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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Faltou ousadia para Domenech e criatividade para a França

Se o resto da Copa do Mundo for igual aos dois jogos de hoje, teremos um triste replay de 2006. Depois de uma primeira partida (África do Sul 1 x 1 México) que teve a sua dose de emoção apenas pela torcida a favor do time da casa que organiza o torneio, o duelo entre Uruguai e França resultou num decepcionante e insosso 0 a 0 na Cidade do Cabo.
Antes do jogo havia muita expectativa por ser um duelo de campeões do mundo e porque tanto os uruguaios quanto os franceses têm bons ataques com nomes de certo destaque no futebol europeu. Mas de um lado, Luís Suarez, estrela do Ajax, e Diego Forlán, artilheiro do Atlético de Madrid, não acertaram o pé nas poucas oportunidades que tiveram. Do outro, Ribery, craque do Bayern de Munique, Anelka, do Chelsea, Gignac, do Toulouse, e Thierry Henry, do Barcelona, a estrela da companhia, pouco produziram.
Henry ainda teve a cara de pau de pedir mão e, consequentemente pênalti, num lance dentro da área em que a bola realmente bate na mão de um zagueiro uruguaio que, no entanto, está junto do corpo. Fala sério...
Pelo menos no papel melhor do que o Uruguai, faltou à França uma certa dose de ousadia do técnico Raymond Domenech, além de criatividade da equipe em campo.
A França entrou com o meio-campo formado por Toulalan, Gourcuff e Diaby enquanto o seu ataque tinha Ribery, Govou e Anelka. Esse trio, porém, pouco dialogava em campo com Ribery pela esquerda e Anelka caindo mais pela direita. Posso até estar errado, mas não lembro de tê-los visto trocando dois passes. Enquanto isso, Govou só foi notado quando foi substituído por Gignac.
No meio, Diaby ciscou bastante, mas até conseguiu uns bons passes desperdiçados por Anelka na primeira etapa. Com Toulalan mais preso na cabeça de área, cabia a Gourcuff ajudar o meia do Arsenal na criação. Mas o jogador do Bordeaux não estava num dia inspirado, embora fosse o que mais arriscou nos chutes de longa distância.
A França joga muito engessada. Não tem variações de jogadas, trocas de posições ou qualquer sinal de que algo diferente pode acontecer apesar das orientações de Domenech.
O treinador, por sua vez, mesmo vendo que o time não conseguia encontrar a vitória, inclusive nos momentos em que era ligeiramente (e bota ligeiramente nisso) superior, não fez o menor esforço por algo mais ousado que lhe rendesse os três pontos. Tanto é que suas substituições foram simples. Dois atacantes e um meia por dois atacantes e um meia. As entradas de Henry, Malouda e Gignac até melhoraram o time, principalmente por causa dos dois primeiros. No caso de Malouda, sinceramente não entendo porque não é titular da equipe. O jogador do Chelsea viveu um excelente final de temporada e está em boa fase.
De resto, o jogo foi muito pegado no meio-campo, de poucas emoções - poucas vezes vimos os goleiros Muslera e Lloris trabalhando - e um cartão de visitas preocupante para a Copa. Afinal, não queremos de jeito nenhum ver 2006 se repetir.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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