou na África do Sul já demissionário. Já estava certo que o técnico da Fiorentina, Cesare Prandelli, assumiria a seleção depois da Copa. Assim como Laurent Blanc, novo técnico da França, Prandelli terá que juntar os cacos de uma equipe que fez uma pífia campanha na África do Sul.
Mas nem tudo está vermelho entre os azuis. Ainda restam na Copa Uruguai, Argentina e o... Japão, que surgiu surpreendentemente no final do filme como naquelas reviravoltas que alguns roteiros dão e sonha em aprontar na Copa do Mundo.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Copa de 2010 já tem seu campeão moral

A Copa do Mundo da África do Sul já tem o seu "campeão moral". É a Nova Zelândia, que se despediu do Mundial nesta quinta-feira sem perder um único jogo. Foram três empates nos três partidas disputadas pelo grupo F.
Os neo-zelandeses ainda podem comemorar um feito. Ficaram na frente da atual campeã Itália no grupo. Os italianos se despediram da Copa ao serem derrotados pela Eslováquia por 3 a 2.
Na Copa de 2006, na Alemanha, a "campeã moral" foi a Suíça, que saiu do Mundial sem perder após cair diante da Ucrânia na disputa de pênaltis das oitavas de final. Além disso, os suíços não tomaram nenhum gol.
Para quem não sabe ou não lembra, a expressão "campeão moral" foi criada pelo ex-técnico da seleção brasileira Claudio Coutinho após o Brasil terminar a Copa de 1978, na Argentina, sem perder. O Brasil ficou em terceiro lugar naquela Copa ao derrotar a Itália por 2 a 1.
A campeã de fato daquele ano foi Argentina que derrotou a Holanda na final por 3 a 1 após uma classificação, digamos, suspeitíssima conquistada naqueles 6 a 0 sobre o Peru na segunda fase. A goleada acabou tirando o Brasil, único invicto daquela Copa, da final.
Com o fim da competição, Coutinho disse: "Nós fomos os campeões morais dessa Copa".
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Feliz aniversário, Messi!

Não é qualquer um que pode comemorar aniversário disputando uma Copa do Mundo. O craque Lionel Messi é um deles. Nesta quinta-feira, ele completa 23 anos. Eleito melhor do mundo pela Fifa na temporada passada, o atacante vive finalmente um bom momento com a camisa da seleção argentina e é, até o momento, o destaque de um Mundial que ainda não teve um grande craque.
Messi, porém, ainda procura o seu primeiro gol na Copa da África do Sul. O mais perto que ele chegou foi uma bola na trave contra a Grécia.
Mas o jogador vem sendo decisivo na campanha do time de Maradona. Dos pés dele estão saindo algumas das principais jogadas da Argentina que resultaram em gols nas três vitórias da seleção no Mundial contra Nigéria (1 a 0), Coreia do Sul (4 a 1) e Grécia (2 a 0).
Será que Messi conseguirá conduzir a Argentina ao título mundial? Seria um presente de aniversário muito especial para todos os argentinos.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uma zebra já está na semifinal da Copa do Mundo

A campanha irregular da Inglaterra no grupo C da Copa da África do Sul criou uma situação bem interessante no emparelhamento dos confrontos a partir das oitavas de final. Colocou na chave de cima Uruguai, Coreia do Sul, Estados Unidos e Gana. Ou seja, teremos uma zebra nas semifinais do Mundial.
No próximo sábado, Uruguai e Coreia do Sul disputam uma vaga nas quartas de final enquanto Estados Unidos e Gana fazem o outro confronto. Os vencedores se enfrentam nas quartas e quem passar deste duelo estará nas semifinais do Mundial.
Para Gana seria a melhor campanha de sua história e a melhor de um país africano na Copa. Já os Estados Unidos poderiam repetir o feito de 1930, quando terminaram em terceiro lugar. A Coreia do Sul foi semifinalista em 2002.
Para o Uruguai também seria importante disputar uma semifinal. Os uruguaios não chegam tão longe numa Copa do Mundo desde 1970, quando terminaram o torneio do México na quarta colocação.
Confesso que seria muito legal ver o Uruguai brilhando novamente numa Copa depois de tantas participações ruins ou mesmo ausências de Mundiais.
Esse emparelhamento também ficou interessante para o Brasil e deu importância ao jogo de sexta-feira contra Portugal. Se a seleção vencer os portugueses também ficará na parte de cima da chave, evitando confrontos contra Argentina, Inglaterra ou Alemanha antes da final do Mundial.
A única seleção de peso e história que o Brasil poderia pegar antes da final poderia ser a Itália. Desde que os italianos, que decidem seu futuro nesta quinta-feira, terminem em segundo do grupo F. Se ficar em primeiro, o time de Marcello Lippi também vai para a parte de baixo da chave com todos os favoritos e a seleção fica com o caminho relativamente livre até a final.
Nessa simulação, além do Uruguai, o time de maior peso que o Brasil poderia pegar antes da final é a Holanda nas quartas de final, que deve terminar em primeiro lugar do grupo E.
Mas se o Brasil perder para Portugal e a Itália ficar em primeiro do seu grupo, aí, é só clássico na parte de baixo da chave. O Brasil poderia, por exemplo, pegar uma Espanha na oitavas (duelo que pode acontecer na parte de cima da chave também), Itália nas quartas e Argentina, Alemanha ou Inglaterra nas semifinais. Na final, poderia acontecer um duelo contra o Uruguai, reeditando a final de 1950, ou a Holanda, que seria uma final inédita.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Domenech, um técnico perdido e sem comando

Nunca na história da França uma seleção nacional fez uma campanha tão vexatória numa Copa do Mundo quanto a de Raymond Domenech neste Mundial de 2010. Depois de entrar na festa com a mão de Thierry Henry, os Bleus se despediram pela porta dos fundos de forma melancólica sem uma única vitória em três jogos disputados.
A eliminação na primeira fase pode ser comparada à de 2002, quando os franceses sofreram com uma lesão de Zidane e caíram também na primeira fase, mas sem marcar um único gol. Contudo, há oito anos a equipe só protagonizou um vexame dentro de campo e não uma sequência de atitudes lamentáveis que fizeram até o presidente Nicolas Sarkozy vir a público comentar a crise na equipe francesa.
Domenech já chegou na África do Sul demitido. Pouco antes da convocação final, a Federação Francesa anunciara que o ex-zagueiro Laurent Blanc, técnico do Bordeaux e campeão mundial em 98, assumiria o time depois da Copa.
O treinador, porém, podia ter saído há dois anos, quando a França se despediu da Eurocopa da Áustria e da Suíça com uma campanha praticamente igual a desta Copa do Mundo: um empate, duas derrotas, apenas um gol marcado e seis gols sofridos, dois a mais do que na África do Sul. O penúltimo lugar na fase final da Euro era a senha para novos ares de um time que já estava envelhecido e sofria com a falta de talento desde a aposentadoria de seu maior craque, Zinedine Zidane.
Mas Domenech foi mantido e chegou na África do Sul com sua seleção sob a o estigma de ter se classificado injustamente por causa do lance do gol de Gallas que Henry ajeitou a bola com a mão, embora saibamos que o futebol não é tão matemático assim a ponto de sabermos que se o gol tivesse sido anulado a Irlanda é que estaria na Copa. A desconfiança só aumentou quando no último amistoso antes do Mundial, os franceses perderam para a China por 1 a 0. Sinal de alerta ligado e os problemas começaram a surgir. (Leia mais: Crônica de um au revoir anunciado)
Na África, enquanto a França não conseguia jogar dentro de campo a crise começava a crescer do lado de fora. Os rumos de que havia uma divisão no grupo, sendo um deles liderado pelo capitão Evra e pelos experientes Anelka e Gallas e outro formado pelos franceses que jogam no país começaram a crescer na imprensa europeia. O primeiro grupo queria, entre outras mudanças, que Thierry Henry jogasse o tempo todo e barrar jogadores como Govou e Gourcuff. Mas outros contestavam e nisso a França foi se desmoronando.
Para armar o time, Domenech mordia e assoprava cada grupo do seu rachado elenco. Colocou Henry apenas por 15 minutos e no lugar de Anelka na estreia contra o Uruguai (0 a 0), mas Govou foi titular, assim como Gourcuff. Nada demais, principalmente porque o jogador do Barcelona não fizera uma boa temporada. Mas no jogo seguinte chamou a atenção o não aproveitamento de Henry em sequer um minuto da derrota para o México por 2 a 0.
Mesmo precisando da vitória, Domenech colocava Gignac e Valbuena enquanto o astro francês congelava no banco de reservas. No intervalo daquela partida, a crise se agravou quando Anelka xingou o treinador. Os palavrões ganharam a manchete do "L'Equipe" e correram o mundo. A crise explodia e o atacante do Chelsea era expulso da seleção.
Os dias se passaram e Evra, depois de anunciar que havia um traidor no elenco, liderou um motim durante um treino após discutir asperamente com o preparador físico Robert Duverne. O caso leva o chefe da delegação, Jean-Louis Valentin a pedir demissão dizendo-se envergonhado com o time.
Nesta terça, a França se despediu da Copa com um time absolutamente alheio ao Mundial e devastado pela crise interna. Domenech tirou Evra e outros jogadores na última partida e mostrou que jamais teve o comando da seleção francesa. (Leia mais: Domenech e a grosseria com Parreira)
Como se não bastassem os problemas extra-campo, a França nunca teve padrão tático, jogadas e diálogo dentro de campo. Era um arremedo de alguns bons jogadores que brilharam nos clubes com outros muito fracos que não tinham condição de jogar no time. Ficou claro que Benzema e Nasri, preteridos na convocação final, fizeram falta.
Perdido, Domenech escalou o time sempre de olho nos grupos dentro da sua equipe e não na formação tática. Não agradou a ninguém e deixa o comando dos Bleus da pior forma possível. A história se lembrará dele como o técnico vice-campeão do mundo de 2006, mas ele também será lembrado como o treinador que comandou o time nos dois maiores vexames de sua história: a Euro-2008 e a Copa-2010.
Foram seis jogos e nenhuma vitória. E a França segue sem vencer nas duas principais competições entre seleções desde a aposentadoria de Zidane.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Argentina repete duelo das oitavas de final de 2006

Com 100% de aproveitamento na primeira fase, sete gols marcados e apenas um sofrido, a Argentina se classificou com tranquilidade para as oitavas de final da Copa do Mundo. Líder do grupo B após derrotar a Grécia por 2 a 0, o time de Diego Maradona agora vai encontrar um velho conhecido da última Copa, o México, que ficou em segundo lugar no grupo A após perder para o Uruguai por 1 a 0.
O jogo de 2006 em Leipzig, na Alemanha, foi um duro duelo para a Argentina que só conquistou a classificação para as quartas de final na prorrogação.
Daquele jogo de 2006, 14 jogadores ainda estão presentes nas duas seleções, sendo seis argentinos e oito mexicano. Dos seis argentinos, estiveram em campo Heinze, Mascherano, Maxi Rodriguez, Tevez e Messi. Estes dois eram reservas naquela época. O único do atual elenco de Maradona que esteve na Copa, mas não jogou foi o zagueiro Burdisso. Maradona, aliás, também estava no estádio naquele dia 24 de junho, mas sofrendo na arquibancada.
No México, estiveram em campo naquela partida Salcido, Rafa Marquez, que marcou um gol, Osório, Guardado e Torrado. Não atuaram, mas estavam no elenco o goleiro Ochoa, Franco e Francisco Rodriguez.
Então treinada por José Pekerman, a Argentina atuou com Abbondanziere, Scaloni, Ayala, Heinze e Sorín; Cambiasso, Mascherano, Maxi Rodriguez e Riquelme; Saviola e Crespo. Crespo e Maxi Rodriguez, num golaço na prorrogação, marcaram para os argentinos.
Já o México do então técnico Ricardo la Volpe entrou em campo com Oswaldo Sanchez, Castro, Salcido, Rafa Marquez e Mendez; Osório, Guardado, Pardo e Fonseca; Ramon Morales e Borgetti.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)