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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Arshavin, o estilista da bola

No momento em que, apesar dos bons jogos, a Eurocopa ainda buscava um grande destaque na competição, o meia russo Andrei Arshavin, de 27 anos, tratou de suprir essa carência ao mandar a Holanda de volta para Amsterdã no sábado passado. Se ao ajudar o Zenit a conquistar uma inédita Copa da Uefa (apenas o segundo título europeu entre clubes da história do futebol russo, que também conquistou a Uefa em 2004-05 com o CSKA), Arshavin já despertou a cobiça de alguns clubes como Newcastle, Everton, Manchester City e Celtic, após a grande atuação, o camisa 10 já começa a ser melhor observado por gigantes da Europa como Arsenal e Barcelona.
Segundo o presidente da Federação Russa de Futebol, Vitaly Mutko, ex-ministro do Esporte do governo Putin, jogar no clube catalão é um sonho do meia. Suas atuações contra Suécia e Holanda podem tê-lo aproximado deste sonho. Ao assistir à partida contra a Laranja Mecânica, o novo técnico do Barça, o ex-volante Guardiola, ficou impressionado, de acordo com alguns jornais espanhóis. Como o Barça precisa de um substituto para Ronaldinho...
Ex-craque do rival Real Madrid, o francês Zinedine Zidane, foi outro a se render ao futebol de Arshavin. Ele viu a partida contra a Holanda e disse que o meia tem tudo "para fazer uma grande carreira na Europa". Um incentivo e tanto ao meia que nunca disputou uma única partida de Champions League.
E pensar que hoje o meia russo poderia estar em Milão ou Paris, mas não por causa do seu futebol vistoso. É que Arshavin é formado em moda e trocou a vida de desenhar roupas e ditar as tendências de cada estação para costurar os adversários dentro de campo com dribles desconcertantes e "toques mágicos", com descreveu o "Independent" após o jogo das quartas-de-final da Euro.
No seu site oficial, no entanto, o apoiador explica que o único motivo de ter escolhido o curso foi "a possibilidade de conhecer muitas garotas". Nota-se que o rapaz é esperto não apenas dentro de campo.
Nascido em São Petersburgo, Arshavin, que só jogou pelo time da cidade (são 217 jogos e 47 gols em oito anos de Zenit), vive o grande momento de sua carreira. Meia de toque refinado, ele costuma dizer que o seu hobby é criar situações de gol para o seu time, não importando quem coloque a bola na rede. O apoiador estreou na seleção russa em maio de 2002 contra a Bielorússia. Seu primeiro gol foi marcado num amistoso contra a Romênia em fevereiro do ano seguinte. Desde então, fez 36 jogos e marcou 13 gols.
Arshavin não jogou as duas primeiras partidas da Euro contra a Espanha (derrota de 4 a 1) e a Grécia (vitória de 1 a 0) porque estava suspenso devido a uma expulsão na última rodada da fase classificatória contra Andorra. Mesmo sabendo que poderia contar com o camisa 10 em apenas uma partida, o técnico da Rússia, Guus Hiddink, jamais pensou em deixar de contar com Arshavin, que marcou um gol decisivo contra a Suécia ajudando na classificação dos russos. O meia agora quer mais e avisa que só vai tratar do seu futuro após a Euro.
- Agora que chegamos até aqui, não pretendo falhar. Não sei qual será o meu futuro, mas em primeiro lugar eu tenho o sonho de vencer a Euro com a Rússia. Essa é a única coisa que estou pensando no momento.
Na quinta-feira, Arshavin e sua seleção vão medir forças com a Espanha, única equipe campeã de um grupo na primeira fase a figurar nas semifinais. Caso consiga realizar o seu sonho, o meia recolocará o futebol russo no centro da Europa, algo que só aconteceu quando o país fazia parte da União Soviética. Se isso acontecer, Arshavin e Guus Hiddink vão acabar se tornando os novos czares da Rússia.  
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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