Pesquisar este blog

quarta-feira, 12 de maio de 2010

St. Pauli, o time mais alternativo da Bundesliga

"Nós vamos agitar a Bundesliga". Foi com essa mensagem que o time do St. Pauli se despediu da segunda divisão da Alemanha no fim de semana depois de oito anos jogando em divisões inferiores. E o time conseguiu subir justamente no ano do centenário. O clube que é representado por uma bandeira de pirata é um dos mais alternativos do mundo.
Localizado na zona do meretrício de Hamburgo, o St. Pauli se orgulha de ser ligado à esquerda e combater o racismo, o fascimo e o sexismo. Eles dizem ter 11 milhões de fãs e a maior torcida feminina do país. A força da torcida é tão grande que ela já conseguiu fazer com que um comercial da revista "Maxim" fosse retirado do estádio em 2002 porque os torcedores achavam que ele depreciava as mulheres.
Seus fãs são tão fiéis que quando o time estava na terceira divisão, a média de público em casa era de 15 mil pagantes, muito acima do restante do campeonato, que ficava em torno de 200. Além disso, existem mais de 200 fã-clubes do time fora da Alemanha.
A questão política é tão importante para o clube que nos anos 70 ele mudou o nome do seu estádio depois que foi descoberto que Wilhelm Koch, que batizava a arena, pertenceu ao partido nazista. Assim, o campo voltou a se chamar Millerntor.
O estádio, aliás, não tinha placar eletrônico até 2007. Até então, a cada gol marcado, um funcionário do clube trocava manualmente os números. E apesar da modernidade, o antigo placar ainda é usado.
Além disso, seu presidente, o diretor de teatro Corny Littman, é homossexual, e o time é patrocinado por um site que vende artigos eróticos. O site, aliás, comercializa camisinhas com o escudo do clube.
O St. Pauli também tem uma ligação muito grande com o rock. A entrada do time em campo é ao som de "Hells Bells", do AC/DC e cada gol é comemorado com "Song 2", do Blur. Entre os fãs famosos, estão as bandas Bad Religion, Asian Dub Foundation e Turbonegro, esta da Noruega, além dos vocalistas do KMFDM, Sascha Konietzko, e do Sisters of Mercy, Andrew Eldritch.
Os californianos do Bad Religion chegaram a participar de uma partida beneficente contra o terceiro time do clube no início do século. Já o Turbonegro gravou uma versão especial da canção "I got erection", com letras com referência ao St. Pauli.
O amor vindo do mundo do rock foi retribuído diversas vezes com a aparição do time no festival de heavy metal Wacken Open Air, na Alemanha.
Ou seja, o St. Pauli realmente quer abalar as estruturas da Bundesliga. A próxima temporada promete.
E como gostamos da tabelinha futebol com boa música, um pouco de diversão para os nossos leitores abaixo. Na sequência, AC/DC com "Hells Bells", Blur com "Song 2", Bad Religion com "American Jesus", Turbonegro com "Get it on", e dois vídeos do St. Pauli mostrando os momentos em que são tocadas as músicas do AC/DC e do Blur. É a nossa homenagem ao St. Pauli. Divirtam-se.

(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Nenhum comentário:

Postar um comentário