Pesquisar este blog

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Pressionado, Barcelona joga a temporada contra o Chelsea

Se alguém dissesse há cinco meses que o Barcelona, melhor time do planeta e campeão do mundo, chegaria no final de abril de 2012 com um princípio de crise, duas derrotas seguidas e pressionado para não ter a temporada dada como fracassada, apesar do título mundial de dezembro, no Japão, poucos iriam acreditar. Mas é exatamente este Barcelona pressionado, que praticamente já perdeu o título espanhol para o rival Real Madrid após a derrota no último sábado, que entra em campo nesta terça-feira, às 15h45m (de Brasília), no Camp Nou, para jogar o sucesso da sua temporada contra o Chelsea, pelas semifinais da Liga dos Campeões da Europa.
Depois da derrota por 1 a 0 no jogo de ida, na semana passada, em Stamford Bridge, o time de Pep Guardiola precisa vencer por dois gols de diferença para não ser eliminado num ano em que o mundo do futebol aguarda que o time catalão e o Real Madrid façam a final do principal torneio europeu. O Real entra em campo apenas na quarta-feira, também precisando reverter um resultado negativo depois de ter perdido para o Bayern de Munique por 2 a 1 no Allianz Arena.
A missão do time catalão não será nada fácil. Não apenas porque a equipe vem de duas derrotas seguidas, o que não acontecia desde 2009, quando caiu diante de Mallorca e Osasuna no Campeonato Espanhol. Nem porque o revés foi para o Real Madrid em casa, caindo uma invencibilidade de 54 partidas no Camp Nou e de sete jogos sem ser derrotado pelos merengues. Mas também porque desde que Pep Guardiola assumiu o comando do Barcelona em 2008, o Chelsea é o único time que não foi derrotado pelos catalães.
O Barcelona de Guardiola enfrentou 56 times diferentes. Derrotou pelo menos uma vez 55. Só o Chelsea é a sua pedra na chuteira. Foram três confrontos. Todos válidos pela Liga dos Campeões da Europa. Em 2009, também na semifinal, houve empate em 0 a 0 no Camp Nou e outra igualdade em 1 a 1 em Stamford Bridge. O gol de Iniesta no final de uma polêmica partida garantiu a classificação do Barça para a decisão. Naquele ano o time seria campeão.
Agora o time vem de uma derrota por 1 a 0, que o faz entrar em campo nesta terça com a obrigação de não apenas vencer, mas triunfar por dois gols de diferença para garantir a vaga na final.
É uma missão complicada e certamente o Barcelona é o que vive o pior momento dos quatro semifinalistas. Se o Real vem da vitória no clássico que o colocou com a mão na taça da Liga e o Bayern venceu o seu jogo no fim de semana com reservas e vem de uma boa vitória em casa sobre o mesmo Real, o Chelsea também passou a semana sem escoriações após derrotar o Barça e, com oito reservas, empatar em 0 a 0 com o Arsenal no clássico de sábado no Emirates.
Após as duas derrotas as críticas da imprensa espanhola vieram vieram em massa. Desde a atuação, até a escalação que Guardiola mandou a campo no sábado, com Adriano na esquerda, uma formação com três zagueiros sem Piqué na equipe principal e as ausências de Alexis Sanchez e Fàbregas entre os titulares. 
O discurso de Piqué na coletiva desta segunda-feira foi de união do time independentemente de quem entrar em campo e de muita confiança na vitória, mas o treinador deve mudar pelo menos a sua defesa, recolocando Piqué no miolo de zaga ao lado de Mascherano e deslocando Puyol para a esquerda.
Guardiola está otimista e prevê uma vitória do Barcelona e a classificação para a final.
- Não tenho nenhuma dúvida de que estaremos em Munique (palco da decisão no dia 19 de maio) - garantiu o técnico.
- Acredite em mim quando eu digo que vamos conseguir (a classificação). Acredito nisso por centenas de razões. Esses jogadores vão vencer o Chelsea. Eu sei que há um desejo que a gente não atinja o objetivo, mas deixem-nos acreditar que vamos (conseguir). Todas as nossas semifinais foram muito duras e sabemos que a primeira partida deixou todos desapontados, mas não podemos pensar nisso. Eu sei que eles farão isso, porque eu sei que eles podem fazer. Eles vão jogar para ganhar.
Embora nunca tenha vencido o Chelsea, Guardiola não acredita estar diante do grande desafio da sua carreira.
- Não sei se é o meu grande desafio como técnico. Sempre encarei os desafios com otimismo porque eu tenho fé neste time e nos jogadores. Quando perdemos ou empatamos, sei que dói por alguns dias, mas com a minha fé e otimismo eu sei que faremos tudo o que pudermos (para estar na final).
Vitória sobre Di Matteo nos tempos de jogador
Se nunca venceu o Chelsea como treinador, Guardiola já derrotou Di Matteo num confronto eliminatório quando os dois eram jogadores. Foi nas quartas de final da Liga dos Campeões na temporada 1999/2000. No jogo de ida, Di Matteo ajudou o Chelsea a vencer por 3 a 1 em Stamford Bridge. Zola e Tore Andre Flo (2) fizeram os gols dos ingleses, com Figo descontando. No jogo de volta, no Camp Nou, o Barcelona levou a partida para a prorrogação e acabou vencendo por 5 a 1. Rivaldo foi o grande nome da partida, ao marcar dois gols, um deles na prorrogação. Figo, Dani Garcia e Kluivert marcaram os outros gols catalães enquanto Flo descontou para o Chelsea.
Uma curiosidade deste confronto é que Puyol esteve em campo nos dois jogos enquanto Xavi jogou o primeiro e ficou no banco no segundo. 
Agora como técnico, Di Matteo espera ter melhor sorte contra o velho rival. Ele acredita que as chances de classificação estão em 50% para cada lado.
- Temos uma vantagem, mas sabemos o quanto será difícil. Acredito que temos que tentar marcar gols, porque isso nos dará uma grande chance (de classificação). Será difícil jogar por um empate sem gols. É preciso dar o melhor de si e expor os pontos mais fracos do seu oponente.
Para tentar marcar gols, Di Matteo conta com o seu artilheiro Drogba. O marfinense foi um dos poupados no sábado por causa de uma lesão no joelho, mas agora deve ir para o jogo mesmo que não esteja 100% fisicamente.
- Temos qualidade para chegar na final. Vamos precisar de um pouco de sorte também, mas todos precisam disso para vencer em todas as competições.
Barcelona x Chelsea
Local: Camp Nou, em Barcelona
Horário: 15h45m (de Brasília)
Árbitro: Cüneyt Çakir (Turquia)
Barcelona: Victor Valdes, Daniel Alves, Piqué, Mascherano e Puyol; Busquets, Xavi e Iniesta; Alexis Sanchez, Messi e Fàbregas. Técnico: Pep Guardiola.
Chelsea: Cech, Ivanovic, Cahill, John Terry e Ashley Cole; MIkel, Raul Meireles, Ramires, Lampard e Mata; Drogba. Técnico: Roberto Di Matteo.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Nenhum comentário:

Postar um comentário