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domingo, 17 de junho de 2012

A pior Holanda de todos os tempos na Euro

Mais uma vez uma crise de relacionamento ajudou a derrubar a Holanda. Com picuinhas internas, a Laranja não se mostrou nada mecânica na edição de 2012 da Eurocopa e se despediu de forma vexatória com três derrotas no grupo B e a pior participação de sua história no torneio.
Com a derrota por 2 a 1 para Portugal (dois gols de Cristiano Ronaldo), os holandeses, que chegaram como favoritos ao torneio, voltam para casa para lavar a roupa suja. E no processo de limpeza pode sobrar para o técnico Bert van Marwijk. Com contrato renovado até 2016, ele pode até não continuar no cargo na disputa das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014.
Portugal e Alemanha se classificam para as quartas de final. Os alemães venceram a Dinamarca por 2 a 1 e terminaram a primeira fase com nove pontos e 100% de aproveitamento. Nas quartas de final, a equipe de Joachim Löw vai enfrentar a Grécia. O outro confronto será entre República Tcheca e Portugal.
A Holanda nunca tinha se despedido de uma Eurocopa sem vencer um jogo. E desde a Copa do Mundo de 1990, quando foi eliminada com três empates e uma derrota, a seleção não fazia uma campanha tão ruim numa competição.
Neste domingo, o futebol jogado pela seleção laranja (que estava de preto) era o retrato do time dividido internamente por declarações infelizes de Rafael van der Vaart após a primeira rodada e que levou Sneijder a responder a altura. Depois da derrota para a Dinamarca, o jogador do Tottenham reclamou publicamente do treinador pedindo uma vaga no time. Sneijder respondeu que era preciso respeitar as decisões do técnico e disse que tinha experiência suficiente na seleção para cobrar isso. E reclamou ainda dos egos inflados no time.
Mas quem deu o sinal de que nada ia bem foi o atacante Robben ao dar a seguinte declaração nesta semana:
- É muito difícil estar dentro deste grupo. Há muitos egos grandes que cresceram mais ainda após a Copa - afirmou o atacante, lembrando o vice-campeonato mundial na África do Sul, há dois anos.
E o que se viu dentro do campo foi um time nada solidário. Precisando vencer por dois gols de diferença e ainda torcendo por uma vitória da Alemanha, Van Marwijk mandou o time a frente. Escalou a Holanda com Van der Vaart jogando mais atrás, quase como volante, e Sneijder, Van Persie, Robben e Huntelaar. No segundo tempo, quando a partida estava 1 a 1, ainda colocou Affelay em campo.
Eram muitos jogadores de frente que não dialogavam, que não trocavam passes e faziam um jogo burocrático contra Portugal que jogou dentro do que se propôs com o time marcando atrás e buscando os espaços naturais que a defesa holandesa deixava com a ausência de Van Bommel ali a frente da zaga.
Quem melhor se aproveitou disso foi Cristiano Ronaldo. Além dos dois gols marcados, o craque português acertou duas bolas na trave e teve uma jornada para "calar os críticos" que insistem em achar ele um jogador comum enquanto os números e e suas atuações não comprovam isso.
A Holanda até abriu o placar com Van der Vaart aos 11 minutos. E quando Podolski fez o primeiro gol da Alemanha aos 19, os holandeses precisavam apenas de um gol para garantir a vaga.
Mas logo a casa holandesa caiu. Com uma atuação muito fraca, o time de Van Marwijk cedeu o empate após Cristiano Ronaldo receber na área e tocar na saída de Stekelenburg. Antes, o craque já tinha perdido um gol e o goleiro evitado outro em lance de Postiga.
Ao mesmo tempo, Krohn-Dehli empatava para a Dinamarca diante de uma Alemanha até certo ponto acomodada. Afinal, o time de Löw só seria eliminado se perdesse o seu jogo e Portugal ganhasse da Holanda.
Na etapa final os portugueses conseguiram a virada num belo gol de Cristiano Ronaldo. Os alemães poderiam ter ficado por alguns minutos com a pulga atrás da orelha, mas Bender tratou de tranquilizá-los ao fazer o gol da vitória alemã.
Agora a Alemanha vai em busca do seu quarto título enquanto Portugal tentará ser campeão pela primeira vez. Aos holandeses, campeões em 1988, restará amargar o triste recorde negativo e refletir o quanto eles não aprendem com os erros do passado quando problemas de relacionamento e até de racismo dentro do elenco impediram que algumas gerações talentosas tivessem sucesso nas competições internacionais.
Portugal 2 x 1 Holanda
Local: Metalist Stadium, Kharkiv (UCR)
Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA)
Cartões amarelos: Willems  e Van Persie (Holanda)
Gols: Van der Vaart aos 10 minutos do primeiro tempo para a Holanda e Cristiano Ronaldo aos 28 minutos do primeiro tempo e aos 28 minutos do segundo tempo para Portugal
Portugal: Rui Patrício, João Pereira, Pepe, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Miguel Veloso, Raul Meireles (Custódio) e João Moutinho; Nani (Rolando), Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga (Nélson Oliveira). Técnico: Paulo Bento.
Holanda: Stekelenburg, Van der Wiel, Mathijsen, Vlaar e Willems (Afellay); De Jong, Sneijder e Van der Vaart; Robben, Huntelaar e Van Persie. Técnico: Bert van Marwijk.

Dinamarca 1 x 2 Alemanha
Local: Arena Lviv, Lviv (UCR)
Árbitro: Carlos Velasco Carballo (ESP)
Gols: Podolski aos 18 minutos do primeiro tempo  e Bender aos 34 minutos do segundo tempo para a Alemanha e Krohn-Dehli aos 24 minutos do primeiro tempo para a Dinamarca
Dinamarca: Andersen, Jacobsen, Kjaer, Agger e S.Poulsen; J.Poulsen, Kvist e Zmiling (Christian Poulsen); Eriksen, Krohn-Dehli e Bendtner. Técnico: Morten Olsen.
Alemanha: Neuer, Bender, Hummels, Badstuber e Lahm; Khedira, Schweinsteiger; Müller, Özil e Podolski (Schürrle); Mário Gomez (Klose). Técnico: Joachim Löw.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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