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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fifa aprova o uso da tecnologia na linha do gol

Após tantos gols polêmicos em Copas do Mundo e outras competições importantes, a Fifa finalmente se rendeu um pouco à tecnologia e aprovou nesta quinta-feira o uso da tecnologia na linha do gol. A decisão foi anunciada após uma reunião da International Board, o órgão da entidade que debate e decide sobre mudanças nas regras do futebol, realizada em Zurique, na Suíça.
A nova tecnologia com o uso de chip nas bolas já vinha sendo testada na Inglaterra e na Dinamarca. Agora ela será usada pela primeira vez após a aprovação no Mundial de Clubes em dezembro, no Japão. O torneio contará com a participação do Corinthians, que acaba de ser campeão da Libertadores, e do Chelsea, campeão europeu. Se for aprovada, a tecnologia será usada na Copa das Confederações de 2013, no Brasil, e consequentemente, na Copa do Mundo no ano seguinte. O sistema também poderá ser introduzido na Premier League inglesa no início do próximo ano.
Dois sistemas foram aprovados: o Hawk-Eye (olho de Falcão), e o GoalRef. As duas empresas poderão se candidatar para fornecer a tecnologia. De acordo com o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, a entidade vai pagar pela introdução do sistema. Ele custa US$ 250 mil (R$ 503,9 mil) por estádio. O sistema Goal Ref é uma tecnologia de campo magnético que cria uma estrutura de ondas de rádio equivalente a uma cortina de luz. Baixos campos magnéticos são produzidos em volta do gol e, assim que a bola cruza a linha completamente, é detectada uma pequena alteração no campo magnético, o que permite detectar a posição exata da bola no lance. Quando o gol é marcado, um alerta é enviado para o árbitro e seus auxiliares por meio de vibração e uma mensagem é exibida nos seus relógios.
Já o Hawk-Eye é a tecnologia usada nos torneios de Grand Slam no tênis. Ela utiliza de seis a oito câmeras de alta velocidade posicionadas em ângulos diferentes no campo para calcular a posição exatada da bola. As imagens gravadas pelas câmeras são transferidas para um software de vídeo que geram uma imagem em 3D da trajetória da bola. Em menos de um segundo, o árbitro e sua equipe são informados sobre se a bola entrou ou não.
A aprovação da tecnologia era uma questão de tempo depois que no presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou no dia 20 de junho que a aprovação da tecnologia não era mais uma alternativa, mas uma "necessidade". Na ocasião, Blatter comentava um lance da partida em que a Inglaterra venceu a Ucrânia por 1 a 0 pela Eurocopa em que o árbitro Viktor Kassai não validou um gol dos ucranianos.

Aquela não foi a primeira vez em que a Inglaterra esteve envolvida em um lance semelhante. Na Copa do Mundo de 2010, os ingleses foram vítimas ao marcar um gol contra a Alemanha num chute de fora da área de Lampard que não foi validado. A bola tocou no travessão e dentro do gol, mas o juiz mandou a partida seguir. O gol daria aos ingleses o empate em 2 a 2. No fim, os alemães golearam por 4 a 1 e avançaram para as quartas de final. Os ingleses também foram campeões do mundo em 1966 com um lance semelhante, quando Geoff Hurst marcou o terceiro gol da vitória de 4 a 2 sobre a Alemanha na decisão em Wembley.
Além do uso da tecnologia na linha do gol, a Fifa também aprovou o uso de árbitros assistentes adicionais após dois anos de experiências na Liga dos Campeões, Liga Europa, Eurocopa e competições no Brasil, França, Marrocos e Qatar.
Por conta dessa decisão, algumas mudanças na redação da regra do jogo terão que ser feitas, pois será preciso aprovar nas regras o uso de equipamentos de comunicação pelos árbitros.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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