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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Time lidera em Portugal porque ninguém quer enfrentá-lo

O time do Canelas 2010 | Reprodução/Canelas
O futebol português está vivendo uma situação surreal em um dos campeonatos amadores que fazem parte da quarta divisão do país. O Canelas 2010 está liderando a divisão de elite do Porto simplesmente porque todos os seus rivais estão se recusando a enfrentar a equipe.
Em todas as suas últimas 11 partidas, o Canelas 2010, que como o próprio nome sugere foi fundado há apenas seis anos, venceu por 3 a 0, como prevê o W.O. na liga portuguesa. Seus rivais estão se recusando a enfrentar o clube por causa da violência do time que nunca é punida pela arbitragem.
O Canelas é um clube formado por torcedores do Super Dragões, ultras do Porto, uma das principais equipes de Portugal. Os ultras são como são chamadas as torcidas organizadas que causam problemas de violência pelos estádios na Europa. Segundo relato de rivais do Canelas, os árbitros são intimidados pelos jogadores/torcedores do Canelas, que, assim, não relatam na súmula as agressões sofridas durante as partidas. E nem punem os atletas durante os jogos.
O vídeo abaixo mostra um exemplo de como atuam os jogadores do Canelas. É com muita brutalidade e tudo sem qualquer reação da arbitragem.
- Sofremos coações. Os árbitros são intimidados e não escrevem nas súmulas o que acontece. Como não chega nada aos comitês, nada acontece - disse o presidente do Grijó, Manuel Gomes, em entrevista ao jornal espanhol "El País".
Diante da violência do Canelas 2010, os rivais estão preferindo perder as partidas e pagar a multa de € 750 (2,6 mil), sanção imposta aos clubes pelo W.O.
A decisão de boicotar o Canelas foi tomada no final de outubro, após uma reunião descrita como "secreta" pela imprensa portuguesa. Desde então, o time não fez mais nenhuma partida em sua divisão. Em campo mesmo, o Canelas fez sete jogos, com seis vitórias e um empate. Na tabela, são 16 vitórias em 17 jogos e uma tranquila liderança com 49 pontos, 14 a frente do Rio Tinto.
A postura revoltou o clube, que através de suas redes sociais mandou o recado: "Quem tem medo que compre um cachorro".
O problema com o boicote dos rivais é que o Canelas dessa forma está perto de subir para a terceira divisão e entrar no chamado futebol profissional português. Isso, possibilitará a equipe a ter direito de jogar a Copa de Portugal, por exemplo. 
- Tudo isso é uma grande palhaçada e nos entristece. Mas agora o nosso objetivo é nos preparar bem e subir - disse o capitão do Canelas, Fernando Madureira, que também é líder do Super Dragões.
Madureira é conhecido pelos seus companheiros de torcida como Macaco ou chamado apenas de "líder". Ele comanda um grupo de 5 mil torcedores do Porto. Os Super Dragões já foram até celebrados por dirigentes do clube português, como Jorge Nunes Pinto da Costa.
O jogador/torcedor tem 41 anos e defende o Canelas desde 2012, quando foi convidado para o time e pediu para levar "uns amigos". Foi a partir daí que começaram as queixas de intimidação e a recusa de muitos árbitros em comandar as partidas envolvendo o time.
Rivais dizem que as partidas acontecem em clima de terror no campo. E que o Canelas só vence graças a ameaças e agressões aos jogadores rivais, diante de árbitros e policiais que nada fazem para evitar o problema. A Associação de Futebol do Porto cobrou a presença de mais policiais nas partidas, mas isso não intimida a atuaão do time, que reclama dos vídeos que circulam pela internet mostrando a violência do clube.
- Estão editados de maneira tendenciosa. Nós jogamos com alma porque o futebol nestas categorias inferiores sempre foi duro, aguerrido e com contato físico. Isso não é balé ou natação. Há motivações políticas - disse Madureira, reclamando do boicote.
TIME JOGARÁ EM JANEIRO
Apesar do boicote, o Canelas deve voltar a campo no dia 15 de janeiro, quando está prevista uma partida contra o Candal. A equipe é a grande rival do Canelas e ela foi a única que não entrou no grupo do boicote armado pelos outros 12 clubes.
- Minha torcida sentiria vergonha se seus dirigentes tivessem medo - explica Alberto Riveiro, dirigente do Candal. 
Será o retorno do time depois de mais de dois meses sem jogar na liga. E podemos imaginar como o clássico será quente.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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