Com cinco jogadores no time titular, o Barcelona é a base da seleção espanhola. Com um meio-campo leve e talentoso que nesta quarta-feira entrou em campo com Busquets, Xabi Alonso, Xavi e Iniesta, a Fúria tem como uma de suas armas o toque de bola em velocidade e a busca pelos espaços nas defesas adversárias utilizando principalmente este recurso. A Espanha, portanto, joga à Barcelona.
O técnico da Suíça, Ottmar Hitzfeld, sabia muito bem disso. Veterano e colecionador de títulos com o Bayern de Munique, o treinador alemão mostrou que estava atento e simplesmente copiou para a sua equipe o esquema utilizado pelo técnico José Mourinho para eliminar o Barcelona das semifinais da Liga dos Campeões em pleno Camp Nou.
Naquela partida, a Inter de Milão atuou toda fechada, num verdadeiro ferrolho como os suíços hoje. E deu as laterais para o Barcelona atacar. Com jogadores na sua maioria de baixa estatura, o Barça não conseguiu fazer os gols que precisava depois de perder a primeira partida por 3 a 1.
A tática usada pelos suíços foi a mesma. Diversas vezes podia-se ver Iniesta sempre livre atacando pela esquerda. E no segundo tempo, Navas sempre caia pela direita com liberdade. Mas a jogada preferencial dos espanhois era a mesma. Tentar entrar driblando ou tocando na área, uma vez que a equipe não tinha um bom cabeceador no ataque (Fernando Torres estava no banco e entrou apenas no meio do segundo tempo) ou mesmo jogadores altos. Os principais estão na defesa (Sérgio Ramos e Piqué).
E pelo alto, a defesa suíça formada por Senderos, que saiu machucado dando lugar a Von Bergen, Grichting, Liechtesteiner e Ziegler não deixava passar nada.
Vicente del Bosque ainda tentou povoar o campo suíço de atacantes e meias habilidosos, mas esbarrou no ferrolho suíço e estreou na Copa com derrota de 1 a 0. Um revés que custou uma invencibilidade de 12 jogos para a campeã europeia, mas manteve a longa invencibilidade da defesa suíça.
Desde 1994, os suíços não tomam gols em Copa do Mundo. A última vez foi justamente contra a Espanha nas oitavas de final do Mundial dos Estados Unidos. Desde então foram cinco jogos (A Suíça não esteve nas Copas de 1998 e 2002), somando os quatro jogos de 2006 e este contra a Espanha. São 483 minutos sem tomar gol, ou 8h05m. O recorde em uma única Copa é da Itália em 1990, que ficou pouco mais de cinco jogos sem ter sua defesa vazada, ou 517 minutos quando tomou o gol nas semifinais contra a Argentina.
E o recorde total também é da Itália, que entre este gol da Argentina em 1990 e o último gol levado da França nas oitavas de final da Copa de 1986, somou 550 minutos sem levar gol.
Será que a Suíça conseguirá esta marca? A bola agora está com o Chile, adversário de segunda-feira.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)
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