No próximo sábado, fará dez anos que a França conquistou seu único título mundial. Aqueles 3 a 0 inesquecíveis para brasileiros e franceses no Stade de France é até hoje mais lembrado pela episódio em que o atacante Ronaldo passou mal do que pelo passeio que o Brasil levou dentro de campo (revendo os lances daquela final, vejo que a goleada poderia ter sido até maior se os franceses tivessem um ataque melhor). Com dois gols de Zidane e um de Petit já no final da partida, a equipe então dirigida por Aimé Jacquet faturou a Copa do Mundo e se colocou definitivamente entre as grandes seleções do planeta.
Jogando em casa, os Bleus tinham praticamente a obrigação de vencer aquela Copa. A expectativa era muito grande e temos que reconhecer que era emocionante ver a torcida cantar a Marselhesa a cada partida da equipe. Só que a campanha não foi fácil. Na primeira fase, mesmo num grupo relativamente fácil com Dinamarca, África do Sul e Arábia Saudita, a equipe perderia Zidane, expulso na segunda partida contra os sauditas, que eram treinados pelo brasileiro Carlos Alberto Parreira.
Então um jogador de destaque da Juventus, mas sem o status de estrela mundial que ganharia após a Copa, Zidane era o maestro da equipe francesa. Sem seu camisa 10, a França não tinha a mesma força. Mesmo assim os Bleus passaram com três vitórias : 3 a 0 na África do Sul, 4 a 0 na Arábia Saudita e 2 a 1 na Dinamarca.
Nas oitavas-de-final, a França só se salvou graças a um gol do zagueiro Laurent Blancna prorrogação contra o Paraguai. Com Zidane de volta, os franceses só conseguiram eliminar a Itália nos pênaltis nas quartas-de-final após o empate em 0 a 0 no tempo normal. Veio a semifinal e o então lateral Thuram marcou os dois gols sobre a surpresa Croácia, que disputava sua primeira Copa, classificando os franceses para a decisão contra o Brasil, quando finalmente brilhou a estrela de Zidane.
Como forma de homenagear aquela conquista histórica, o site da Fifa procurou saber onde foram parar os 22 atletas que participaram daquela campanha. A maioria deles ainda está envolvida de alguma maneira com o futebol, mas alguns tiveram um destino curioso. O ex-atacante Stephane Guivarc'h, por exemplo, hoje ganha a vida vendendo piscinas. Alain Boghossian é capitão do time francês júnior de golf.
Apenas cinco atletas ainda estão jogando. Os atacantes Thierry Henry e David Trezeguet, que com apenas 20 anos eram jovens promessas daquele time, hoje são estrelas de Barcelona e Juventus. O volante Patrick Vieira, continua desfilando sua categoria pela Inter de Milão. O veterano meia Robert Pires atual pelo surpreendente Villareal, vice-campeão da Espanha na última temporada e que disputará a Champions League 08-09. Já Lilian Thuram ainda é jogador do Barcelona, mas depois que foi detectado um problema cardíaco quando ele pretendia se transferir para o PSG, pode encerrar a carreira.
Herói da final, Zidane encerrou a carreira em 2006, após a final da Copa do Mundo em que se despediu com a famosa cabeçada no zagueiro Materazzi, o vice-campeonato e o troféu de melhor jogador do mundial, e hoje apenas divide o seu tempo entre a doce aposentadoria e trabalhos como embaixador das Nações Unidas e outras causas humanitárias. Já Emmanuel Petit enveredou para movimentos de proteção do meio ambiente e defende causas como a restrição a alimentos geneticamente modificados.
Capitão daquela conquista, o volante Didier Deschamps é hoje um treinador desempregado, apesar das boas passagens por Monaco e Juventus. Blanc dirige o Bordeaux. Bernard Lama e Lionel Charbonnier, que assistiram a Copa do banco, hoje são, respectivamente, técnico do Quênia e diretor técnico do Taiti. Bernard Diomede quer seguir o mesmo caminho e está estudando para ser treinador.
Já o ex-lateral Vincent Candela se tornou empresário. Christian Karembeau é embaixador na Oceania e usa o seu tempo livre promovendo o turismo na região. O goleiro titular Fabien Barthez se aposentou no Nantes no ano passado e se dedica a corridas de automobilismo, sua paixão do momento.
O zagueirão Marcel Desailly esteve envolvido na organização da Copa Africana de Nações de Gana e hoje faz comentários em rádios e TVs. Mesmo destino tiveram o ex-lateral Lizarazu e o ex-atacante Dugarry. O ex-apoiador Youri Djorkaeff, que encerrou a carreira em 2006 no futebol norte-americano, se tornou o presidente de uma organização chamada Union Generale Armenienne, situada subúrbio de Lyon.
Por fim, o ex-zagueiro Franck Lebouf joga num time amador chamado Hollywood United, que reúne ex-atletas como os americanos Eric Wynalda e Alexi Lalas e estrelas da indústria do entretenimento como Robbie Williams e Ziggy Marley (eles são realmente estrelas?).
Estes foram os heróis que colocaram a França no papel de protagonistas do futebol mundial.
(Post originalmente publicado no blog Planeta que Rola)
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