Time desconhecido da semana: FK Radnicki Nis

Você provavelmente nunca ouviu falar no time desconhecido desta semana (do contrário, ele não estaria aqui), mas ele é um dos responsáveis por 35 milhões de rubro-negros amanhecerem felizes nesta segunda-feira com o hexacampeonato brasileiro. Isso porque o FK Radnicki Nis é o clube em que o sérvio Dejan Petkovic começou a sua carreira profissional. Vamos conhecer então um pouco da história desta equipe que revelou o craque do Campeonato Brasileiro.

Fundado em abril de 1923 na então Iugoslávia, o Radnicki só veio a fazer parte de uma liga profissional em 1925. Menos de 20 anos depois, porém, o time ficou sem disputar competições por causa do início da II Guerra Mundial. Com o fim do conflito em 1945, o alvirrubro de Nis, cidade que fica no país hoje chamado de Sérvia após a divisão da Iugoslávia a partir da década de 90, foi se reerguendo aos poucos e em 1962 conseguiu ser promovido para a primeira divisão iugoslava. 

Com o passar dos anos, o clube só foi evoluindo e em 1980, o time terminou na terceira colocação no Campeonato Iugoslavo, ganhando a chance de disputar a sua primeira Copa da Uefa, hoje chamada de Liga Europa. 

Naquela temporada, o time acabaria eliminado nas oitavas de final pelo AZ Alkmaar, da Holanda. Mas o melhor ainda estava por vir. No ano seguinte, o Radnicki chegou até as semifinais, quando acabou perdendo a chance de disputar o título após uma derrota de 5 a 1 para o Hamburgo, da Alemanha. 

Este foi o melhor desempenho do Radnicki em uma competição. O clube ainda sonha em conquistar a primeira taça para abrilhantar a sua vazia sala de troféus. 

A história de Petkovic no clube começou em 1988. Depois de uma passagem pelas divisões de base do Majdanpek, foi no Radnicki que ele se profissionalizou e, quem sabe, fez seus primeiros gols de falta e olímpicos. Se não conquistou títulos pelo clube, Pet entrou para a história ao se tornar o mais jovem jogador a disputar uma partida oficial na primeira divisão da Iugoslávia. Ele entrou em campo no dia 25 de setembro daquele ano, quando tinha 16 anos e 15 dias, na vitória de 4 a 0 sobre o Zeljeznicar Sarajevo. 

Pet disputou 53 partidas e marcou 34 gols pelo Radnicki. Jogou no clube até 1991, quando se transferiu para o Estrela Vermelha, de Belgrado e conquistou dois campeonatos iugoslavos. De lá partiu para a Espanha (Real Madrid, Sevilla, Racing Santander) antes de aportar no Vitória, onde fez sucesso entre 1997 e 1999. Depois de uma passagem pelo Venezia, da Itália, foi para o Flamengo ser o herói do tricampeonato carioca. Após passagens por Vasco, Shanghai Shensua (China), All-Ittihad (Arábia Saudita), Fluminense, Goiás, Santos e Atlético-MG, voltou ao Fla para ser novamente decisivo num título importante que encerrou um jejum de 17 anos do clube rubro-negro sem conquistar o Brasileiro. 

Uma história de sucesso bem diferente da do Radnicki, que depois de algumas boas temporadas na década de 80 do século passado, quando a torcida lotava o Cair Stadium (capacidade para 20.000 pagantes), hoje amarga a lanterna da segunda divisão do Campeonato Sérvio, correndo risco de cair para a terceirona. 

(Post originalmente publicado na seção Time Desconhecido da semana do blog Planeta que Rola)