A 14ª rodada do Campeonato Inglês foi só de alegria para os torcedores do Manchester United. Neste sábado o time de Sir Alex Ferguson ganhou nove pontos. Três da sua vitória sobre o Wigan e mais seis das derrotas de seus adversários na briga pelo título, Chelsea e Arsenal, para Birmingham e Tottenham, respectivamente.
A história da rodada da Premier League começa no grande clássico disputado no Emirates Stadium entre Arsenal e Tottenham. Uma vitória colocaria os Gunners pelo menos na liderança provisória da competição já que o Chelsea jogaria mais tarde.
E foi pensando nisso que o time de Arsene Wenger foi logo fazendo 2 a 0 no primeiro tempo com Nasri, aproveitando uma bobeada do goleiro Gomes, e Chamakh num, contra-ataque que terminou no passe de Arshavin para o marroquino completar da pequena área.
Tudo certo, os torcedores pensaram. Três pontos na tabela e só faltaria começar a secar os rivais. Só que o Tottenham vem se especializando em ressurgir das cinzas quando parecia derrotado. Aos cinco minutos do segundo tempo, Gareth Bale, a nova sensação do futebol inglês, diminuiu. Dezessete minutos depois, Fábregas comete um pênalti infantil ao colocar a mão na bola numa cobrança de falta. Van der Vaart cobra e deixa tudo igual.
O time de Harry Redknapp vai para cima e consegue o gol da virada a quatro minutos do fim do jogo. Festa dos torcedores dos Hotspurs e tristeza entre os Gunners, entre eles uma figura ilustre, o atacante Thierry Henry, presente no estádio apenas para assistir, mas com aquela vontade de entrar em campo para dar as arrancadas com as quais o torcedor ainda sonha.
Foi a primeira derrota em casa do Arsenal para o rival no novo estádio. Os Gunners não eram derrotados no seu estádio em Londres desde maio de 1993, quando jogavam no hoje demolido Highbury e perderam de 3 a 1.
Tabus são para serem rompidos e escritas para serem quebradas. Foi o que o Chelsea, sabendo do resultado do Arsenal, mas ignorando tudo isso, resolveu fazer em seguida contra o Birmingham. Com uma fraca campanha na Premier League, o Birmingham entrou em campo para não fazer feio apenas.
Só que sua torcida não contava com a excelente atuação do goleiro Forster, que pegou até pensamento e não deixou Drogba e os demais jogadores do Chelsea vencerem a sua meta. E foram muitas as chances dos Blues - que, aliás, jogaram num horroroso "green marca texto" -, mas Forster jogou tudo o que não sabia e contou com a finalização precisa de Bowyer aos 17 minutos do primeiro tempo para garantir a vitória do Birmingham.
Desastre para o time de Carlo Ancelotti que não perdia para o Birmingham desde março de 1980, época em que os dois estavam na segunda divisão.
Quer saber outros tabus que se foram? A última vez que o Chelsea foi derrotado em dois jogos seguidos foi em fevereiro, quando perdeu para a Inter de Milão na Liga dos Campeões na Itália (2 a 1) e para o Manchester City (4 a 2) pelo Campeonato Inglês em Stamford Bridge. Mais distante é o tempo em que o Chelsea não perdia duas seguidas em casa: maio de 2002. Foi naquele dia 14 que os Blues perderam de 3 a 1 para o Aston Villa dias antes de cairam, em 20 de abril, por 3 a 0 para o Manchester United.
Manchester United, ele mesmo, que agora sorri ao empatar com o Chelsea na liderança com 28 pontos. Cortesia de Evra e Javier "Chicharito" Hernandez, autores dos gols nos 2 a 0 sobre o Wigan. O Arsenal que podia ser líder permanece em terceiro com 26 e vê quatro pontos atrás o surpreendente Bolton. O time conhecido pelo seu futebol feio, fez bonito na rodada ao golear o Newcastle por 5 a 1. Kevin Davies (2), Elmander (2) e Lee marcaram os gols da equipe com Carroll descontando.
Foi um dia de resultados atípicos até aqui neste último parágrafo. Nos outros, tudo dentro da normalidade: Blackpool 2 x 1 Wolverhampton, West Bromwich 0 x 3 Stoke City e Liverpool 3 x 0 West Ham.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)
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