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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Os craques professores

Essa história do Maradona virar técnico da seleção da Argentina pode dar muito certo ou virar uma tremenda lambança. Pelo histórico, Maradona é, de longe, a pior opção para os argentinos. Basta analisar o péssimo currículo dele como treinador do Mandiyú e do Racing. No time de Avellaneda, por exemplo, foram duas vitórias em 11 jogos. O que me faz refletir sobre uma coisa. Olhando para a sua sala de troféus com quatro Libertadores e dois mundiais de clubes, o que será que Carlos Bianchi deve ter pensado ao saber da notícia? Talvez seja algo do tipo: "O que falta eu fazer para ser a bola da vez?"
Mas não vamos polemizar com os hermanos, pois o Brasil também já deu as suas bolas fora. E olha que eu não estou falando do Dunga. Esse, a história ainda vai avaliar. Mas quem não se lembra do Falcão? Inegavelmente foi um craque, mas de passagem meteórica como treinador da seleção canarinho e sem deixar saudade.
Sua estréia em setembro de 1990, logo após, portanto, Maradona e Caniggia terem mandado a seleção de volta para casa na Copa da Itália, foi o primeiro sinal de alerta. Espanha 3 a 0 num amistoso em Gijón. Falcão, que só conquistaria a primeira vitória na oitava partida, se despediria da seleção sem títulos e com apenas seis vitórias em 17 jogos.
Mas escolhas equivocadas não fazem parte do currículo apenas dos dirigentes brasileiros. Outro craque que (ainda) não deu muito certo no comando de uma seleção nacional, embora tenhamos que dar um desconto pelo material humano que ele tinha em mãos, foi o alemão Lothar Matthäus. Depois de um início de carreira passando por Rapid Viena e Partizan Belgrado, o hoje técnico do israelense Maccabi Netanya - que também teve uma meteórica passagem pelo Atlético-PR - assumiu a Hungria em 2003 com a missão de levá-la ao Mundial da Alemanha. Não conseguiu e pediu o boné.
Se Matthäus não pode ser culpado pela má campanha de um time ruim, Roberto Donadoni foi realmente uma tragédia no comando da Itália. Tendo nas suas mãos a seleção campeã do mundo, o ex-jogador do Milan fez uma campanha medíocre apesar da classificação para as semifinais da Euro-2008, obrigando a Federação Italiana a trazer de volta o técnico campeão do mundo: Marcello Lippi.
Já o ex-craque holandês Marco Van Basten, hoje técnico do Ajax, teve uma passagem razoável pelo comando da seleção nacional. Embora o time tenha tido bons momentos na Eurocopa, a eliminação nas quartas-de-final foi abaixo do esperado para a Laranja Mecânica. Além disso, dois anos antes, o futebol apresentado pelos holandeses na Copa foi lamentável e a equipe foi eliminada na segunda fase por Portugal.
Embora seja algo bastante criticado aqui no Brasil, apostar em técnicos com pouca ou nenhuma experiência para treinar as seleções nacionais é relativamente comum na Europa. E nem em todos os casos o resultado é ruim.
Na própria Holanda, por exemplo, um outro expoente do time campeão europeu em 1988, o único título da história da seleção, não fez feio no comando da Laranja Mecânica. Frank Rijkaard assumiu a seleção em 1998 e levou a equipe às semifinais da Euro-2000, quando perdeu para a Itália nos pênaltis. Três anos depois treinaria o Barcelona numa das grandes fases da equipe espanhola.
Já Jurgen Klinsmann, hoje no Bayern de Munique, pegou uma Alemanha desacreditada e a levou ao terceiro lugar da Copa do Mundo. Um feito para o ex-atacante que foi muito contestado quando assumiu a seleção alemã.
Mas o grande desempenho entre os treinadores que começaram já no topo é o de Franz Beckenbauer. O Kaiser treinou a Alemanha de 1984 a 1990 e se despediu dela com o título de campeão do mundo. Melhor do que isso, impossível.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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