Pesquisar este blog

segunda-feira, 23 de março de 2009

Time desconhecido da semana - FC Vaduz


Quem acompanha a nossa série de times bizarros pelo planeta já se acostumou a ver aqui neste espaço vários clubes que enfrentaram problemas na sua vida e tiveram que mudar de nome. Desta vez, contudo, faremos diferente. Apresentaremos um time que nunca trocou de nome, mas já disputou o campeonato de três países diferentes. É isso mesmo que vocês leram. É claro que estamos falando do FC Vaduz, nosso time desconhecido desta semana. Que rufem os tambores!!! 

Para esclarecermos esta história de três campeonatos diferentes, precisamos entrar no túnel do tempo. Fundado em 14 de fevereiro de 1932, o Vaduz, clube que tem o mesmo nome da capital de Liechtenstein, disputou sua primeira competição na Vorarlberger Football Association, liga regional disputada na Áustria que fazia parte da terceira divisão daquele país. 

No ano seguinte, porém, o Vaduz começou a disputar as ligas nacionais da Suíça, onde está até hoje. Isso acontece porque Liechtenstein é o único país filiado a Uefa que não tem uma liga nacional. Todos os times de lá disputam os campeonatos suíços. Porém, o país tem uma copa nacional. Ou seja, é possível que algum dia o Vaduz seja campeão suíço e campeão da Copa de Liechtenstein. Não é pouca coisa. Poucos no mundo poderiam se gabar de ser campeões nacionais de dois países no mesmo ano. 

E o Vaduz chegou perto no ano passado, uma vez que sagrou-se campeão da Copa de Liechtenstein e foi campeão da Challenge Cup, a segunda divisão da Suíça. Certamente foi o melhor ano da vida do clube. Se isso um dia acontecer, o Vaduz será um dos únicos times classificados no mesmo ano para a Liga dos Campeões, vaga assegurada ao campeão suíço, e para a Copa da Uefa, vaga dada ao campeão da Copa de Liechtenstein. Claro que na hora H a Uefa colocaria o time na Champions League e daria a vaga da Copa da Uefa para outra equipe, talvez a vice-campeã da Copa de Liechtenstein, mas por um momento a equipe conseguiria a vaga nas duas competições. 

Isso, porém, não acontecerá nesta temporada. Aliás, o Vaduz não é lá grande coisa na Suíça. Atualmente o time ocupa a nona posição num campeonato de dez clubes com apenas 21 pontos e hoje teria que disputar um playoff com o segundo colocado da segunda divisão para saber se permaneceria na elite do futebol suíço. O time está uma draga só. Após 25 jogos, tem o pior ataque (17 gols) e a pior defesa (50 gols sofridos). 

Se a fase não é boa na Suíça, em Liechtenstein, o Vaduz voa em céu de brigadeiro. O time já conquistou em sua história 37 copas nacionais e é o atual hendecacampeão nacional (essa eu também aprendi hoje). É isso mesmo. O time conquistou as últimas 11 copas nacionais. Levantou a taça de 1998 a 2008. É um fenômeno!!! 

E digo mais. Para mostrar o poderio do Vaduz em seu Estado natal, destes 11 títulos, 9 foram conquistados com acachapantes goleadas. Confere só: 5 a 1 no USV/Eschen (1998), 6 a 0 no Balzers (2000), 9 a 0 no Ruggell (2001), 6 a 1 no USV Eschen (2002), 6 a 0 no Balzers (2003), 5 a 0 no Balzers (2004), 4 a 1 no USV Eschen (2005), 8 a 0 no Ruggell (2007) e 4 a 0 no Balzers (2008). As únicas vitórias apertadas aconteceram em 1999 (3 a 2 no Balzers) e em 2006 (4 a 2 no Balzers).

A estreia do Vaduz em competições internacionais aconteceu em 1992, quando o time disputou a Copa dos Campeões de Copa da Uefa. Este torneio não existe mais e reunia apenas os campeões de copas nacionais. Mas a estreia não foi nada animadora. Logo de cara, o time foi eliminado ao perder por 12 a 1 no resultado agregado para o Chernomorets Odesa, da Ucrânia. 
Mas o Vaduz é um time de Liechtenstein e não desiste nunca. Voltou em 1996 e conseguiu se classificar para a segunda fase após bater o Universitate Riga, da Letônia. Só que depois apanhou de 7 a 0 do PSG e voltou para casa mais cedo. 

Desde que o torneio foi extinto em 1999, o Vaduz tem se classificado constantemente para a Copa da Uefa como o campeão da Copa de Liechtenstein. Mas o máximo que a equipe consegue é se classificar para a segunda fase da competição, o que aconteceu em três dos últimos quatro anos. 

O que mais me falta dizer? Bem, o Vaduz é alvirrubro, mas seu uniforme número 1 é todo vermelho. Quando joga em casa, a equipe atua no Rheinpark Stadion, cuja capacidade é de 6.127 pagantes e onde usualmente joga a seleção de Liechtenstein. Ou seja, o Rheinpark é o Wembley deles. O apelido da equipe é Residenzler, cujo significado desconheço. Meu dicionário só tem residenz, que significa residência, domicílio. Já os dicionários on-line ignoram minhas consultas afirmando que a palavra não existe. Essa, portanto, vou ficar devendo. Se alguém entender de alemão e quiser colaborar conosco, fique à vontade. 

E vejam só. O time tem três brasileiros no elenco. O meio-campo Márcio Senna, ex-Barueri, que não é parente do Marcos Senna, mas é primo do Marcos Assunção, aquele volante que atuou por Flamengo, Santos e Roma e hoje está no Al-Shabab, e os atacantes Gaspar, que no Brasil só jogou pelo São Bento, e William Sarôa, ex-União Mogi. Confesso que não conheço nenhum dos três. 

Por hoje é só galera. Se vocês quiserem ver se estão afiados no alemão e saber mais sobre o clube, podem clicar aqui e conhecer o site oficial do Vaduz.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Nenhum comentário:

Postar um comentário