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sexta-feira, 6 de março de 2015

Federação inglesa entra na campanha contra o sexismo no futebol

A presença de mulheres no mundo do futebol ainda é tímida, mas hoje em dia já é possível vê-las trabalhando como árbitras, auxiliares, membros de comissão técnica e dirigentes. Com a presença delas num dos esportes mais conservadores do mundo, surgiu também o comportamento lamentável de torcedores sexistas. E a Federação Inglesa quer combater imediatamente o preconceito das torcidas nos estádios antes que ele se torne um grande problema como o racismo e a violência, que frequentemente surgem nos gramados europeus.
O primeiro alerta foi dado pelo Chelsea, que tem uma mulher na sua comissão técnica. Horrorizado com o comportamento dos torcedores rivais nas partidas contra o Manchester City e o Manchester United, o clube se manifestou contra a discriminação de gênero no futebol. Durante as partidas, as torcidas rivais cantaram músicas contra Eva Carneiro, médica da equipe de Londres.
"A questão do sexismo é um tema que levamos muito a sério e estamos contra qualquer tipo de discriminação, incluindo o sexismo. Tal comportamento é inaceitável e nós queremos erradicá-lo do futebol", disse o Chelsea, em nota.
Diante dos acontecimentos nos jogos e de dados dos grupos anti-discriminação "Women in Football" e "Kick it out", que reportaram que só nesta temporada foram registrados 25 casos de comportamentos machistas contra apenas dois da temporada passada, a Federação Inglesa resolveu entrar em campo.
A FA está encorajando torcedores a denunciarem casos de sexismo nas partidas na Inglaterra. Para isso, disponibilizou um número de telefone e um endereço de e-mail para os torcedores fazerem as denúncias. A Federação classificou como "horríveis" as manifestações das torcidas contra Eva Carneiro.
- Queremos encorajar as pessoas a reportarem incidentes como esse - disse Heather Rabbatts, diretora da FA.
A Premier League também se manifestou contra o sexismo.
"A questão da igualdade é algo que tomamos como muito sério e abominamos qualquer tipo de discriminação, incluindo o sexismo. Tal comportamento é inaceitável e queremos erradicar isso do jogo", informou, em nota.
Até a ministra dos Esportes da Inglaterra, Helen Grant, comentou o caso. E disse que espera ver no futuro cada vez mais mulheres envolvidas com o futebol.
- Quero mais mulheres envolvidas no futebol e vê-las como uma grande indústria de trabalho. O sexismo, de qualquer forma. não deve ser tolerado. Eu aplaudo a iniciativa de encorajar as pessoas a reportarem qualquer incidente e pela inclusão no futebol - disse Helen.
Com suas torcidas alvo de críticas, Manchester City e Manchester United se manifestaram. O City disse que "um novo guia contra o sexismo foi introduzido imediatamente após a partida" contra o Chelsea "e um novo programa de treinamento foi implementado" aos seus funcionários para combaterem o preconceito.
Já o Manchester United afirmou que "nenhuma reclamação foi feita na época do jogo, e qualquer retorno desta natureza após o evento deve ser levado para a polícia, o que o clube fez em 24 horas". 
Para combater o sexismo, o grupo "Women in Football" entrou em contato com todos os 92 clubes da Premier League e da Football League para que façam uma homenagem às mulheres que trabalham nos times na rodada do próximo domingo, Dia Internacional da Mulher.
- Precisamos celebrar as mulheres que trabalham na indústria do futebol e têm um papel vital em fazer do jogo o sucesso que é - afirmou a ministra do Esporte.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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