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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Virada de mesa histórica no Campeonato Argentino

A menos que seja muito, mas muito incompetente, o River Plate já tem o seu lugar garantido na primeira divisão do futebol argentino no ano que vem. Rebaixado após um dramático duelo de mata-mata contra o Belgrano no mês passado, o tradicional clube de Buenos Aires foi um dos principais beneficiados por uma virada de mesa históricadecidida nesta segunda-feira pela Associação de Futebol da Argentina (AFA) em conjunto com os clubes.
Com 22 votos a favor, apenas quatro abstenções (Vélez Sarsfield, Newell's Old Boys, All Boys e Racing) e uma ausência (Olimpia), ficou decidido que o próximo Campeonato Argentino da primeira divisão que começa na primeira semana de agosto não terá rebaixamento e todos os clubes da segunda divisão estão automaticamente promovidos para a elite. As únicas exceções serão os quatro últimos colocados da Série B, que serão rebaixados para a terceira divisão e que se transformará em segunda divisão.
Com isso, a menos que termine o próximo campeonato entre os quatro últimos, o River Plate estará de volta à elite na próxima temporada, que terá outras mudanças. De acordo com a decisão tomada na AFA, acabam os dois torneios por ano - Apertura e Clausura -, modelo que existia desde a temporada 91-92, e o futebol argentino passa a ter um único campeão. Acabam também os duelos de mata-mata contra o rebaixamento. O Campeonato Argentino teria 40 clubes com quatro sendo rebaixados e quatro subindo.
O torneio seria disputado em cinco zonas de oiro equipes cada uma. Cada clube grande seria um "cabeça de chave". Ou seja, Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing e San Lorenzo. Eles se cruzariam em confrontos entre as zonas. Os melhores de cada grupo disputariam uma fase final pelo título enquanto os piores jogariam uma repescagem contra o rebaixamento. A proposta ainda precisa ser aprovada numa Assembleia no dia 18 de outubro, mas a tendência é que isso aconteça.
- Por uma ampla maioria (foi aprovado o projeto). Só houve quatro abstenções e um ausente. O resto aceitou o novo projeto de Grondona (Julio Grondona, o presidente da AFA). Se a Assembleia aprovar no dia 18 de outubro, a partir de agosto do ano que vem começará um novo formato no futebol argentino - disse Ernesto Cherquis Bialo, porta-voz da AFA.
Embora o River Plate seja o mais beneficiado numa análise superficial, a decisão não teve necessariamente ligação com o rebaixamento de um gigante e a possibilidade de outro cair (Boca Juniors, San Lorenzo e Racing também corriam perigo se fosse mantido o velho regulamento com a média dos últimos campeonatos). Segundo os jornais argentinos, há um componente político na decisão do futebol argentino de mudar.
A ideia do novo formato de campeonato teria sido um pedido do governo de Cristina Kirchner, que quer federalizar o futebol argentino e ampliar a sua atuação no esporte usando também os direitos de transmissão esportiva. Como atua apenas na primeira divisão, o governo teria o dobro de clubes em um torneio patrocinado por ele. O governo já teria assegurado ainda à AFA um aumento dos direitos de televisão do futebol caso Cristina Kirchner seja reeleita nas eleições do dia 23 de outubro.
Com as mudanças no torneio, ainda não há detalhes de como serão distribuídas as vagas para a Copa Libertadores e a Sul-Americana nem tampouco de como se acomodará no calendário a nova Copa da Argentina, torneio eliminatório nos moldes da Copa do Brasil e outras copas nacionais que já seria criado independentemente da decisão tomada nesta segunda-feira.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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