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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Carli Lloyd, a camisa 10 que igualou um feito de Geoff Hurst

Poucas jogadoras foram tão decisivas para uma seleção quanto Carli Lloyd para os Estados Unidos. Heroína em duas finais olímpicas (2008 e 2012), a meia de 32 anos coroou a sua participação no Mundial feminino do Canadá com uma atuação impecável na vitória de 5 a 2 sobre o Japão na final deste domingo, em Vancouver.
Camisa 10 e capitão da seleção americana, Carli só faltou fazer chover no Canadá. Com 15 minutos de jogo, os Estados Unidos já venciam por 4 a 0, sendo três gols da craque. O último deles foi o mais bonito. Carli pegou a bola no seu campo, aplicou um drible da vaca numa jogadora japonesa e mandou a bola para gol ali do meio-campo mesmo, surpreendendo a goleira Ayumi Kaihori e fazendo o chamado "gol que Pelé não fez".
- Quando você está se sentindo bem fisica e mentalmente, estas jogadas saem por instinto. Apeas aconteceu - descreveu Lloyd, ao comentar o lance.
Lloyd foi absolutamente decisiva na Copa do Mundo. Participou de todos os gols nas oitavas, nas quartas e nas semifinais e teve a sua atuação de gala na decisão. Lloyd terminou como artilheira (seis gols) e melhor jogadora do Mundial.
Com os três gols, Lloyd igualou um feito que só um jogador conseguiu no futebol masculino. O único a marcar três gols em uma final de Copa foi o inglês Geoff Hurst, contra a Alemanha, em 1966.
"Não tenho palavras para descrever o quanto eu estou feliz. Estou muito orgulhosa de todos nesse time", postou Lloyd, no Twitter, após a decisão.
A jogadora já havia sido fundamental no bicampeonato olímpico dos Estados Unidos. Em Pequim-2008, ela fez o gol do título na vitória sobre o Brasil por 1 a 0 na final. Quatro anos depois, ela marcou os dois gols da vitória sobre o Japão por 2 a 1 na decisão em Londres.
Mas o título mundial é muito especial, pois há muito tempo os Estados Unidos buscam o tricampeonato.
- Dediquei a minha vida inteira por isso - afirmou a maior artilheira da história da seleção, com 183 gols.
Embora tenha estado presente em todas as semifinais desde a criação da Copa do Mundo feminina, os Estados Unidos buscavam o terceiro título há muito tempo. Depois de vencerem as edições de 1991 e 1999 (em 1995, a Noruega foi campeã), as americanas ficaram em terceiro lugar no torneio que sediaram em 2003 e quatro anos depois na China. Em 2007, eles voltaram à decisão, mas perderam para o Japão. Agora tiveram a vingança contra a seleção japonesa.
Para a técnica dos EUA, Jill Ellis, Lloyd foi incrível no Mundial. Uma líder que conduziu a seleção americana ao título.
- Eu disse que ela era a minha melhor. E ela é inacreditável. Uma rock star. Estou muito feliz por ela -  contou a treinadora.
Até o técnico do Japão, Norio Sasaki, se rendeu ao talento de Carli.
- Ele sempre faz isso conosco. É uma excelente jogadora. Eu a respeito e admiro.
Lloyd ainda teve tempo para uma homenagem que mostrou toda a sua grandeza como jogadora. Quando a veterana Abby Wambach, de 35 anos, entrou em campo, ela fez questão de passar para a atacante a braçadeira de capitã. Wambach é uma das líderes do time americano.
- Eu disse: "Não, Carli". Mas ela insistiu - lembrou Wambach.
Lloyd foi artilheira, capitão, a líder que toda seleção campeã costuma ter. Foi assim que ela terminou o Mundial e vem para o Rio nos Jogos de 2016 para tentar levar os Estados Unidos a mais um título.
- Jill (Ellis) acreditou em cada uma de nós. Tínhamos um plano de jogo. Começamos um pouco devagar, mas terminamos (o torneio) fortes como nunca. Eu estava apenas em uma missão de ajudar o meu time a vencer esse jogo. Eu trabalhei muito por isso e tudo deu certo - encerrou. 
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)

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