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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não há invencibilidade que resista ao Barcelona

Há duas semanas, lembramos que apenas quatro clubes ainda estavam invictos na temporada europeia. Bem, pode tirar o Real Madrid da lista. O que se viu nesta segunda-feira no Camp Nou foi um chocolate histórico. Tão histórico quanto aqueles 6 a 2 de maio do ano passado no Santiago Bernabéu.
Foi um show de bola da equipe de Pep Guardiola. Com os 5 a 0, o Barcelona tomou tudo do Real Madrid. Além da invenciblidade, roubou a liderança do Campeonato Espanhol (agora são 34 pontos contra 32 do Real) e se tornou o melhor ataque da competição (38 gols) e a melhor defesa (oito gols sofridos). Até hoje, o Real tinha tomado seis gols em todo o campeonato.
O Real Madrid foi humilhado pelo toque de bola do Barcelona, pelas jogadas de Messi  e os gols de David Villa (2), Xavi, Pedro e Jeffren, que fechou o caixão já nos acréscimos. Restou ao time de José Mourinho, técnico que nunca havia perdido por diferença tão grande de gols na carreira, bater muito e assistir ao show catalão. Ficou até barato que o Real tivesse apenas Sérgio Ramos expulso.
Desde o início o Barcelona dominou a partida. Enquanto o Barça tocava a bola buscando, ao seu estilo, os espaços para finalizar, o Real jogava mais recuado. Com Khedira mais atrás, frequentemente o Real aparecia com cinco jogadores na defesa e três na linha de frente do meio-campo: Xabi Alonso, Özil e Di Maria, sendo que o argentino saia mais para o jogo pela esquerda. Na direita, Cristiano Ronaldo tentava avançar e tinha sempre a sombra de Puyol enquanto Benzema permanecia isolado no ataque.
Uma equipe bem montada como qualquer time de Mourinho, mas que não resistiu ao jogo envolvente do Barcelona que com cinco minutos já tinha acertado uma bola na trave com Messi. Quatro minutos depois, Xavi abriu o placar numa jogada de Iniesta que o deixou frente a frente com Casillas. Não demorou muito e o mesmo Xavi inverteu a bola na esquerda para David Villa invadir a área, driblar Sérgio Ramos e tocar para Pedro ampliar.
Com 2 a 0 nas costas, Cristiano Ronaldo e Di Maria inverteram de posições, mas nada dava certo para o português que se meteu em uma pequena confusão depois de ter empurrado Guardiola num lance na lateral.
Com Diarra no lugar de Özil, o Real voltou para o segundo tempo tentando se recuperar, mas foi quando Messi entrou em cena. Em três passes precisos do argentino, o Barcelona fez dois gols com David Villa. No outro, Xavi perdeu o gol.
Aí foi só tocar a bola e ouvir a torcida cantar olé até que nos acréscimos Bojan tocou para Jeffren encerrar o massacre. Massacre? Humilhação? Não para Mourinho, que foi muito frio ao analisar a partida.
- Humilhação? Não, não é humilhação. É a pior derrota da minha carreira, mas uma derrota fácil de digerir. Não é daquelas derrotas de sabor difícil de aceitar porque você não merecia perder e perdeu. Foi um jogo em que uma equipe jogou ao máximo do seu potencial e outra jogou muito mal. Uma vitória muito merecida e uma derrota muito merecida - disse Mourinho, que comparou o momento dos dois times.
- Sempre disse que o Barça é um produto acabado e que o Real não era um produto acabado e faltava muito para acontecer. A diferença é o resultado de hoje. É um prêmio para quem jogou bem e um castigo para quem jogou mal. Mas o campeonato não terminou hoje e a temporada não terminou hoje.
O português está certo, mas enquanto isso o Barcelona vai criando um pequeno tabu. Agora são cinco jogos sem perder para o rival. O próximo round será no Santiago Bernabéu no ano que vem.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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