Pesquisar este blog

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

China já tem 25 brasileiros na liga e dois últimos técnicos da seleção

Jadson e Renato Augusto, estrelas do Corinthians que vão jogar na China | Divulgação/Corinthians
Daqui a pouco mais nenhum clube vai querer ser campeão brasileiro. Depois da saída de Ricardo Goulart, um dos destaques do Cruzeiro bicampeão nacional em 2014, o Corinthians vê o seu time campeão do ano passado começar a ser desmontado pelo avanço do dragão chinês com suas propostas irrecusáveis.
Depois do meia Jádson, que já se despediu da torcida para assinar com o Tianjin Quanjian, da segunda divisão chinesa, o meia Renato Augusto confirmou nesta quarta-feira que trocará o clube paulista pelo Beijing Guoan. Melhor jogador do Brasileirão-2015, Renato receberá R$ 2 milhões por mês no clube.
O clube ainda pode perder o volante Ralf, também para o Beijing Guoan, e o zagueiro Gil, que entrou na mira do Shandong Luneng.
A China virou o novo eldorado para os jogadores brasileiros. Com uma liga que está investindo pesadamente para crescer, o país se transformou no que era o chamado "mundo árabe" ou o futebol japonês na década de 90.
Já contando com Renato Augusto, o futebol chinês já tem 25 jogadores atuando nas duas principais divisões. Vinte deles estão na elite. O país também tem entre os seus treinadores os dois últimos técnicos da seleção brasileira: Mano Menezes e Felipão. Além de Vanderlei Luxemburgo, que comandou o Brasil entre 1998 e 2000.


O time que mais tem brasileiros é o Guangzhou Evergrande, atual pentacampeão da Superliga Chinesa. A equipe comandada por Felipão conta com Ricardo Goulart, os ex-jogadores da seleção Paulinho e Robinho, além dos atacantes Alan, ex-Fluminense, e Elkeson, ex-Botafogo.
O time é a grande potência do momento da China e locomotiva da nova fase do futebol do país, que começa a desafiar os outros países nas disputas entre clubes no continente. Se antes, os títulos normalmente costumavam ficar entre coreanos, japoneses e sauditas, nos últimos três anos o Guangzhou venceu duas vezes a Liga dos Campeões da Ásia. Em 2013, o time derrotou o FC Seul, da Coreia do Sul. No ano passado, o rival foi Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos.
O endinheirado futebol chinês, tomado muitas vezes por dinheiro estatal (todos os campeões da Superliga Chinesa pertencem a empresas públicas ou privadas), atrai de jogadores conhecidos como Diego Tardelli, que vinha sendo frequentemente convocado por Dunga para a seleção brasileira quando se transferiu para o Shandong Luneng no ano passado, e Luís Fabiano, até outros pouco conhecidos, como o zagueiro Eleílson e o atacante Japa.
Dos 16 times que compõem a elite chinesa, só cinco não têm jogadores brasileiros. Na segunda divisão, há cinco atletas brasileiros, além de Luxemburgo, técnico do Tianjin Quanjian.
Mas não é só o Brasil que tem sido alvo do voraz dragão chinês. Só na elite do país, há 77 jogadores estrangeiros. Somando com os 36 da segunda divisão, são 113 atletas de fora da China atuando no país. Entre eles, alguns nomes conhecidos do futebol brasileiro como Conca, Montillo e Barcos.
Nas duas divisões principais da China, apenas dois clubes da Série B não tem nenhum jogador estrangeiro: o  Qingdao Jonoon e o Wuhan Zall.
MÉDIA DE PÚBLICO DOBROU
O futebol profissional da China existe há pouco mais de 20 anos. Em 1994, foi fundada a Jia-A League, primeira competição organizada do país. O torneio durou até 2004, quando nasceu a Superliga Chinesa. 
O projeto de criação da Superliga começou em 2000, quando Yan Shiduo, vice-presidente da Federação Chinesa de Futebol, começou as conversações para a fundação de uma nova liga profissional com critérios mais rígidos de administração e um programa de formação de atletas. Com ela, também foi criada uma segunda divisão. O objetivo era fortalecer o futebol do país cheio de clubes com problemas financeiros e com a credibilidade afetada depois de um escândalo de corrupção e jogos arranjados no fim da década de 90.
A Liga que começou com 12 clubes foi expandida para 16 em 2006. Em 2011, ela começou o ataque ao futebol brasileiro com a contratação de Dario Conca, melhor jogador do Fluminense campeão brasileiro no ano anterior. A partir daí a invasão estrangeira só cresceu com a contratação de jogadores e técnicos. Junto com ela, aumentou o interesse do público. A média de público em 2004, que era de 10,8 mil pagantes, dobrou nos últimos 11 anos. Na temporada passada, a média de público foi de 22,1 mil pagantes. Cinco mil a mais do que a média de público do Brasileirão do ano passado.
A China ainda está longe de ter a qualidade e o prestígio das grandes ligas do planeta, mas o seu ataque ao futebol brasileiro tem feito os clubes perderem o sono a cada início de temporada.
OS BRASILEIROS NA CHINA:
SUPERLIGA CHINESA:
Guangzhou Evergrande Taobao FC - Alan, Paulinho, Elkeson, Ricardo Goulart, Robinho e o técnico Felipão
Shanghai SIPG O meia Davi
Shandong Luneng - Jucilei, Júnior Urso, Diego Tardelli, Aloisio e o técnico Mano Menezes
Beijing Guoan - O atacante Kléber e o meia Renato Augusto
Henan Jianye - o meia Ivo
Chongqing Lifan - o atacante Fernandinho
Jiangsu Sainty - o zagueiro Eleílson
Hangzhou Greentown - o atacante Anselmo Ramon
Tianjin Teda - o zagueiro Lucas Fonseca e o meia Wagner
Guangzhou R&F - o meia Renatinho
Hebei Zhongji F.C. - o atacante Edu

SEGUNDA DIVISÃO:
Nei Mongol Zhongyou F.C. - O atacante Dori
Xinjiang Tianshan Leopard F.C. - O atacante Vicente
Tianjin Quanjian F.C. - - Luís Fabiano, Jadson e o técnico Vanderlei Luxemburgo
Meizhou Kejia F.C. - - O atacante Japa

(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

Nenhum comentário:

Postar um comentário