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segunda-feira, 30 de março de 2015

Com saída de Xavi, metade do Barcelona campeão deixa o clube

Ainda faltam pouco mais de dois meses para o fim da temporada, mas o anúncio no fim de semana de que Xavi deixará o Barcelona para jogar no Al Sadd, do Qatar, representa mais um passo em direção ao fim do grande time catalão que conquistou todos os títulos possíveis duas vezes. Entre eles, as Ligas dos Campeões de 2009 e de 2011.
Do time campeão de 2011 da foto acima, quatro terão deixado o clube quando Xavi pegar o seu voo para Doha. Além do meia, também já não jogam mais pelo Barcelona o goleiro Victor Valdés (hoje no Manchester United), o lateral-esquerdo Abidal (aposentado) e o atacante David Villa (New York City). Além de Puyol (aposentado), que entrou em campo durante aquela final, mas foi titular na final de 2009 e é um dos jogadores históricos do clube. Significa que metade daquela fantástica equipe terá dado adeus. Quem viu, viu. Quem não viu, já era galera. É esperar para outro time especial como aquele ser formado novamente. 
E outros ainda podem deixar a equipe. Daniel Alves tem contrato com o clube até o fim da temporada, ainda não renovou e tem o seu nome especulado por clubes ingleses e no PSG. O atacante Pedro, que hoje é reserva da equipe, mas fez história naquela temporada de 2010-11 ao marcar gols importantes em todas as competições que o time venceu, é outro que pode ser negociado.
Na prática, o atual Barcelona nada tem a ver com aquela grande equipe montada por Guardiola e que ainda teve alguma sobrevida na conquista do Campeonato Espanhol de 2013, quando o time era então comandado pelo falecido técnico Tito Vilanova, ex-auxiliar de Guardiola.
Embora seja líder do Campeonato Espanhol e esteja nas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa, o time de Luis Enrique adota outro estilo de jogo. Usa o contra-ataque, levanta bastante a bola na área, seus jogadores não atuam tão próximos uns dos outros e não adotam as triangulações que era uma marca do tik-taka de Guardiola. O hoje técnico do Bayern de Munique tinha uma obsessão pela posse de bola e em controlar o jogo. E contava com o talento de Messi para decidir as partidas.
E a saída de Xavi é emblemática, pois ele formava com Busquets e Iniesta o meio-campo que conquistou dois títulos europeus e ajudou a Espanha a conquistar dois títulos europeus (2008 e 2012) e uma Copa do Mundo (2010). Reparem como este foi o único setor da equipe que não se alterou entre um título e outro:
2009: Victor Valdés, Puyol, Yayá Touré, Piqué e Syvlinho; Busquets, Xavi e Iniesta (Pedro); Messi, Thierry Henry (Keita) e Eto'o. 
2011: Victor Valdés, Daniel Alves (Puyol), Piqué, Mascherano e Abidal; Busquets, Xavi e Iniesta; Messi, Pedro (Afellay) e David Villa (Keita).
Hoje, o tik-taka está fora de moda no Barcelona também porque não conta mais com jogadores de meio-campo que façam este jogo. O tempo passou. Xavi e Iniesta nem jogam mais juntos. Vários vezes durante a temporada, quando um jogou, o outro ficou no banco. 
Nos anos em que o Barcelona foi campeão europeu, Xavi fez 54 e 50 jogos na temporada, respectivamente. Iniesta disputou 43 e 50 jogos, respectivamente. Na atual temporada, Xavi, de 35 anos, tem 28 partidas. Iniesta, 30 anos, tem 29 jogos. Em muitos deles, ambos não atuaram nos 90 minutos. E mesmo que o Barcelona chegue na final da Liga dos Campeões e eles joguem todas as 16 partidas restantes da temporada por causa disso, Xavi terá encerrado o ano com 44 e e Iniesta com 45 jogos.
Outra marca daquele Barcelona era um time formado na sua maior parte na base do clube. Do time campeão em 2011, sete eram da base: Victor Valdés, Piqué, Busquets, Xavi, Iniesta, Messi e Pedro, além de Puyol, que entrou no decorrer da partida.
Já da equipe que na semana passada derrotou o Real Madrid por 2 a 1 no Camp Nou, apenas três jogadores que começaram a partida são das canteras: Piqué, Iniesta e Messi. Busquets, Xavi e Rafinha entraram durante a partida.
O Barcelona continua sendo um bom time (e como não ser com o reforço de Luís Suárez e Neymar no seu ataque?). Mas os tempos definitivamente são outros.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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