Tudo bem que a Inglaterra é campeã de manter técnicos eternamente em seus cargos. Só para ficar nos principais times, Sir Alex Ferguson está há 23 anos comandando o Manchester United enquanto Arsene Wenger dirige o Arsenal há 13 anos. No Liverpool, Rafa Benitez está entrando "apenas" no seu quinto ano. Trabalho de longo prazo é uma regra, mas até os ingleses tem seus dias de futebol brasileiro.
Kevin Keegan pediu o boné no Newcastle depois de apenas oito meses no cargo. Isso é proporcional e "futebolisticamente" quase como ficar um mês dirigindo um clube do Brasil.
O clube lamentou o pedido de demissão. Em breve comunicado, Keegan revelou o que o levou a tomar a decisão: "Eu vinha trabalhando intensamente para encontrar uma maneira de seguir adiante, mas isso se provou impossível. Na minha opinião, um treinador deve ter o direito de dirigir o time e não sofrer a imposíção de algum manager ou jogador que ele não quer".
A reclamação de Keegan se deve ao fato de o diretor-executivo do clube, Dennis Wise, ter começado a se intrometer nas negociações e passar por cima das decisões do treinador. Um dos momentos que mais irritaram o ex-técnico parece ter sido a tentativa de vender o atacante Michael Owen e o meia Joey Barton sem o seu conhecimento.
Ídolo do clube, onde jogou entre 1982 e 1984 (tendo marcado 48 gols em 78 jogos) e dirigiu o time entre 1992 e 1997, Keegan recebeu o apoio dos torcedores do Newcastle, que protestaram contra a sua saída. Se a moda pega...
Ele dirigiu o time em 21 jogos. Foram seis vitórias, seis empates e nove derrotas. O Newcastle não está bem na Premier League. Com apenas quatro pontos em três partidas disputadas, o time está na 11ª posição.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)
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