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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Wembley, onde os grandes se tornaram gigantes

O capitão Zubizarreta beija a taça após a conquista do título em 1992 - Reprodução da internet

Considerado um dos templos do futebol junto com o Maracanã, o estádio de Wembley, em Londres, receberá neste sábado a sua sexta final de Liga dos Campeões da Europa. Será a primeira vez, no entanto, que o palco será no novo Wembley sem as famosas torres gêmeas que ele ostentava até ser derrubado em 2003 e reinaugurado em 2007 como uma nova arena.

Wembley reserva ainda um detalhe especial. Foi lá que quatro grandes times do futebol europeu conquistaram seu primeiro título, entre eles os dois rivais de sábado, Manchester United e Barcelona. Os Red Devils conquistaram o torneio de 1968, enquanto o Barcelona entrou para os gigantes do futebol ao levantar o troféu em 1992.

Além dos dois finalistas, o Milan conquistou o primeiro dos seus sete títulos europeus no mítico estádio em 1963 e o Ajax deu início lá ao seu tricampeonato europeu consecutivo em 1971. A outra decisão foi a de 1978, quando o Liverpool conquistou o seu segundo título.

Relembre abaixo todas as decisões no estádio de Londres:

Milan 2 x 1 Benfica – 22/05/1963

Foi a final com o menor número de espectadores. Apenas 45.700 viram o Milan do brasileiro Mazzolla, que na Itália era chamado de José Altafini, ser campeão europeu em cima do Benfica de Eusébio e Coluna. E o brasileiro fez os dois gols que garantiram o título.

Milan: Giorgio Ghezzi, Mario David, Mario Trebbi, Victor Benitez e Cesare Maldini; Giovanni Trapattoni, Dino Sani e Gianni Rivera; Gino Pivatelli, José Altafini e Bruno Mora. Técnico: Nereo Rocco.

Benfica: Costa Pereira, Domiciano Cavem, Raul Machado, Fernando Cruz e Humberto Fernandes; Mario Coluna, Joaquim Santana e Eusébio; José Augusto, José Torres e Antônio Simão. Técnico: Fernando Riera.



Manchester United 4 x 1 Benfica – 29/05/1968

Apesar do placar elástico, a decisão de 68 teve a sua carga dramática e por muito pouco o Manchester United não perde o título na Inglaterra. Foi o goleiro Alex Stepney quem garantiu o empate no tempo normal com uma defesa salvadora num chute de Eusébio no fim da partida deixando os 92.225 torcedores presentes com o coração na boca.

No tempo extra, porém, Bobby Charlton, que já havia marcado no tempo regulamentar, George Best e o jovem Brian Kidd, que completava 19 anos no dia da final, fizeram os gols da goleada. Jaime Garcia fez o gol do time português, então dirigido pelo brasileiro Otto Glória.

Foi o primeiro título europeu não apenas do Manchester, mas de um time inglês e uma conquista que foi considerada um marco na reconstrução do futebol do clube. Dez anos antes, o Manchester havia perdido oito jogadores mortos em um desastre aéreo em Munique num acidente que o próprio técnico Matt Busby ficou entre a vida e a morte.

Manchester United: Alex Stepney, Shay Brennan, Bill Foulkes, David Sadler e Tonny Dunne; Pat Crerand, Bobby Charlton e Nobby Stiles; George Best, Brian Kidd e John Aston. Técnico: Matt Busby.

Benfica: José Henrique, Adolfo Calisto, Humberto Fernandes, Jacinto Santos e Fernando Cruz; Coluna, Jaime Graça e José Augusto; José Torres, Eusébio e Antônio Simão. Técnico: Otto Glória.



Ajax 2 x 0 Panathinaikos – 02/06/1971

Três anos depois, Wembley é palco de mais um campeão inédito. Foi o ano em que 83.179 pagantes presenciaram o Ajax de Johan Cruyff e comandado por Rinus Michels conquistar o seu primeiro título europeu.

Com gols de Dick van Dijk e Arie Haan, o Ajax ganhou um surpreendente Panathinaikos dirigido pelo ex-jogador húngaro Ferenc Puskas. O grande feito do clube grego foi ter disputado a final depois de na semifinal vencerem o Estrela Vermelha por 3 a 0, placar necessário depois da derrota de 4 a 1 em Belgrado.

Ajax: Heinz Stuy, Johan Neeskens, Barry Hulshoff, Velibor Vasovic e Wim Suurbier; Nico Rijnders (Horst Blankenburg), Johan Cruyff e Gerrie Mühren; Sjaak Swart (Arie Haan), Dick van Dijk e Piet Keizer. Técnico: Rinus Michels.

Panathinaikos: Takis Ikonomopoulos, Yainis Tomaras, Anthimos Kapsis, Frangiskos Sourpis e Giorgios Vlahos; Aristidis Kamaras, Kostas Eleftherakis e Haris Grammos; Antonios Antoniadis; Mimis Domazos e Totis Filakouris. Técnico: Ferenc Puskas.



Liverpool 1 x 0 Club Brugge – 10/05/1978

Mais de 92 mil torcedores, a maioria deles do Liverpool, estiverem em Wembley para ver o ídolo Kenny Dalglish marcar o gol da vitória sobre o Brugge. A partida foi um verdadeiro massacre do Liverpool, que perdeu muitos gols até que o craque escocês conseguisse marcar o da vitória após um passe de Graeme Souness.

Liverpool: Ray Clemence, Phil Neal, Phil Thompson, Alan Hansen e Ray Kennedy; Emlyn Hunghes, Jimmy Case (Steve Heighway), Terry McDermott e Graeme Souness; Kenny Dalglish e David Fairclough. Técnico: Bob Paisley.

Club Brugge: Birger Jensen, Fons Bastijns, Edi Krieger, Georges Leekens e Gino Mães (Jos Volders); Julien Cools, René Vandereycken, Dany Decubber e Jan Simeon; Lajos Kü (Dirk Sanders) e Jan Sorensen. Técnico: Ernst Happel.



Barcelona 1 x 0 Sampdoria – 20/05/1992

Mais de 70 mil pessoas foram até Wembley para ver a consagração do Dream Team comandado por Johan Cruyff. O Barcelona que naquele início dos anos 90 seria tetracampeão espanhol, conquistaria o primeiro título europeu de sua história numa dramática final contra a Sampdoria. O gol do título só sairia na prorrogação numa cobrança de falta do zagueiro Ronald Koeman.

Barcelona: Andoni Zubizarreta, Nando, Albert Ferrer, Ronald Koeman e Juan Carlos; Bakero, Guardiola (Ramon Alexandro), Sacristán e Laudrup; Stoichkov e Júlio Salinas (Andoni Goikoetxea). Técnico: Johan Cruyff.

Sampdoria: Pagliuca, Mannini, Katanec, Fausto Pari e Marco Lanna; Vierchowood, Attilio Lombardo, Toninho Cerezo e Ivano Bonetti (Invernizzi); Roberto Mancini e Vialli (Renato Buso). Técnico: Vujadin Boskov.


(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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