Roberto Di Matteo tem apenas 12 jogos no comando do Chelsea e já está nesta quarta-feira diante do grande desafio da sua curta carreira. Seu time tem a dura missão de tentar eliminar o Barcelona das semifinais da Liga dos Campeões da Europa e chegar pela segunda vez na história na decisão do torneio contra Bayern de Munique ou Real Madrid. A primeira parte do confronto é em Stamford Bridge, em Londres, a partir das 15h45m (de Brasília).
Tudo o que Di Matteo sonha é repetir ao menos em parte a história de outro interino de muito sucesso recente no Chelsea. Há quatro anos, o desconhecido israelense Avram Grant assumiu o clube enquanto os torcedores dos Blues ainda viviam a viuvez de José Mourinho, que deixara Stamford Bridge para novos desafios na Inter de Milão.
Ficou até o fim da temporada e seu último jogo foi justamente a decisão da Liga dos Campeões contra o Manchester United. E se não fosse aquela escorregada do zagueiro e capitão John Terry na disputa de pênaltis, hoje Grant poderia ser celebrado como o único treinador do clube campeão europeu. Foram oito meses, 54 jogos, 36 vitórias e um aproveitamento geral de 67%. Um dos melhores entre os 32 técnicos da história do clube inglês.
Na temporada seguinte, Grant foi substituído por Luís Felipe Scolari, que passou por um processo de fritura semelhante ao de André Villas-Boas neste ano. Bateu de frente com as veteranas estrelas do clube e deixou Londres. É quando as portas se abriram para Di Matteo, de 41 anos.
De imediato o ex-jogador que encerrou a carreira no próprio Chelsea em 2002 agradou. Isso fez o time voltar a jogar bola e os resultados apareceram dentro de campo. Nos 12 jogos são nove vitórias, dois empates e uma derrota. Mais do que a matemática fria, há a consistência dos resultados. Além de estar na semifinal da Champions, o time fará a decisão da Copa da Inglaterra contra o Liverpool e ainda tem chance de se garantir na próxima Liga dos Campeões. Hoje o Chelsea é o sexto colocado com 57 pontos, dois a menos do que o Tottenham, o último clube da zona de classificação para o torneio.
Mas nem mesmo o título da Copa será tão significativo quanto eliminar o poderoso Barcelona, melhor time do mundo e que luta pelo bicampeonato europeu. Di Matteo sabe que o desafio é gigantesco.
- O Barcelona é provavelmente um dos melhores times do mundo, mas não o melhor. Eles são favoritos, mas temos muita confiança em nós mesmos. Temos que jogar o nosso melhor futebol e acreditamos que podemos fazer isso - disse.
Com ou sem título, Di Matteo provavelmente terá o mesmo destino de Grant e deixar o time ao fim da temporada. Um possível substituto dele pode estar exatamente ao seu lado amanhã. Pep Guardiola ainda não renovou contrato com o time catalão e a imprensa inglesa já especulou que Roman Abramovich pode oferecer um caminhão de dinheiro para levá-lo para Londres. Na coletiva desta terça-feira, Guardiola não quis comentar sobre o tema e ficar apenas na semifinal.
Mas a polêmica semifinal de 2009, quando o Barcelona conseguiu a vaga na final com um gol de Iniesta no fim foi tema da conversa. Naquele jogo, o Chelsea reclamou que pelo menos dois pênaltis não foram marcados a seu favor. No fim, o empate em 1 a 1 classificou os catalães depois do 0 a 0 no Camp Nou.
- A semifinal de 2009 foi muito dura. Da mesma forma que será esta. Não creio que eles desejem vingança e sim passar para a final.
Agora cabe a Di Matteo tentar parar Messi, Xavi, Iniesta e o forte time do Barcelona.
Chelsea x Barcelona
Local: Stamford Bridge, em Londres
Horário: 15h45m (de Brasília)
Transmissão: ESPN e TV Globo
Chelsea: Petr Cech, Ivanovic, John Terry, Gary Cahill e Ashley Cole; Essien, Ramires, Mata e Lampard; Kalou e Drogba. Técnico: Di Matteo.
Barcelona: Victor Valdés, Daniel Alves, Piqué, Mascherano e Puyol; Busquets, Xavi e Iniesta; Fàbregas, Messi e Alexis Sanchez. Técnico: Pep Guardiola.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)
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