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segunda-feira, 9 de março de 2009

Time desconhecido da semana - Leyton Orient FC


Vocês pensavam que a gente só encontrava times desconhecidos nos maiores rincões do planeta? Claro que não, meus caros. Encontramos times desconhecidos até debaixo de nossas narinas. Por exemplo, todos os leitores deste blog certamente conhecem o Arsenal, o Tottenham e o Chelsea. Outros tantos mais “antenados” também devem conhecer o Fulham, o West Ham e o Millwall. Mas pouquíssimos até hoje – entre eles a vasta e absolutamente bem informada redação de Planeta que Rola – conheciam o Leyton Orient FC, nosso time desta semana que, assim como os famosos já citados, também é de Londres. Vamos então contar um pouco de sua história. 

Chamado por seus torcedores apenas por The Orient ou simplesmente The O’s, o Leyton Orient é da região de Leyton, no leste da capital inglesa. Fundado em 1881 como Eagle Cricket Club por membros do clube de críquete Glyn, o Orient, como você já percebeu, já trocou de nome algumas vezes. Em 1888, passou a ser chamar Orient Football Club e dez anos depois, Clapton Orient (nada a ver, portanto, com o guitarrista Eric Clapton, que nasceu em 1959). Após a Segunda Guerra, o time adotou o nome atual, mas mudou de ideia em 1966 e passou a ser apenas Orient. Por fim, em 1987 (ufa! Haja problema de identidade) voltou a ser em definitivo Leyton Orient. O clube, aliás, é o segundo mais antigo de Londres, atrás apenas do simpático Fulham, que é de 1879. 

Como a sala de troféus do clube é composta apenas de oxigênio, os maiores feitos da história do Orient são ter disputado uma única vez a primeira divisão inglesa e ter chegado às semifinais de uma edição da FA Cup. O primeiro feito aconteceu na temporada 62-63 e não foi nada animador. Com apenas 21 pontos e seis vitórias em 42 jogos, a equipe foi rebaixada para a segunda divisão para nunca mais voltar. Um desastre completo. Se serve de consolo para seus torcedores, entre os triunfos estão vitórias sobre o Everton, que viria a ser campeão, o Manchester United e o rival West Ham. Mas eu acho que eles prefeririam ter perdido os jogos e permanecer na elite. Já a maior campanha de sua história na FA Cup aconteceu na temporada 1977-78, quando o Orient acabou apanhando de 3 a 0 do Arsenal, adiando mais uma vez o sonho de inaugurar a sua sala de troféus.

Hoje, no entanto, as maiores preocupações do Orient não são ganhar títulos, mas se manter na League One, o equivalente a terceira divisão da Inglaterra. O time está na 20ª posição com 36 pontos, apenas uma acima da zona de rebaixamento, hoje iniciada pelo Swindow Town, que soma 35 pontos. Caem quatro clubes para a quarta divisão. E o time só saiu da zona da degola porque derrotou o Brighton no domingo por 2 a 1. Porém, seu técnico, o galês Geraint Williams, contratado no mês passado para tirar a equipe do buraco, mostra confiança. Em entrevista no site do clube (que você confere clicando aqui), ele disse que “nós temos que acreditar em nós mesmos”. Gosto de gente otimista assim. 

Sem brasileiros no elenco, o Orient tem como cores principais o vermelho e o branco. O escudo com dois dragões frente a frente representa uma ligação com a cidade de Londres, uma vez que o dragão é o símbolo e se acreditava que era o defensor do Tâmisa, e com o mar, uma referência a Orient Shipping Company, companhia da região de onde viria o nome do time. Quando atua em casa, o time joga no Brisbane Road,fundado em 1937, que tem capacidade para 9.271 testemunhas. 

Se o time vai mal dentro do campo, no mundo das artes e na história da Inglaterra ele pode se vangloriar de algumas coisas. No campo de batalha, por exemplo, muitos de seus jogadores foram heróis de guerra. Três deles – Richard McFadden, George Scott e William Jonas – deram suas vidas pelo país nas trincheiras durante a Batalha de Somme, na França, uma das maiores e mais sangrentas da Primeira Guerra Mundial. 

No campo da música, um dos seus torcedores mais famosos é o compositor Andrew Lloyd Webber, de musicais como “O Fantasma da Ópera”, “Cats”, que 5,999 bilhões de pessoas no planeta viram, menos eu (e pretendo continuar sem ver, aliás), e “Evita”. Até consigo imaginar os torcedores do Orient na sacada de suas casas em meio a chuva, imitando a Madonna e cantando “Don’t cry for me Leyton Orient/the truth is you never gave me/a single trophy/to celebrate/but I still believe”. Vocês não?

Além disso, foi nas profundezas de algum lugar da região de Leyton que um tal de Steve Harris fundou o Iron Maiden (yeah! Up the Irons!) em 1975. No entanto, acho que ninguém da banda torce pelo time. Harris, por exemplo, é fanático pelo West Ham. Como os músicos ingleses gostam de time pequeno, não? 

Mas a história não para por ai. O Orient também já foi personagem de um documentário para a TV. Dirigido por Jo Treharne, “Orient: Club for a Fiver” foi lançado em 1995 e conta a história da temporada 94-95, uma das piores da história do time, que não conseguiu nenhuma vitória, amargou um jejum de oito jogos sem marcar um gol e encerrou a temporada com nove derrotas seguidas. Para completar, então dono do clube, Tony Wood, viu suas empresas de café falirem por causa de uma guerra na Ruanda e foi obrigado a vender o clube. Como vocês podem ver, portanto, o filme é um drama. 

Por hoje é só galera. 
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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