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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ronaldo como meta e inspiração para Klose e Van Persie

Como mostramos aqui no blog e na coluna do jornal de quarta-feira esta será a primeira vez em que Ronaldo e Zidane não serão protagonistas depois de três Copas do Mundo consecutivas. Mas o craque brasileiro será uma figura presente na ambição de dois jogadores que disputarão o Mundial da África do Sul: Miroslav Klose e Robin Van Persie.
Após a lesão de Robben que pode fazer com que ele não jogue as primeiras rodadas, a responsabilidade do atacante holandês do Arsenal só aumentou. Caberá a ele concluir com perfeição as jogadas armadas pelo talentoso meio-campo da Laranja que deve começar a Copa com Van Bommel, De Jong, Sneijder e Van der Vaart.
Para Van Persie, Ronaldo pode ser um exemplo e uma inspiração. Assim como o brasileiro em 2002, o atacante ficou um longo tempo parado se tratando de uma lesão no joelho e está praticamente descansado para a disputa do Mundial. Foram cinco meses se tratando desde que ele se machucou no dia 14 de novembro. Van Persie só voltou no dia 14 de abril e ainda assim não era escalado desde o início pelo técnico Arsene Wenger nas partidas dos Gunners.
A recuperação foi excelente e o atacante marcou quatro gols nos três amistosos pré-Copa disputados pela Holanda. Foram dois na vitória sobre o México (2 a 1), um contra Gana (4 a 1) e um contra a Hungria (6 a 1). A confiança nele é tanta que o técnico Bert van Marwijk abriu mão de ter no elenco o veterano Van Nistelrooy, que sofreu nos últimos anos com problemas de lesão e por isso não foi incluído na convocação.
O drama do craque brasileiro foi ainda maior que o de Van Persie. Desde 1999, Ronaldo sofreu com lesões no joelho, passou por operações e após meses e meses de tratamento voltou para a seleção para se tornar um dos grandes nomes do pentacampeonato brasileiro. 
Será que Van Persie pode repetir o feito de Ronaldo e conduzir a Holanda ao seu primeiro título mundial? É o que veremos a partir desta sexta-feira. Vale, inclusive, ressaltar um dado interessante. Tanto em 2002 quanto em 2006, os grandes nomes da Copa foram jogadores que não passaram por temporadas desgastantes e/ou voltaram de contusões. Foi assim com Ronaldo e Rivaldo em 2002 e com Zidane em 2006, que tinha feito uma temporada discretíssima no Real Madrid e se preparou para aquela que seria sua última competição. Não fosse a cabeçada em Materazzi se consagraria como um craque que poderia ter decidido duas Copas. Mas isso é história para outro post.
Se a história de superação de Ronaldo é uma inspiração para Van Persie, para o alemão Klose os números do brasileiro são sua grande ambição. Com dez gols, o atacante do Bayern de Munique pode se igualar ao craque como o maior artilheiro da história das Copas se marcar mais cinco neste Mundial. Se mantiver a sua média, portanto, já que Klose balançou a rede cinco vezes na Coreia e no Japão e cinco vezes na Alemanha. Com estes gols, ele também ultrapassaria Gerd Müller, maior artilheiro alemão em Copas com 14. 
E não duvide que ele seja capaz disso. Sua última temporada foi realmente desastrosa. Reserva do campeão alemão, ele marcou apenas três gols na Bundesliga, mas nunca perdeu prestígio com o técnico Joachim Löw, que pode até não escalá-lo como titular no primeiro jogo, mas certamente o colocará para jogar em algum momento.
E nem o retrospecto no clube serve de referência. Klose é o que se pode dizer do típico jogador que gosta de jogar Copas. Pode até ser contestado durante quatro anos, mas quando chega no palco principal, parece que tudo muda. Algo como Rivaldo (que brilhou em 98 e 2002, embora fosse sempre contestado na seleção) ou mesmo o goleiro Taffarel (fundamental em 94 e em 98), para ficar em dois exemplos brasileiros. 
Em 2002, Klose era apenas uma realidade local quando chegou na Copa (tinha apenas pouco mais de um ano de seleção). Tinha marcado somente 16 gols em 35 partidas. Média ruim para um atacante de ponta. Mas foi vice-artilheiro atrás apenas de Ronaldo. Quatro anos depois, sua média foi bem melhor, 31 gols em 40 jogos, mas ainda abaixo de atacantes de ponta do futebol mundial. Só que lá estava ele para marcar os cinco gols que o fizeram ser o artilheiro do Mundial.
Será Klose capaz de quebrar o recorde de Ronaldo? Esta é outra resposta que começará a ser respondida quando o pontapé inicial for dado nesta sexta-feira no estádio Soccer City em Johannesburgo.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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