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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Campeonato Inglês voltou

Eu não sou o único a voltar de férias. O Campeonato Inglês também voltou. Neste fim de semana começa a mais rica liga nacional da Europa. A despeito de ter perdido uma de suas maiores estrelas, o português Cristiano Ronaldo, que se transferiu do Manchester United para o Real Madrid, a Premier League 2009-2010 promete ser uma das mais disputadas dos últimos anos.
Pela primeira vez não há um favorito absoluto. Claro que a disputa pela taça inicialmente deve nortear o "Fab Four", os quatro times que vem se revezando nas primeiras posições da competição nas últimas temporadas: Manchester United, Liverpool, Chelsea e Arsenal. Mas com o enfraquecimento dos Red Devils e dos Gunners, outros times podem surpreender e abiscoitar senão o título uma vaga na próxima Liga dos Campeões da Europa.
É o caso do Manchester City, que investiu pesado na contratação de nomes importantes como Tevez, que estava no rival United, e Adebayor, contratado junto ao Arsenal. O Aston Villa, que fez excelente campanha na temporada passada, chegou a brigar por uma vaga na Champions, mas não resistiu na reta final e acabou em sexto, e o Everton também podem atrapalhar a vida dos grandes. Além do Tottenham, que quer esquecer o desastre que foi a temporada passada (terminou em oitavo, mas chegou a ficar muito tempo na zona de rebaixamento) e voltar a disputar alguma coisa neste ano.
A nova temporada também marcará uma briga pela hegemonia na Inglaterra. Com o tricampeonato conquistado em maio, o Manchester United se igualou ao Liverpool em número de títulos: 18. Portanto, pela primeira vez em 33 anos, os Reds podem perder a liderança no número de títulos ingleses. Claro que os comandados de Rafa Benitez não desejam isso e devem brigar para conquistar uma taça que não vai para Anfield Road desde 1990.
O Campeonato Inglês começa no sábado com os seguintes jogos: Chelsea x Hull City, Aston Villa x Wigan, Blackburn x Manchester City, Bolton x Sunderland, Portsmouth x Fulham, Stoke City x Burnley, Wolverhampton x West Ham e Everton x Arsenal. No domingo jogam Manchester United x Birmingham e Tottenham x Liverpool.
Vamos então ver como se reforçaram e o que perderam os principais clubes para esta temporada:
Manchester United – O tricampeão perdeu boa parte do poder de fogo responsável por 44 dos 68 gols marcados na temporada passada. Sem Cristiano Ronaldo, vice-artilheiro da última competição com 18 gols, e Tevez, que marcou cinco gols, caberá a Wayne Rooney (12 gols na última Premier League) liderar os Red Devils rumo a um inédito tetracampeonato. Ao seu lado, ele terá o atacante Michael Owen, 29 anos, eterna promessa que marcou oito gols na temporada passada pelo rebaixado Newcastle. Sir Alex Ferguson também trouxe dois meias para reforçar a equipe, o equatoriano Valencia, ex-Wigan, e o francês Gabriel Obertan, ex-Lorient. Do ataque do ano passado, também permanece o búlgaro Berbatov. O resto do time é o mesmo com Van der Sar no gol, Vidic e Ferdinand na zaga, Evra na esquerda e Carrick, Scholes, Giggs, Anderson, Hargreaves e Nani como opções no meio. Perdeu sua estrela, mas ainda é um time forte e candidato ao título. 

Liverpool – Os Reds perderam Xabi Alonso para o Real Madrid, mas não dormiram no ponto e trouxeram o bom volante Aquilani, da Roma. Rafa Benitez também trouxe o lateral-direito Glen Johnsson, ex-Portsmouth. Da equipe do ano passado, os Reds perderam Hyppia, que se aposentou, e o atacante Pennant, que se transferiu para o Zaragoza. Com o ataque que foi o melhor da ultima temporada (77 gols) formado por Fernando Torres e Kuyt, a defesa capitaneada pelo zagueirão Carragher, e o meio-campo comandado pelo capitão Gerrard e que conta com valores como Lucas e Mascherano, o Liverpool tem boas chances de sair da fila. 

Chelsea – O principal reforço do time (há quem negue que seja) está no banco de reservas. Depois de oito anos e oito títulos, entre eles duas Ligas dos Campeões, pelo Milan, o técnico Carlo Ancelotti assume o comando do time que no fim da temporada passada foi temporariamente dirigido por Guus Hiddink, técnico da seleção russa. Ancelotti terá praticamente o mesmo time da última temporada. Os únicos reforços foram os meias Yuri Zhirkov, ex-CSKA e jogador da seleção russa, e o atacante Daniel Sturridge, que estava no Manchester City. O time é um dos favoritos e Ancelotti terá como missão conquistar um título que não vem desde que José Mourinho deixou o clube. Além da obsessão de Abramovich, a Champions League. 

Arsenal – Adebayor foi a grande baixa no elenco de Arsene Wenger, que não trouxe nenhum jogador de peso para o elenco. Talvez esteja apostando em promessas como o mexicano Vela, o inglês Theo Walcott ou o galês Aaron Ramsey, contratado na temporada passada. Quem também deixou o clube rumo ao Manchester City foi o zagueiro Touré. Para substituí-lo, Wenger trouxe o belga Vermaelen, ex-Ajax. Apesar dos desfalques, o jovem elenco pode surpreender se Arshavin jogar tudo o que sabe e Eduardo da Silva fizer os gols que a equipe precisa. 

Everton – O time do brasileiro Jô trouxe o zagueiro alemão Mustafi, o meia americano Anton Peterlin e perdeu Jakobsen, Nuno Valente e Van der Meyde. É um time que sempre faz boas campanhas, mas o máximo que pode almejar pelo elenco que tem é uma vaga na Liga Europa. 

Aston Villa – A grande contratação do Villa para a temporada foi o meia Downing, ex-Middlesbrough. Jogador da seleção inglesa, ele é um bom reforço para o time de Martin O’Neill que perdeu o meia Gareth Barry para o Manchester City e não contará mais com os serviços de Martin Laursen, que se aposentou. Sexto na temporada passada, o Villa pode surpreender novamente.

Fulham – Uma das surpresas do ano passado – terminou na sétima colocação -, o time trouxe apenas o zagueiro Stephen Kelly, ex-Birmingham, e o norueguês Bjorn Helge Riise, que estava no Lillestrom e é irmão mais novo de John Arne Riise, meia que jogou sete anos pelo Liverpool e hoje está na Roma. Deixaram o clube Leon Andreasen, Collins John e Moritz Volz. 

Tottenham – Quero voltar a ser grande e não acabar como o Newcastle. Esse é o desejo do Tottenham para esta temporada depois de um ano muito ruim. No entanto, o clube não se esforçou muito para realizá-lo. O principal reforço é o atacante Peter Crouch, ex-Portsmouth que deve formar a linha de frente com o ídolo Robbie Keane, que voltou para White Hart Lane no meio da temporada passada após seis meses para se esquecer em Liverpool. O camaronês Sebastien Bassong, ex-Newcastle, é outra contratação de mais destaque. Doze atletas deixaram o clube. O principal deles é Darren Bent, que foi para o Sunderland vendido por 10 milhões de libras. 

West Ham – Um dos cinco times de Londres na primeira divisão, o West Ham trouxe seis reforços para a nova temporada. Entre eles, o meia tcheco Kovac, que estava emprestado pelo Spartak Moscou e foi contratado em definitivo, e o atacante Frank Nouble. Oito atletas deixaram o clube. Os mais importantes foram Lee Bowyer, Lucas Neill e o atacante espanhol Diego Tristan. 

Manchester City – Numa temporada em que os clubes ingleses não investiram em muitas contratações, o City foi, digamos, a "ovelha negra" da Premier League. Trouxe muitos reforços de nome e peso ao mesmo tempo em que enfraqueceu os rivais. Ainda comandado pelo contestado Mark Hughes, o City não economizou nos petrodólares do seu dono, o sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan, e trouxe o zagueiro Touré e o atacante Adebayor do Arsenal, o atacante Tevez do rival United, o meia Gareth Barry, do Aston Villa, e o atacante Roque Santa Cruz, do Blackburn. Dispensou 14 jogadores, entre eles o brasileiro Elano, cujo futebol não contava com muita simpatia de Hughes, Valeri Bojinov, Caicedo e Sturridge. Tudo isso para tentar se tornar o novo Chelsea e conquistar um título que não vem desde 1968. Será que dessa vez o City sai da fila?
No próximo post, os reforços dos times menores da Premier League.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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