Na semana passada, a Eslováquia se classificou pela primeira vez para uma Copa do Mundo desde a separação da Tchecoslováquia em 1992. Dessa vez será a República Tcheca que verá a Copa pela TV. Em homenagem ao debút eslovaco, nosso time desconhecido de hoje é o Slovan Bratislava, time da capital do país, Bratislava.
Com a classificação da seleção nacional para a Copa da África do Sul, o Slovan poderá ter pela primeira vez jogadores de sua equipe atuando pelo novo país. Eles se juntarão na história a outros 16 atletas do clube que defenderam a seleção da Tchecoslováquia nas Copas de 1938, 1954, 1962, 1958, 1970, 1982 e 1990, o último mundial tcheco. O último jogador do clube a disputar uma Copa pelo antigo país foi o zagueiro Vladimir Kinier. Mas os mais bem sucedidos foram Pavol Molnár, Jan Popluhár e o goleiro Viliam Schrojf, que fizeram parte do time que perdeu de 3 a 1 para o Brasil no Chile em 1962.
A seleção eslovaca que derrotou a Polônia por 1 a 0 no jogo da classificação tem três jogadores do clube: os zagueiros Martin Dobrotka e Kornel Salata e o meia Jan Kozák. No entanto, os jogadores mais famosos da seleção são o zagueiro Skrtel, do Liverpool, os meias Sestak, do Bochum, e Hamsik, do Napoli, e o atacante Vittek, do Lille.
Fundado em maio de 1919, o Slovan é o mais rico e famoso time da Eslováquia. Chamado de Belasi, o clube também é o maior campeão da Corgon Liga, a primeira divisão do país, com nove títulos. O último deles foi conquistado exatamente na última temporada.
Os primeiros títulos nacionais foram conquistados entre 1940 e 1942. O tricampeonato aconteceu num curto período em que a Eslováquia existiu sozinha durante a II Guerra Mundial, quando os nazistas ocuparam o país. Naquela época, o time, fundado como CsSK Bratislava, já havia feito a primeira de suas cinco trocas de nome passando a se chamar SK Bratislava. E para cada troca, havia um escudo diferente.
Com o fim da guerra e a reunião da Tchecoslováquia, o Slovan Bratislava voltou a disputar o campeonato tcheco pelo qual, aliás, foi oito vezes campeão. A primeira delas em 1949, um ano após adotar um novo nome, Sokol NV Bratislava, e a última em 1992, quando depois de se chamar ÚNV Slovan Bratislava e Slovan CHZJH Bratislava, já havia adotado o atual nome. Este último campeonato tcheco foi também a última participação do Slovan na competição, uma vez que em 1992 foi acertado o Divórcio de Veludo, como ficou conhecido o pacífico tratado de separação, entre a República Tcheca e a Eslováquia.
Já na nova liga, o Slovan seria tricampeão entre as temporadas 1993/94 e 1995/96. Depois voltaria a conquistar o título de 1998/99 e em seguida amargaria um jejum de nove anos até levantar novamente a taça.
Apesar das glórias nacionais, a maior conquista do Slovan até hoje celebrada foi a da antiga Copa dos Campeões de Copa da Europa. A competição que existiu entre 1960 e 1999 reunia todos os campeões das copas nacionais. E há exatos 40 anos, o Slovan fazia história ao se tornar o primeiro clube do leste europeu a vencer o torneio derrotando na final o Barcelona de Carles Rexach e José Antonio Zaldúa por 3 a 2 em Basel, na Suíça. O feito é celebrado até hoje e jogadores como Capkovic, Hrivnak e Cvetler, autores dos gols naquela final, são considerados heróis pelos torcedores.
O atleta mais famoso a vestir a camisa do clube foi o húngaro László Kubala, que antes de brilhar com a camisa do Barcelona jogou no time entre 1946 e 1948, marcando 14 gols em 33 jogos. Mas um dos maiores ídolos do clube e considerado um dos maiores jogadores eslovacos da história foi o atacante Peter Dubovsky, que faleceu em 2000, aos 28 anos, ao pular do alto de uma cachoeira de dez metros em Ko Samui, na Tailândia, onde estava de férias. Dubovsky, então jogador do Oviedo, da Espanha, praticava mergulho, mas não notou que não havia profundidade suficiente na cachoeira e acabou sofrendo sérias lesões, vindo a falecer. Ele marcou 53 gols em 94 jogos pelo Slovan.
Hoje, os torcedores que lotam o estádio Tehelné Pole (capacidade de 30.085 pagantes), além dos jogadores da seleção local veem dois brasileiros: o atacante Gaúcho, que está lá desde 2008 e no Brasil jogou no Juventus, Santos, Inter e União Barbarense, e o zagueiro Diogo Pires, que estava no Santo André antes de ir para a Eslováquia em 2008 e é filho do ex-goleiro da seleção Valdir Peres.
Atualmente, o Slovan é o segundo colocado na Corgon Liga com 26 pontos, mas um jogo a menos do que o MSK Zilina, que soma 28. Na Liga Europa, no entanto, o time foi eliminado na fase de playoffs após duas derrotas para o Ajax por 2 a 1 e 5 a 0.
Por hoje é só pessoal. Se você estiver em dia com o seu eslovaco, pode clicar aqui e conhecer o site oficial do clube.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)
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