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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Alemanha x Turquia: vale vaga na final da Euro

Quando Alemanha e Turquia entrarem em campo às 15h30m (de Brasília) desta quarta-feira para disputarem a primeira vaga na final de domingo da Eurocopa, cerca de 2,1 milhões de pessoas que vivem na Alemanha estarão com suas camisas vermelhas reunidas nos mais diversos pontos do país torcendo para que a Turquia consiga o feito de disputar sua primeira final européia. Esse é o número de turcos que vivem hoje na Alemanha (25,8% do total de estrangeiros). São cidadãos que na sua maioria se instalaram na regiões industriais como no Vale do Ruhr ou em Berlim, mantêm a sua língua, seus costumes, mas ainda sofrem com a falta de integração.
Por isso o jogo de hoje está sendo visto com um grande teste, segundo alguns jornais alemães. Muitas autoridades no país acreditam que a festa do futebol pode unir o que o preconceito separou. O governo alemão, inclusive, divulgou que a chanceler Angela Merkel assistirá à partida na Basiléia ao lado do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan.
Se em seu país, os alemães contam com a ajuda da mão-de-obra turca para impulsionar a indústria, dentro de campo é a mão-de-obra polonesa que tem feito diferença. Sem deixar de considerar o talento de Ballack, autor de dois gols na competição, é nos pés dos atacantes Podolski, vice-artilheiro da Euro com três gols, e Klose, que marcou um, que estão depositadas as esperanças de vitória. Juntos, eles marcaram quatro dos seis gols da seleção de Joachim Löw (67% do total) e são peças fundamentais que fizeram uma novamente desacreditada Alemanha chegar à semifinal. Já foi assim na Copa do Mundo, quando a equipe então comandada por Jürgen Klinsmann só caiu diante da campeã Itália na mesma fase.
Se aquela partida era equilibrada, agora os alemães são os favoritos. Não apenas pelo peso da camisa e pelos seis campeonatos internacionais (três Euros e três Copas do Mundo) que eles podem ostentar contra um ainda emergente futebol que busca um lugar ao sol depois da grande Copa de 2002, quando a Turquia terminou na terceira posição. Mas também pela dificuldade do técnico Fatih Terim em montar a sua equipe.
Nada menos do que nove atletas estão impossibilitados de jogar. O técnico, portanto, não vai escalar o que tem de melhor, mas apenas o que tem. São 11 os jogadores de campo disponíveis, mais dois goleiros o meia Tumer Metin, que não está 100%.
Se a Turquia é o time da virada e que não desiste nunca como vem mostrando nessa Euro, agora é o momento da maior de todas as superações. As vitórias sobre a Suíça, com um gol aos 47 minutos do segundo tempo, e a República Tcheca, com dois gols aos 41 e aos 44 da etapa final, e o empate com a Croácia no último lance do segundo tempo da prorrogação são mostras que os turcos nunca se dão por vencidos. Mesmo com a chamada conta do chá dentro de campo, eles não pretendem entregar o jogo facilmente. Uma vitória, então, seria quase épica.
- Nada é impossível. Temos sempre que lutar até o último instante. Em futebol não há milagre e sim trabalho - disse Fatih ao espanhol "Marca".
Numa competição em que os turcos também contam com a sua mão-de-obra estrangeira - o brasileiro Mehmet Aurélio - e os jogadores naturalizados brilharam nos gramados marcando 14% dos gols da Euro (10 em 69), um confronto entre Alemanha e Turquia não poderia representar melhor a nova realidade do futebol europeu, onde as fronteiras não são mais tão limitadas por muros ou ideologias passadas, mas o preconceito ainda bate algumas portas.
Alemanha: Lehman, Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahm; Rolfes, Ballack, Schweinsteinger e Hitzelsperger; Klose e Podolski. Técnico: Joachim Löw.
Turquia: Rustu, Sarioglu, Zan, Boral e Balta; Topal, Altintop, Karadeniz e Mehmet Aurélio; Sehmir Sentürk e Kazim-Richards. Técnico: Fatih Terim.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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