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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O adversário do Fluminense na Libertadores

De tempos em tempos a nossa série de times desconhecidos sai das tumbas como zumbis de filmes de George Romero. Nesta terça-feira, a ressuscitamos para apresentarmos um dos adversários do Fluminense na Libertadores de 2012. Num grupo que promete ser um dos mais fortes da competição (talvez até o grupo da morte), o time tricolor e o Boca Juniors terão pela frente um desconhecido chamado Zamora Fútbol Club.
Com nome do famoso goleiro espanhol que hoje dá nome ao troféu de goleiro menos vazado da Liga, embora não tenha nenhuma relação com ele, o Zamora foi fundado no dia 2 de fevereiro de 1977. O time venezuelano vai disputar a Libertadores do ano que vem porque neste ano eu poderia dizer que o clube reinaugurou a sua sala de troféus. Onde antes só havia teias de aranha e uma taça do longínquo troféu da Copa da Venezuela de 1980, agora podemos encontrar a portentosa taça de campeão do torneio Clausura, disputado no primeiro semestre do ano.
E o título foi conquistado de forma incontestável, com 13 vitórias em 17 jogos e apenas uma derrota. O Zamora terminou o campeonato com 42 pontos, quatro a frente do Caracas, o melhor ataque (37 gols) e a melhor defesa (apenas dez gols sofridos).
O Zamora não tem nenhum jogador na seleção venezuelana que vem fazendo uma boa campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas e tem boas chances de estar no Brasil em 2014. Hoje a seleção ocupa o terceiro lugar com sete pontos.
Os principais jogadores da equipe são os atacantes Gabriel Torres, do Panamá, e Luís Yanes, da Colômbia, que têm cinco gols cada um no Campeonato Venezuelano. O meia argentino Dario Figueroa é um dos mais experientes do time. Ex-jogador do River Plate, ele tem 33 anos.
Os destaques da conquista do título, no entanto, não estão mais no clube. Serão desfalques na Libertadores os atacantes venezuelanos Juan Velez e Jonathan Copete, que foram os artilheiros do campeonato com 10 gols e o meia Jesus Meza, que após a conquista do título se transferiu para o Atlas, do México.
No Apertura, o Zamora não está tão bem. Ocupa apenas a modesta oitava colocação com 19 pontos, 16 atrás do líder Club Deportivo Lara. Nada que abale a confiança do torcedor zamorano (não o ex-atacante chileno e sim um dos apelidos do clube), que promete lotar o estádio Agustín Tovar, conhecido pelo meigo nome de La Carolina nos três jogos que fará pela Libertadores. Afinal, poucos acreditam que o Zamora conseguirá se classificar para as oitavas de final, apesar do momento de ascensão do futebol venezuelano.
Com capacidade para 30 mil espectadores, o La Carolina foi sede da Copa América de 2007 e é um estádio novo. Foi inaugurado em 25 de junho de 2007.
O estádio e o clube ficam no estado de Barinas, local onde Lindolfo Villafañe formou, em 1975, um time amador batizado de Pantera Hípicas, o embrião do Zamora. O time começou a fazer sucesso até que alguém teve a brilhante ideia: Por que não jogarmos no torneio profissional? Assim, Villafañe contratou dois jovens atletas que estavam na universidade que o ajudaram na empreitada de transformar o Pantera em Zamora.
Foi assim que o engenheiro Jesus Humberto Mazzei e o dentista Julio Figueroa ajudaram Villafañe a erguer o novo clube contratando jogadores e trazendo a turma do dinheiro para investir no clube. Gente poderosa como empresários de poder econômico e influência política. Assim, o Pantera saiu de cena e entrou o Atlético Zamora. Em 1977, o clube foi inscrito na Federação Venezuelana de Futebol. Logo mudaria para o nome atual.
O ano de 2007 foi um marco no clube. Graças à uma boa participação nos campeonatos de 2005 e de 2006, o Zamora se classificou pela primeira vez para uma competição internacional: a Copa Sul-Americana. Mas o time foi mal e caiu na fase preliminar ao ser eliminado pelo Olmedo, do Equador.
Dois anos depois, o time voltou a disputar a Copa Sul-Americana e foi eliminado por outro time equatoriano: o Emelec.
Agora o Zamora terá o desafio maior de disputar a Libertadores. O problema foi o grupo que o clube caiu. Mas o Planeta que Rola deseja sorte aos venezuelanos.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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