Enquanto agora só restam aos irlandeses beberem e cantarem, o cenário mais dramático para a Itália se confirmou. Assim como em 2004, os italianos, que mais cedo empataram com a Croácia em 1 a 1, vão para a última rodada precisando vencer e torcer por um resultado favorável na última rodada entre a Espanha e a Croácia.
Com a goleada de 4 a 0 sobre a Irlanda (com dois gols de Fernando Torres, um de David Silva e outro de Fàbregas), a Espanha se igualou aos croatas na liderança do grupo C com quatro pontos. A Itália tem dois enquanto a Irlanda, que perdeu seus dois primeiros jogos é a primeira eliminada da competição.
Em 2004, a Itália viveu situação idêntica. Depois de dois empates contra Dinamarca e Suécia precisava vencer e torcer por um resultado que não fosse o 2 a 2 entre dinamarqueses e suecos para se classificar. Pois foi exatamente este o resultado que aconteceu e os italianos foram eliminados mesmo com a vitória por 2 a 1 sobre a Bulgária. Naquela ocasião, Giovanni Trapattoni, hoje na Irlanda, era o técnico da Itália.
Se Espanha e Croácia empatarem em 2 a 2 (ou 3 a 3, 4 a 4 ou qualquer outro empate em diante), os italianos podem comprar a passagem de volta para Roma e amargarem a segunda competição consecutiva em que são eliminados na primeira fase. A outra foi a Copa do Mundo há dois anos.
A Itália precisa vencer e torcer por um empate sem gols entre Espanha e Croácia. Caso os times empatem em 1 a 1, a Itália precisará vencer por dois ou mais gols de diferença, desde que marque pelo menos três gols (sim, o regulamento da Eurocopa é complexo). Ou seja, a situação da equipe de Cesare Prandelli é bastante desconfortável.
O único consolo para o treinador é que o seu colega Vicente del Bosque já deixou claro que a Espanha vai jogar para vencer.
- Nós tentaremos ganhar a Croácia. Não pensaremos se o 2 a 2 nos interessa. Tentaremos vencer - afirmou.
Já a Irlanda se despede ao menos com o "título" de torcida mais animada da Euro. O time foi surpreendentemente mal na defesa, justamente uma especialidade de Trapattoni, tomando sete gols em dois jogos. Impressionou a todos, porém, a sua torcida, que não parou de cantar mesmo com a equipe sendo goleada. Ou melhor, nem todos. O ex-craque Roy Keane disse que a sua seleção precisa almejar mais.
- Temos que mudar a atitude da Irlanda e não continuar sendo o time da torcida que canta - disse o ex-capitão da seleção.
Keane pode não ter gostado, mas que a torcida da Irlanda deu um show inesquecível nesta Eurocopa.
Espanha 4 x 0 Irlanda
Local: PGE Arena, em Gdansk (POL)
Árbitro: Pedro Proença (POR), auxiliado por Bertino Miranda (POR) e Ricardo Santos (POR)
Cartões amarelos: Xabi Alonso e Javi Martinez (ESP); Robbie Keane, Whelan e St. Ledger (IRL)
Gols: Fernando Torres aos 4 minutos do primeiro tempo e aos 25 minutos do segundo tempo, David Silva aos 3 e Fàbregas aos 37 minutos do segundo tempo para a Espanha
Espanha: Casillas, Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Alba; Busquets, Xabi Alonso (Javi Martínez), Xavi, Iniesta (Carzola) e David Silva; Fernando Torres (Fàbregas). Técnico: Vicente Del Bosque.
Irlanda: Given, O'Shea, Dunne, St.Ledger e Ward; Duff (McClean), Andrews, Whelan (Green) e McGeady; Robbie Keane e Cox (Walters). Técnico: Giovanni Trapattoni.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)
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