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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Romário e outros camisas 11 mais e menos cotados

Em tempos de camisas 45, 72 ou 88, hoje é dia de exaltar um número simples. Diante da brincadeira gaiata surgida no Facebook para celebrar o Romarian Day neste dia 11/11/2011Planeta que Rola não poderia ficar de fora desta celebração. Mas além de homenagear o craque que ajudou o Brasil a conquistar um título mundial em 1994, resolvemos lembrar de outros camisas 11 que assim como o Baixinho brilharam em uma Copa do Mundo. Ou nem tanto e eram completamente desconhecidos numa seleção que outras camisas eram muito mais importantes. Vamos a eles.
Muito antes de Romário ajudar o Brasil a conquistar o tetracampeonato mundial, um outro camisa 11 foi um dos responsáveis pelo primeiro título mundial do Brasil. Sim, Garrincha, a “alegria do povo” ficou mais conhecido por usar a camisa 7 no Botafogo e também na seleção, mas na Copa de 1958, ele era o camisa 11. Foi depois da sua entrada junto com Pelé a partir do terceiro jogo daquele mundial contra a União Soviética que a seleção de Vicente Feola deslanchou para conquistar o seu primeiro título.
Quatro anos depois, quando jogou por ele e por Pelé, que se machucara, na conquista no Chile, Garrincha já estava com o número que o consagrou, deixando a 11 com Pepe. Embora seja um dos grandes jogadores da história do futebol brasileiro, o craque do Santos não teve muito espaço para jogar naquela campanha.
O Brasil levaria mais duas Copas para voltar a ter um grande camisa 11. Em 1970, naquele que para muitos foi o maior time da história, Rivelino era o dono do número num time de craques com Jairzinho (7), Gérson (8), Tostão (9) e Pelé (10). Foi decisivo na campanha com a sua conhecida patada atômica. Ele marcou três gols naquela campanha, incluindo um na dura semifinal contra o Uruguai vencida pelo Brasil por 3 a 1.
Até Romário, o Brasil ainda teria outros grandes jogadores com a camisa 11, mas que nunca levariam a seleção ao título mundial. É o caso de Paulo César Caju em 1974, Dirceu em 1978 e Éder em 1982. Em 86, Edivaldo, ex-jogador de Atlético-MG e São Paulo, era o camisa 11. Em 1990, Romário já vestia a sua camisa favorita, mas pouco jogou na seleção de Sebastião Lazaroni por causa de uma lesão.
Foi em 1994 que o Baixinho seria “o cara”. Primeiro, meses antes, em 1993, ajudaria o Brasil a se classificar para o Mundial com dois gols na vitória sobre o Uruguai no Maracanã por 2 a 0 nas Eliminatórias. No Mundial, foram cinco, que lhe deram a vice-artilharia da Copa, e um na disputa de pênaltis contra a Itália que ajudou a garantir o tetra para o Brasil. Foi uma grande Copa do craque, que no Barcelona usava a camisa 10 e no PSV a 9 . Só quando voltou ao Brasil para jogar no Flamengo é que nunca mais deixou de usar o número que tanto gosta.
Romário seria o camisa 11 em 1998, mas uma lesão muscular o tirou da Copa e a camisa foi herdada pelo volante Emerson, reserva na campanha do vice-campeonato mundial.
A camisa, no entanto, voltaria a ser protagonista no ano do penta. Quem a vestia era Ronaldinho Gaúcho, o terceiro melhor jogador do time de Felipão na Copa da Coreia e do Japão. Ele só ficou mesmo atrás de Rivaldo (10) e Ronaldo (9), os grandes craques daquela conquista.
Já como protagonista e camisa 10 em 2006, Ronaldinho deixou a 11 para Zé Roberto na campanha fracassada da Copa da Alemanha. O último a usar o número foi Robinho, que sucumbiu junto com toda a seleção brasileira nas quartas de final da Copa da África do Sul diante de outro 11 mais talentoso: Arjen Robben.
O holandês foi um dos destaques da seleção naquela partida, mas o grande nome da campanha foi mesmo Sneijder, o camisa 10. Não era mesmo uma Copa do camisa 11. Na campeã Espanha, quem a vestiu foi o esforçado lateral Capdevilla. Num time marcado pelo toque de bola do seu meio-campo, o brilho mesmo estava nos camisas 8, Xavi, e 6, Iniesta, o autor do gol do título.
Nesta Copa, que se destacou vestindo a 11 foi um artilheiro que usou o mesmo número nas Copas de 2002 e 2006. Foi com este número que o centroavante Miroslav Klosemarcou todos os seus 14 gols em Copas do Mundo, se tornando, ao lado de Gerd Müller o segundo maior artilheiro da história das Copas. Ele só está atrás de Ronaldo, que tem 15. Mas já avisou que quer vir ao Brasil em 2014. E, claro, deve estar com a sua camisa da sorte.
Campeão com a Alemanha em 1974, Müller usava a 13. O grande craque alemão, Beckenbauer, era o 5. Herói de 1954, Fritz Walter era 16, enquanto no time campeão do mundo de 1990, os principais jogadores eram Hassler (8), Völler (9), Mathaus (10) e Klinsmann (18). Num cenário em que a camisa parecia desprestigiada na Alemanha, o camisa 11 em 1990 era o desconhecido Frank Mill, ex-jogador do Borussia Dortmund, do Borussia Monchengladbach e do Fortuna Dusseldorf, enquanto em 1954 Paul Mebus, então jogador do Colônia usava a camisa. Em 1974, Juup Heynckes, hoje técnico do Bayern de Munique, era quem vestia o número.
Talvez o grande camisa 11 da história alemã, portanto, seja Karl-Heinz Rummenigge. Titular do time vice-campeão mundial em 1982 e 1986, foi craque e hoje é dirigente do Bayern de Munique.
Já que estamos falando das seleções campeãs do mundo e na Itália? Em 1982, o craque foi Paolo Rossi (camisa 20), mas o 11 era Giampiero Marini, jogador pouco lembrado hoje e cujo clube de maior expressão que ele defendeu foi a Inter de Milão. Em 2006, quem vestia a camisa do time campeão do mundo era o atacante Gilardino, reserva daquela equipe.
Mais conhecidos mesmo foram os camisas 11 de dois times vice-campeões mundiais. Ex-volante do Milan, Demetrio Albertini usou o número em 1994. Um dos grandes camisas 11 da Itália, no entanto, foi Gigi Riva, craque do Cagliari nas décadas de 60 e 70 que era chamado de “o ronco do trovão”. O atacante marcou 169 gols com a camisa do time, 35 pela Itália e teve a sua camisa 11 aposentada pelo clube italiano em sua homenagem.
Outra grande seleção mundial, a Argentina só tem a história que tem graças aos seus camisas 10, Diego Armando Maradona e Mario Kempes. Mas se em 1990 Nestor Fabbri, ex-Boca e Estudiantes, era o 11, e em 1978 esta camisa foi usada por Daniel Killer, ex-Vélez e Estudiantes, em 1986, Maradona tinha ao seu lado um grande camisa 11. Era Jorge Valdano. O ex-jogador e hoje dirigente do Real Madrid marcou quatro gols na campanha do bicampeonato mundial dos hermanos.
Valdano certamente era mais talentoso do que dois camisas 11 que, digamos, só entraram na foto e pouco acrescentaram nos únicos títulos mundiais de Inglaterra e França. Na campeã de 1966, o camisa 11 do time dos craques Bobby Charlton (9), Jack Charlton (5) e Bobby Moore (6), era John Connelly. Ex-Manchester United, Blackburn e Bury, assistiu do banco ao triunfo inglês. Em 1998, o craque foi Zidane (10), enquanto Robert Pires, ex-Arsenal, também viu do banco o triunfo francês em Paris.
Para finalizar, duas seleções que entraram para a história pelo belo futebol apresentado, mas que infelizmente não foram campeãs do mundo. Tanto em 1974, quanto em 1978, a Holanda de Neskeens (13), Krol (12 em 74 e 5 em 78) e Johan Cruyff (14 na Copa de 74, a única que disputou), tinha como camisa 11 o hoje pouco falado meia Willy Van de Kerkhof.
Irmão de René van de Kerkhof, também jogador da seleção nas duas Copas, ele jogou pelo Twente e pelo PSV e defendeu a Laranja Mecânica em 63 partidas, tendo sido duas vezes vice-campeão do mundo.
Em 1954, a Hungria foi a sensação do Mundial e acabou terminando com o vice-campeonato. No time, os destaques eram Puskas (10), Kocis (8) e Czibor, o camisa 11 dos mágicos magiares. Ex-jogador de Honved, Ferencvaros e Barcelona, ele marcou três gols na Copa da Suíça, sendo um na final contra a Alemanha, que, no entanto, não impediu a derrota húngara por 3 a 2.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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